Na Casa do Baile, em Belo Horizonte, a acessibilidade faz parte da experiência cotidiana. A equipe educativa do espaço adota uma abordagem sensorial e contextual, apresentando aos visitantes cada elemento arquitetônico e paisagístico com foco na inclusão. Texturas do piso, formas das pilastras, vegetação ao redor e cores das estruturas são descritas e exploradas de forma a proporcionar compreensão ampla e multissensorial do ambiente.
Fazem parte dessa rotina as ferramentas didáticas inclusivas, desenvolvidas para garantir o acesso à informação por diferentes públicos. Entre elas está a planta baixa tátil, que revela as transformações funcionais do espaço ao longo dos anos — como restaurante dançante, museu e centro de referência — utilizando materiais com diferentes formas, cores e texturas que facilitam o entendimento por meio do toque.
Outros recursos complementam essa prática: o mapa em alto relevo da Lagoa da Pampulha, que demonstra a localização geográfica da Casa; a maquete tátil, com teto removível e elementos em braille e diferentes texturas; e o azulejo tátil, que traduz em relevo a arte de Paulo Werneck presente na fachada do edifício. Esses materiais são usados diariamente durante as mediações e foram elaborados com apoio técnico especializado, priorizando acessibilidade sensorial e autonomia.
A atuação educativa da Casa do Baile mostra como os espaços culturais podem ser ambientes de descoberta para todos os públicos. Por meio da integração entre conteúdo, forma e experiência tátil, promove-se um encontro mais amplo e democrático com a arquitetura, a arte e a memória.