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Um conto de Eddie Silva sobre um cara que ainda sonha com seus tempos de glória na adolescência.
Era primavera e no calendário marcava dia 25. Cinco dias após o vencimento do aluguel. Como de costume, o reflexo do sol entrava pela fresta da veneziana do pequeno quarto onde Ari tentava dormir o sono dos injustos. O sono era interrompido pelos gritos da criançada indo para escola e pela buzina irritante do caminhão de gás. Era normal ouvir Ari praguejar o motorista do caminhão que não tinha nenhum senso em buzinar todos os dias às 8:57 da manhã. Ari retomava a sua rotina matinal: levantar-se, chutar a caneca de água que deixara no chão na noite anterior, para não precisar levantar se desse sede. Soltava uma série de três “putz” e caminhava ao banheiro onde ele se sentia rei.
By José Fagner AlvesUm conto de Eddie Silva sobre um cara que ainda sonha com seus tempos de glória na adolescência.
Era primavera e no calendário marcava dia 25. Cinco dias após o vencimento do aluguel. Como de costume, o reflexo do sol entrava pela fresta da veneziana do pequeno quarto onde Ari tentava dormir o sono dos injustos. O sono era interrompido pelos gritos da criançada indo para escola e pela buzina irritante do caminhão de gás. Era normal ouvir Ari praguejar o motorista do caminhão que não tinha nenhum senso em buzinar todos os dias às 8:57 da manhã. Ari retomava a sua rotina matinal: levantar-se, chutar a caneca de água que deixara no chão na noite anterior, para não precisar levantar se desse sede. Soltava uma série de três “putz” e caminhava ao banheiro onde ele se sentia rei.