Do design editorial a ideias inovadoras, qual sua motivação?
Um design editorial, projeto gráfico, uma ideia inovadora, o que te inspira? Quais projetos você já desempenhou porque acreditava no seu conteúdo apesar de estar na contramão? Quem nunca viu algo feito genuinamente com carinho, dedicação, pensado a cada milímetro? Estou falando daqueles projetos que reconstroem a esperança interior de cada indivíduo a partir das experiências e bagagens que ele carrega. Num mundo digital, produções como essas estão quase extintas, mas, vez ou outra, você encontra uma na multidão.
Certa vez, por indicação de um professor da área de economia, ouvi um Ted Talk Show de 2009 ministrado por um consultor de marketing e motivacional chamado Simon Sinek. O autor do livro Start With Why: How Great Leaders Inspire Everyone to Take Action, em tradução livre “Comece com por que: Como grandes líderes inspiram todos a agir”, inicia sua abordagem refletindo sobre porque algumas empresas ou líderes se destacam. Apesar de estarem no mesmo ambiente, com os mesmos recursos e com as mesmas chances alguns são mais bem-sucedidos, e ele continua dizendo que a diferença se dá através do pensamento recorrente dessas pessoas.
Ele elucida o caso dando alguns exemplos práticos num diagrama com as palavras “what, how e why”, respectivamente “o que, como e por que”. Ele expõe que o comum é pensarmos exatamente dessa forma: “o que quero fazer”, “como quero fazer” e “por que quero fazer”. Mas, grandes líderes e grandes empresas pensam “Por que quero fazer isso”, “Como farei isso” e “O que farei com isso”. Nessa sequência de oposição uma palavra muito importante surge e se torna o foco do projeto: “Porque eu acredito no projeto, vou executa-lo”. Então, ele conclui dizendo que as motivações da execução de um projeto são o diferencial para que esse projeto seja um sucesso.
O próprio programa é uma inspiração a parte, mas, a conclusão básica é: “O que te move? ”, “O que te inspira? ” e “Porquê você acredita, você consegue executar”. É assim que grandes projetos surgem, do quanto você acredita naquilo e do impacto que isso pode causar no ambiente em que se está inserido.
O Design editorial que nos inspirou, a história do café da tarde que virou guia de gastronomia.
Certo dia, numa reunião do Degêcast, projeto que faço porque acredito, o Alberto G. P Oliveira trouxe um exemplar de algo que, num primeiro momento, enxerguei como um guia ou como um livro. Era chamativo e impactante. Uma paleta de cores pouco usada para uma revista, mas muito bem ornamentada, num papel fosco aveludado e do tamanho exato da minha bolsa.
A capa foi o que mais me chamou a atenção. No lugar de belas fotos de comida ou pessoas famosas, uma senhora sorridente, mostrando uma felicidade verdadeira, erguia uma colher de pau rodeada de panelas e um pano de prato muito bem posicionado no ombro. Eu sabia que dali sairia algo muito bom, já que, além de tudo o que já havia visto, o projeto gráfico era lindo e pensado a cada detalhe, cada letra e cada imagem.
O nome me conquistou nos primeiros 30 segundos: “Farofa Magazine”. Simples, sutil e amoroso. Mas o que cabe dentro de uma farofa? Todos os sabores que explodem na boca em forma de acompanhamento a um prato principal. Na primeira página, em destaque, uma frase que diz “Gastronomia significa, etimologicamente, estudo das leis do estômago”.
No editorial a Bia Amorim fala um pouco sobre a história e evolução da gastronomia e da proposta de ser um guia da comida para Ribeirão Preto e região. Mas o que de fato chama a atenção é a roupagem “Comer bem a qualquer custo”. Não, a proposta da Farofa Magazine não é exaltar a alta gastronomia e nem os gourmetizáveis. A Farofa quer mostrar que gastronomia está intimamente l...