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Entre 1519 e 1521, a Mesoamérica vivenciou uma série de episódios que se mostraram decisivos para os destinos da história de nosso continente. Durante esses anos, ocorreu, naquela região, a chamada Conquista do México, evento bastante complexo que tem sido ao longo dos anos considerado como um marco fundador dos embates entre indígenas e espanhóis no Novo Mundo e como um dos fatores que abriram caminho para o início da colonização dos ibéricos no futuro Vice-Reino da Nova Espanha.
Desde o século XVI, as narrativas sobre a Conquista atribuíam frequentemente protagonismo aos atores espanhóis que vivenciaram esse processo, com destaque especial para Hernán Cortez, apelidado por seus admiradores como o "Conquistador do México". Mesmo nas interpretações construídas desde a Época Moderna, como a leyenda negra, por exemplo, que demonizavam esse episódio, pintado com tintas de profunda violência e mortandade dos indígenas americanos, eram os europeus que ocupavam o centro da narrativa.
Nos últimos anos, os historiadores que têm se debruçado sobre os eventos relacionados à Conquista buscam cada vez mais evidenciar as complexidades que a cercaram, com destaque especial às agências indígenas e às contradições, embates e disputas presentes nos arranjos entre os diversos povos que viviam sob México-Tenochtitlán e deles com os espanhóis. Essas interpretações, é importante que se diga, não pretendem desculpar os europeus pela violência promovida e do sangue derramado no início do século XVI, mas evidenciam o papel dos povos indígenas como agentes da História.
Tomado no processo de construção dos Estados na América Hispânica no século XIX como um dos momentos fundadores da nacionalidade, a Conquista é hoje também, no âmbito das lutas políticas, símbolo de um massacre em relação às populações indígenas de todo o continente. Quando derrubam as estátuas dos conquistadores em muitos lugares, não é somente contra europeus mortos no século XVI que se protesta, mas contra um Estado que ainda hoje desrespeita os direitos dessas populações.
Para responder essas e outras questões convidamos para a entrevista Luiz Estevam de Oliveira Fernandes, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e especialista em História da América Colonial.
Esperamos que aproveitem a entrevista e nos sigam em nossas redes sociais.
Imagem do episódio:
Imagem retirada do Códice Asteca Lienzo de Tlaxcala, compilado por Diego Muñoz de Camargo por volta de 1585.
By Hora Americana5
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Entre 1519 e 1521, a Mesoamérica vivenciou uma série de episódios que se mostraram decisivos para os destinos da história de nosso continente. Durante esses anos, ocorreu, naquela região, a chamada Conquista do México, evento bastante complexo que tem sido ao longo dos anos considerado como um marco fundador dos embates entre indígenas e espanhóis no Novo Mundo e como um dos fatores que abriram caminho para o início da colonização dos ibéricos no futuro Vice-Reino da Nova Espanha.
Desde o século XVI, as narrativas sobre a Conquista atribuíam frequentemente protagonismo aos atores espanhóis que vivenciaram esse processo, com destaque especial para Hernán Cortez, apelidado por seus admiradores como o "Conquistador do México". Mesmo nas interpretações construídas desde a Época Moderna, como a leyenda negra, por exemplo, que demonizavam esse episódio, pintado com tintas de profunda violência e mortandade dos indígenas americanos, eram os europeus que ocupavam o centro da narrativa.
Nos últimos anos, os historiadores que têm se debruçado sobre os eventos relacionados à Conquista buscam cada vez mais evidenciar as complexidades que a cercaram, com destaque especial às agências indígenas e às contradições, embates e disputas presentes nos arranjos entre os diversos povos que viviam sob México-Tenochtitlán e deles com os espanhóis. Essas interpretações, é importante que se diga, não pretendem desculpar os europeus pela violência promovida e do sangue derramado no início do século XVI, mas evidenciam o papel dos povos indígenas como agentes da História.
Tomado no processo de construção dos Estados na América Hispânica no século XIX como um dos momentos fundadores da nacionalidade, a Conquista é hoje também, no âmbito das lutas políticas, símbolo de um massacre em relação às populações indígenas de todo o continente. Quando derrubam as estátuas dos conquistadores em muitos lugares, não é somente contra europeus mortos no século XVI que se protesta, mas contra um Estado que ainda hoje desrespeita os direitos dessas populações.
Para responder essas e outras questões convidamos para a entrevista Luiz Estevam de Oliveira Fernandes, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e especialista em História da América Colonial.
Esperamos que aproveitem a entrevista e nos sigam em nossas redes sociais.
Imagem do episódio:
Imagem retirada do Códice Asteca Lienzo de Tlaxcala, compilado por Diego Muñoz de Camargo por volta de 1585.

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