LIÇÃO 315

“Todas as dádivas que os meus irmãos dão me pertencem.”

Para a experiência desta oração é importante que o observador faça contato com a declaração proposta por Jesus, e assim escolha o Espírito Santo, o sistema de pensamento verdadeiro para que reinterprete a partir da Realidade de Deus.

Quando o autoconceito guiado pela consciência identificada com a separação toma o lugar como o tomador de decisões é inevitável tornar essa oração um pensamento mágico.

E então, a experiência será baseada em misticismo, levando a personalidade a experienciar euforia, e confundir um estado de medo e limitação com confiança.

“Todas as dádivas que os meus irmãos dão me pertencem.”

Voltamos ao tema dar e receber. Esse tema é parte central na pedagogia da metafísica de Jesus.

Dádivas para a metafísica de Um Curso em Milagres são experiências onde utilizam-se todos os relacionamentos especiais de amor e ódio no roteiro da separação para o perdão.

E isso é possível quando o observador descansa na aceitação da Expiação: o único Filho de Deus é Cristo, e a Criação de Deus não sofreu dano algum com a ideia de separação e seus efeitos ilusórios.

As dádivas são em dois níveis: as oportunidades para o perdão que o relacionamento especial com o irmão provê, e a dádiva de perdão do meu irmão, lembrando-me de que posso escolher outra vez, como faço quando estou em minha mente certa.

Dádivas são possibilidades de perdão, de correção da percepção sobre tudo e sobre todos.

As dádivas só são acessadas no instante santo.

E as dádivas estão a disposição do observador em todos os momentos, em todos os relacionamentos — são oportunidades de olhar e transcender o ego, localizando-se em consciência na lembrança da única Criação de Deus.

E também é importante lembrar que Deus não oferece nenhuma dádiva para o avatar, a personalidade na ilusão, e menos ainda ao autoconceito.

A dádiva oferecida pela Fonte Criadora é o sistema de pensamento corrigido.

A oportunidade das consciências de poder escolher a mente certa como a sua realidade com Deus.

E Deus também não nos pede oferendas, dádivas ou resignação a Ele. Isso seria questionar e refutar o poder de Ser à imagem e semelhança da Fonte Criadora da Vida.

Somente as experiências místicas conduzidas pela pequenez da identificação com a separação levam a essa percepção tão equivocada, quanto imaginar que estamos fazendo um caminho para a salvação.

A possibilidade de mudar da mente errada/equivocada da sua realidade para a mente certa é a dádiva de Deus.

E isso concede ao observador a paz do Céu, pois a cada percepção de equívoco pode escolher outra vez.

A aceitação da imutabilidade da única Criação de Deus é o amor e a paz concedendo às consciências que, ao transcenderem as imagens e as ilusões, podem escolher outra vez.

Ao nos unirmos a Jesus, portanto, nos unimos aos nossos irmãos, e damos graças pela dádiva da lembrança que é nossa afinal.

Nesse percurso aparente de correção da percepção não há uma pessoa corrigindo o seu sistema de crenças. E sim, uma única consciência.

Logo, um instante em que uma consciência aceita que a única Realidade é Deus, está aceitando por todas as consciências no mesmo instante.

Por isso, não há sentido sentir-se em comparação em relação a demonstração de progresso de outras consciências.

O sentimento de comparação mostra que permaneço no especialismo, na vontade de ser diferente, separado, e tentando praticar Um Curso em Milagres de dentro do sistema de pensamento fechado, ao invés de soltá-lo.

Não há uma pessoa sendo corrigida, mas uma consciência que fez um sonho de consciências separadas aceitando a irrealidade do sonho e, portanto, sendo desfeita.

“Todas as dádivas que os meus irmãos dão me pertencem.”

Inspiração - Um Curso em Milagres.

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