O que é tipografia?
Segundo o dicionário Michaelis, “tipografia é a arte e a técnica de compor e imprimir com uso de tipos”. A palavra de origem grega (typos = forma e grapheins = escrita) se refere ao “conjunto de procedimentos artísticos e técnicos que abrangem as diversas etapas da produção gráfica (desde a criação dos caracteres até a impressão e acabamento).”
A história da tipografia inicia no século XV com a criação da prensa móvel por Johannes Gutenberg. Tendo a necessidade de tornar o método de impressão mais simples e viável em larga escala, Gutenberg desenvolveu os tipos móveis feitos em paralelepípedos de metal, cuja face apresentava o caractere “esculpido” em relevo.
Dessa forma, ele poderia criar os textos com esses pequenos caracteres e reutilizar os tipos (nome correto para os paralelepípedos) numa nova produção. Esse foi o método utilizado pela imprensa tradicional até medos dos anos 80 quando as produções se tornaram digitais.
Mas a tipografia imprime mais do que apenas caracteres no papel. Ela também é responsável pelo estilo, impacto, peso e presença que um texto exprime com as letras. Com serifa, sans serif, cursivas, display, romanas, são várias as características que classificam e compõem uma fonte.
É Tipografia, não, é lettering!
A tipografia enquanto estudo da formação dos tipos comumente desperta interesse nos calígrafos, designers e entusiastas do ramo. Tal recurso é muito utilizado na criação de branding, identidade visual, projetos publicitários etc. Mas qual a diferença entre lettering e tipografia e quando usamos cada um deles?
Basicamente, além da definição já tratada acima, a tipografia é um conjunto de tipos ou família tipográfica, como por exemplo a Helvetica. É também o estudo de como as letras interagem numa superfície, ou seja, a combinação e disposição dos tipos.
A escolha do tipo, cores, diagramação etc é o que define o caráter e estilo de um projeto, bem como é ele quem colabora para experiência positiva de um leitor, por exemplo.
Já o lettering é uma combinação específica de tipos (uma palavra, sigla, etc) trabalhados com uma única função, utilização e finalidade. O lettering também se diferencia da tipografia no quesito método.
Enquanto a tipografia é um estudo, o lettering é muitas vezes feito à mão livre, sem o rigor da técnica, importância da tipografia, composição tipográfica e hierarquização visual
A tipografia é a cara da linguagem
A frase acima é a epígrafe do livro “Pensar com tipos“, de Ellen Lupton. É uma obra excelente pra quem quer começar a se aprofundar no estudo e no entendimento sobre tipografia.
Uma forma bem simples de determinar a importância da escolha da tipografia para um texto é a dessa imagem:
“Eu sempre encontrarei você” (tradução livre)
Sim, tipos são importantes para creditar e validar uma ideia. Mais que isso, a experiência do usuário está conectada diretamente à tipografia. Como observamos na imagem acima, a freae “I’ll always find you” – Eu sempre encontrarei você – muda completamente de contextos em cada uma das fontes escolhidas pelo autor. Isso porque a escolha tipo + cor em cada um dos exemplos foi apropriado para a mensagem que o autor pretendia passar.
Na primeira frase, a fonte cursiva tem o potencial de remeter ao leitor que isso é uma mensagem de amor, de alguém apaixonado, provavelmente escrito por uma mulher na esperança de dizer ao seu amado que não importa tempo, distância ou situação, ela sempre o encontrará.
Já na segunda imagem, a cor vermelha,