Sermão para a Festa da Santíssima Trindade (15/06/2025)

Padre Ivan Chudzik, IBP.

15/06/2025

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Belém/PA.

(...) No entanto, como compreender que haja tanta prosperidade entre os pecadores, sendo que há tantas almas justas imersas no sofrimento? Onde está a providência paternal de Deus para com aqueles que sofrem?E onde está a justiça de Deus para com os pecadores obstinados? Em primeiro lugar, caros fiéis, ainda que Deus tenha uma providência particular para com os seus filhos, nem sempre a prosperidade material ou sucesso em qualquer empreendimento pessoal, nem sempre prosperidade ou sucesso são um bom sinal. Isso porque o maior castigo que Deus possa infligir a uma alma é lhe dar licença para pecar.

Quando Deus dá licença a uma alma para que ela continue pecando, quando Deus permite que uma alma continue pecando sem obstáculos, os autores espirituais ensinam que, nesse caso, Deus abandonou essa alma, ou seja, Deus cessou o fluxo de graças, a torrente de graças na vida desse pecador. A única graça que Deus ainda concede a esse pecador é a graça da oração, ou seja, ele sempre poderá rezar por si mesmo e pedir a graça da própria conversão.

Porém, a providência como que abandona esse pecador? Na medida que diminui as graças, e assim permite um falso sucesso do pecador no seu pecado, seja ele qual for, seja um relacionamento pecaminoso, seja uma fraude na vida profissional, pouco importa. Então esse estado de alma, de obstinação no pecado, quando o pecador se deleita com o seu sucesso no pecado, com o bom êxito dos seus pecados, esse estado de alma, de cegueira espiritual, é um sinal de condenação, porque a condenação dessa alma se torna a cada dia mais provável.

Portanto, caros fiéis, desconfiemos de certos êxitos em nossa vida. O sucesso nem sempre é um sinal de que Deus ouviu as nossas orações.