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Em 2020, completam-se 150 anos do fim do maior conflito armado da história da América do Sul: a Guerra do Paraguai.
Entre 1864 e 1870, a Tríplice Aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai enfrentou os paraguaios liderados pelo general Solano López em uma disputa que impactou a história de todos os países envolvidos, deixando, de forma ainda mais evidente, marcas indeléveis na história do Paraguai. Embora os dados levantados pelos historiadores possam divergir, é certo que mais da metade da população daquele país tenha perecido em meio aos combates.
Muitas interpretações já foram oferecidas para a compreensão das motivações e consequências do enfrentamento bélico e muitas apropriações foram feitas dessa trágica história. Na historiografia, já se explicou esse conflito como uma expressão do imperialismo britânico em sua tentativa de sufocar a jovem e autônoma nação paraguaia. Mais recentemente o foco tem recaído sobre as relações geopolíticas inerentes à formação dos Estados na bacia do Rio da Prata.
No campo político, uma interpretação nacionalista da guerra serviu para legitimar uma das ditaduras mais duradouras da América Latina no século XX: o governo de Alfredo Stroessner (1954-1989). Ironicamente, ao mesmo tempo em que o stroessnismo fazia da jornada de Solano López e seus soldados uma espécie de epopeia da nação, também fazia do Brasil, seu algoz no século XIX, o parceiro privilegiado de sua política externa e de sua economia. O grande símbolo desse processo, nem sempre pacífico, foi a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, empreendimento capaz de provocar até hoje ruídos na relação entre os dois países.
Infelizmente, desde os processos de formação dos Estados nacionais no século XIX, o Paraguai se tornou no imaginário dos brasileiros uma espécie de micro-cosmo da suposta "barbárie" hispano-americana, resultando na produção uma série de estereótipos que têm se perpetuado desde então.
Além de imagens recorrentes que também são atribuídas a outros de nossos vizinhos como a fragilidade das instituições democráticas, a anarquia política e a tendência ao autoritarismo, no Brasil, "paraguaio" também significa pejorativamente algo falso e de qualidade inferior.
Para desconstruir esses estereótipos e tentar construir pontes entre as histórias do Paraguai e do Brasil, convidamos, para o Episódio #3 do podcast Hora Americana, o professor da Universidade Federal da Integração Latino-americana (Unila) Paulo Renato Silva, especialista na História do Paraguai.
Desejamos a todos que aproveitem a entrevista!
Ajudem-nos na divulgação e nos sigam em nossas redes sociais:
Facebook.com/horaamericana
Instagram.com/horaamericana
Twitter.com/HoraAmericana
Youtube.com/channel/UCPoM_XDCjSDrbT-rXm3WmmQ
Imagem do Episódio:
Na imagem, o Parque Nacional de Sete Quedas, pouco tempo antes de seu fechamento e posterior alagamento em 1982, no contexto da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Créditos: Antônio Carlos Piccino, 22/09/1982, Agência O Globo.
By Hora Americana5
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Em 2020, completam-se 150 anos do fim do maior conflito armado da história da América do Sul: a Guerra do Paraguai.
Entre 1864 e 1870, a Tríplice Aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai enfrentou os paraguaios liderados pelo general Solano López em uma disputa que impactou a história de todos os países envolvidos, deixando, de forma ainda mais evidente, marcas indeléveis na história do Paraguai. Embora os dados levantados pelos historiadores possam divergir, é certo que mais da metade da população daquele país tenha perecido em meio aos combates.
Muitas interpretações já foram oferecidas para a compreensão das motivações e consequências do enfrentamento bélico e muitas apropriações foram feitas dessa trágica história. Na historiografia, já se explicou esse conflito como uma expressão do imperialismo britânico em sua tentativa de sufocar a jovem e autônoma nação paraguaia. Mais recentemente o foco tem recaído sobre as relações geopolíticas inerentes à formação dos Estados na bacia do Rio da Prata.
No campo político, uma interpretação nacionalista da guerra serviu para legitimar uma das ditaduras mais duradouras da América Latina no século XX: o governo de Alfredo Stroessner (1954-1989). Ironicamente, ao mesmo tempo em que o stroessnismo fazia da jornada de Solano López e seus soldados uma espécie de epopeia da nação, também fazia do Brasil, seu algoz no século XIX, o parceiro privilegiado de sua política externa e de sua economia. O grande símbolo desse processo, nem sempre pacífico, foi a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, empreendimento capaz de provocar até hoje ruídos na relação entre os dois países.
Infelizmente, desde os processos de formação dos Estados nacionais no século XIX, o Paraguai se tornou no imaginário dos brasileiros uma espécie de micro-cosmo da suposta "barbárie" hispano-americana, resultando na produção uma série de estereótipos que têm se perpetuado desde então.
Além de imagens recorrentes que também são atribuídas a outros de nossos vizinhos como a fragilidade das instituições democráticas, a anarquia política e a tendência ao autoritarismo, no Brasil, "paraguaio" também significa pejorativamente algo falso e de qualidade inferior.
Para desconstruir esses estereótipos e tentar construir pontes entre as histórias do Paraguai e do Brasil, convidamos, para o Episódio #3 do podcast Hora Americana, o professor da Universidade Federal da Integração Latino-americana (Unila) Paulo Renato Silva, especialista na História do Paraguai.
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Imagem do Episódio:
Na imagem, o Parque Nacional de Sete Quedas, pouco tempo antes de seu fechamento e posterior alagamento em 1982, no contexto da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Créditos: Antônio Carlos Piccino, 22/09/1982, Agência O Globo.

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