ALÉM DA SUPERFICIALIDADE: ABRAÇANDO A AUTENTICIDADE CRISTÃ

Ser cristão é ser discípulo de Jesus, que são aqueles que se parecem com Ele.

Marcos 8:34 - “Depois chamou a multidão e os discípulos e disse: se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”

São três as marcas que distinguem um discípulo de Jesus:

1. A decisão - ser discípulo é uma decisão pessoal. Tem que querer. Tem que estar disposto. Tem que tomar uma decisão consciente e não baseada em emoções, sejam boas ou ruins. Isso porque a caminhada inclui um alto preço. A caminhada inclui renúncia diária, morte do ego, carregar a própria Cruz.

Nesse sentido existem dois tipos de seguidores: o que pertence as multidões e os discípulos. a) A multidão é composta de simpatizantes, aqueles que escolhem Jesus por conveniência, já o discípulo segui a Ele independente das circunstâncias. b) A multidão observa à distância, o discípulo busca a proximidade, quer estar perto. c) A multidão consome e espera retorno, o discípulo quer servir, doar. d) A multidão é instável, não se compromete a qualquer preço, apenas quando lhe convém, o discípulo é constante, vive o dia a dia com Jesus.

Rodrigo Bibo, em “O Deus que destrói sonhos” , diz que “Jesus não busca fãs e pessoas entusiasmadas com suas palavras, ele busca pessoas obedientes a sua missão”.

Ele nos chama para um compromisso de fé e entrega.

2. A Renúncia - ser discípulo requer uma renúncia radical. É necessário entender o contexto da época para entender o que o símbolo da Cruz significa. Na época de Jesus a cruz era um símbolo de condução e de vergonha, de desprezo, dor e morte, o povo temia a imagem da Cruz, era uma ameaça à própria vida. E Jesus nos convida a abraçá-la, como quem abraça as próprias sombras, abraça aquilo que não querendo aceitar sobre nós mesmos. Dietrich Bonhoffer diz que “Quando Cristo chama uma pessoa, ele a chama para vir e morrer.” A sensação de morrer para si mesmo assemelha-se a sensação de uma mãe quando dá à luz a um filho. Um novo nascimento requer a morte de quem se era. Vivendo na geração da síndrome de Narciso, de pessoas que amam a si mesmo. O Instagram foi criado em 2010 e transformou-se numa ferramenta da disseminação do Narcisismo, o “pau de selfie” foi criado em 1980, pelo japonês Weda, buscando registrar a si mesmo, à época foi considerado inútil é só foi ser de grande valia agora, na época do “EU” acima de todos, a “geração ensimesmada”. A presente mensagem é uma contracultura, é contraintuitivo, andamos na direção oposto.

A cultura selfie é o reino do ego, enquanto a cultura do discípulo é o reino de Deus. A cultura selfie é a afirmação do eu, a negação do eu. A cultura selfie é a busca da felicidade, tomar a própria Cruz. A cultura selfie busca o amor próprio, a cultura do discípulo é o amor sacrificial. A cultura selfie busca a autoestima, o discípulo ao outro estima. “O pecador é um ser curvado em direção a si mesmo”, Martinho Lutero.

C.S Lewis diz que “se você está a procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não lhe aconselharia o cristianismo”.

3. A obediência - ser discípulo requer uma obediência total. Seguir Jesus é viver como ele viveu. O que ele disser para fazermos iremos fazer. “Discípulo é alguém que confia a vida inteira a Jesus e tudo o que fazia parte dela. É alguém que está aprendendo a ser como ele”. Dallas Willard.

Multidão: centraliza o eu e tudo flutua em torno de si (lazer, dinheiro, sexo, família, estudo, trabalho)