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É possível dizer que até hoje o humor é considerado por muitos como algo menor, supérfluo, simples distração diante das questões sérias da vida. Quando se trata de humor gráfico e quadrinhos, em particular, alguns tendem a fazer uma associação direta entre esse tipo de produção e o mero entretenimento banal, sem grande profundidade e voltado apenas para um público infanto-juvenil.
Entretanto, qualquer pessoa que se debruce com um pouco mais de atenção e cuidado sobre o mundo das HQs, das tirinhas e caricaturas é capaz de perceber sua dimensão política e seu caráter muitas vezes transgressor. Em regimes autoritários, é muito comum que os humoristas sejam alvos preferenciais da censura e da repressão por tratarem questões políticas de forma irreverente e, em alguns casos, bastante crítica.
Acostumados aos heróis norte-americanos como Capitão América, Batman ou Superman, ou mesmo envolvidos pelos personagens de Walt Disney, nós brasileiros conhecemos muito pouco o humor gráfico produzido pelos nossos vizinhos hispano-americanos e suas múltiplas facetas. Talvez com uma honrosa exceção: Mafalda, personagem criada pelo cartunista argentino Quino, bastante recorrente nos livros didáticos e atualmente nas redes sociais.
Apesar da beleza e contundência das tirinhas de Mafalda, o humor gráfico latino-americano vai além em muitos sentidos. Utilizado para questionar representações norte-americanas sobre os nossos países do Sul, como o caso do chileno Condorito, na década de 1940, ou para criticar, muitas vezes de forma sutil, governos autoritários, o humor gráfico pode ser tomado como uma das possibilidades, uma espécie de outra face da moeda talvez, para se compreender as sociedades em perspectiva histórica.
Para discutir essas e outras questões, convidamos para a entrevista Priscila Pereira, especialista em humor gráfico latino-americano e professora do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IF Sul de Minas).
Esperamos que aproveitem a entrevista e nos sigam em nossas redes sociais.
Imagem do episódio:
A imagem que acompanha o episódio é uma criação do cartunista argentino Roberto Fontanarrosa. Nela, estão o "gaucho" Inodoro Pereyra e seu cachorro e companheiro Mendieta dividindo um mate. Fonte: FONTANARROSA, Roberto. 20 años con Inodoro Pereyra. 6 ed. Buenos Aires: Edicciones de la Flor, 2003, p. 9.
By Hora Americana5
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É possível dizer que até hoje o humor é considerado por muitos como algo menor, supérfluo, simples distração diante das questões sérias da vida. Quando se trata de humor gráfico e quadrinhos, em particular, alguns tendem a fazer uma associação direta entre esse tipo de produção e o mero entretenimento banal, sem grande profundidade e voltado apenas para um público infanto-juvenil.
Entretanto, qualquer pessoa que se debruce com um pouco mais de atenção e cuidado sobre o mundo das HQs, das tirinhas e caricaturas é capaz de perceber sua dimensão política e seu caráter muitas vezes transgressor. Em regimes autoritários, é muito comum que os humoristas sejam alvos preferenciais da censura e da repressão por tratarem questões políticas de forma irreverente e, em alguns casos, bastante crítica.
Acostumados aos heróis norte-americanos como Capitão América, Batman ou Superman, ou mesmo envolvidos pelos personagens de Walt Disney, nós brasileiros conhecemos muito pouco o humor gráfico produzido pelos nossos vizinhos hispano-americanos e suas múltiplas facetas. Talvez com uma honrosa exceção: Mafalda, personagem criada pelo cartunista argentino Quino, bastante recorrente nos livros didáticos e atualmente nas redes sociais.
Apesar da beleza e contundência das tirinhas de Mafalda, o humor gráfico latino-americano vai além em muitos sentidos. Utilizado para questionar representações norte-americanas sobre os nossos países do Sul, como o caso do chileno Condorito, na década de 1940, ou para criticar, muitas vezes de forma sutil, governos autoritários, o humor gráfico pode ser tomado como uma das possibilidades, uma espécie de outra face da moeda talvez, para se compreender as sociedades em perspectiva histórica.
Para discutir essas e outras questões, convidamos para a entrevista Priscila Pereira, especialista em humor gráfico latino-americano e professora do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IF Sul de Minas).
Esperamos que aproveitem a entrevista e nos sigam em nossas redes sociais.
Imagem do episódio:
A imagem que acompanha o episódio é uma criação do cartunista argentino Roberto Fontanarrosa. Nela, estão o "gaucho" Inodoro Pereyra e seu cachorro e companheiro Mendieta dividindo um mate. Fonte: FONTANARROSA, Roberto. 20 años con Inodoro Pereyra. 6 ed. Buenos Aires: Edicciones de la Flor, 2003, p. 9.

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