Freud Que Eu Te Escuto

Um Distúrbio de Memória na Acrópole (Carta a Romain Rolland, 1936)


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Neste episódio, apresento a leitura de Um Distúrbio de Memória na Acrópole (1936), a célebre carta de Freud ao escritor Romain Rolland, escrita quando Freud já estava idoso e fragilizado, mas ainda capaz de transformar uma lembrança pessoal em uma profunda reflexão psicanalítica.


Ele narra uma viagem a Atenas, feita com o irmão, e o estranho sentimento que o tomou ao subir à Acrópole: “Então tudo isso existiu realmente, tal como aprendemos na escola.” — um pensamento banal à primeira vista, mas que se revela, sob análise, uma chave para o inconsciente.


Freud investiga o episódio como se fosse um de seus pacientes, transformando o próprio espanto em objeto de estudo. Descobre ali um conflito interno entre prazer e culpa — a sensação de “ter ido longe demais”, de ter superado o pai e transgredido um interdito antigo. “Há algo errado nisso, algo proibido desde sempre. É como se o essencial do êxito fosse chegar mais longe que o pai.”


O texto é um dos últimos em que Freud fala de si com tanta lucidez e humanidade. Nele, encontramos o teórico e o homem, o cientista e o filho — reunidos na lembrança de um instante em que o real e o simbólico se confundem sob o sol da Acrópole.


📖 Texto publicado nas Obras Completas de Sigmund Freud, Volume 18 – Companhia das Letras, tradução de Paulo César de Souza.


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Freud Que Eu Te EscutoBy Alexandre Spinelli Ferreira