Essa semana o LADO BI entrevista a historiadora Larissa Ibúmi Moreira, autora do livro Vozes Transcendentes (Hoo Editora), em que registra a história das principais figuras da nova cena musical brasileira, formada por artistas que contestam os padrões de gênero e de raça. É um movimento musical que tem como fio condutor a diversidade, a pluralidade estética, musical e performática, descreve. É um grupo com enorme potência transformadora, principalmente para os jovens que se espelham neles. Moreira traça as origens desse movimento até a Tropicália, mas aponta uma diferença importante: A Tropicália foi cooptada por uma elite burguesa e intelectual. Esses artistas vêm da periferia. Ela também aponta dois grandes responsáveis pelo seu surgimento: a internet (a capacidade de se autopromover possibilita que esses músicos descartem as grandes gravadoras, tradicionalmente dominadas por homens cis héteros e brancos) e as cotas nas universidades (responsáveis por formarem uma intelectualidade negra periférica que agora quer reescrever sua própria história). São músicos que escancaram sua homoafetividade e sua relação com o corpo, finaliza, muitas vezes chocando o público tradicional: Eles trazem o corpo à performance. As pessoas acham que quando se coloca o corpo no palco aquilo não é intelectual, que se baixou o nível. A gente tem que quebrar isso também: corpo e mente são uma coisa só!.