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LPOP ep. 58 - Por que Boris Johnson ainda não caiu?

10.08.2019 - By pedroPlay

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Por que Boris Johnson ainda não caiu?

Base conservadora e vantagem sobre trabalhistas ainda sustentam premiê britânico, apesar de derrotas sucessivas no Parlamento e na Suprema Corte, além de acusações de assédio sexual

Em sua curta carreira como premiê britânico, Boris Johnson já foi derrotado sete vezes no Parlamento e uma na Suprema Corte. Teoricamente, até quarta-feira (30), estaria entre os seus, na conferência anual do Partido Conservador, que se realiza em Manchester, desfalcada pelos 21 parlamentares que expurgou da legenda.

Mas o encontro de partidários, que serviria para entoar obsessivamente o mantra do premiê (entregar o Brexit até 31 de outubro), foi ofuscado no fim de semana por novo escândalo de assédio sexual envolvendo o premiê.

Segundo a jornalista Charlotte Edwardes, editora do “Sunday Times”, Johnson teria colocado a mão em sua coxa, por debaixo da mesa, durante um jantar em 1999, quando ele editava o “The Spectator”. Ele nega as acusações. Edwardes, contudo, diz que tem melhor memória do que o premiê e recebeu a solidariedade de importantes membros do partido.

Embora atacado em várias frentes, Johnson insiste que o caminho para Brexit não tem volta ou, sequer atalho. E recusa-se a pedir a extensão do prazo à União Europeia.

A seu favor, tem a anuência de ativistas conservadores. Porém, de acordo com a pesquisa publicada no domingo pelo site Conservative Home, uma minoria de 47% (eram 78% há dois meses) acredita que ele conseguirá cumprir a promessa. A credibilidade de Johnson entre seus pares caiu basicamente porque ele tentou forçar novas eleições antes do Brexit.

O Parlamento controla a agenda do governo, a Suprema Corte infligiu ao premiê uma derrota contundente na sua tentativa de prorrogar o recesso da Casa dos Comuns.

O que então ainda sustenta Johnson? Toda a turbulência em torno do premiê ainda deixa o Partido Conservador 13 pontos à frente dos divididos trabalhistas liderados por Jeremy Corbyn.

E o premiê joga pesado no apelo populista, com abordagem focada na política econômica. Tem pouquíssimo tempo para vencer dois grandes desafios: o Brexit e as inevitáveis eleições gerais.

Em Manchester, seu ministro das Finanças, Sajid Javid, tenta limar as incertezas em torno do Brexit, detalhando como o governo gastará mais de 50 bilhões de libras caso um acordo com a União Europeia não seja alcançado – hipótese já descartada pelo Parlamento.

São promessas de investimentos em infraestrutura, no malfadado sistema público de saúde, no salário-mínimo, e, sobretudo, nos jovens, a quem serão destinados cerca de 500 milhões.

O próprio Johnson gasta seu tempo desdenhando a crise provocada pelo mais recente escândalo de assédio sexual. Como num disco arranhado, repete sem parar: “O que o público quer ouvir é sobre o que estamos fazendo para elevar o nível e unir o país.” Traduza-se por público a sua base eleitoral.

Source: G1

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