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Or


Dezembro estava mais chuvoso que o de costume. O calor e a umidade tornavam o tempo abafado. A sensação térmica nas alturas aquecia o corpo, fervilhava os hormônios.
Pouca roupa, pele exposta, desejos aflorados.
A cintura anunciada pela cropped, o contorno das coxas, a silhueta da bunda naquele short jeans, roubavam meu olhar por onde ela passava. Minha nuca arrepiava, meu coração disparava – quando o tesão toma conta, saciar-se milhões de vezes é o único intuito.
Olhou-me fixo, enquanto prendia elegantemente seus cabelos em um coque, apontou-me o indicador e disse – Vem – sua voz era firme, decidida. Gritava em sussurro. Era a ordem de uma predadora.
Mal passava das 15, um vento forte anunciava um temporal. Já havia um equilíbrio térmico entre o excessivo calor lá fora e os corpos febris aqui dentro.
Roupas não haviam mais ali.
Puxão no cabelo. Tapa na bunda. Coxas que prendem. Bocas que beijam, chupam, mordem. Gemer era inevitável. A cama batendo na parede, seus pés rangendo no chão – Como vou olhar na cara dos vizinhos – ela disse, mesmo sabendo que no fundo, eles estavam morrendo de inveja.
O temporal desaba. Os trovões roncam, estremecem os céus. O sexo, ligação sagrada entre os seres, recebia a benção divina do universo. A natureza é sabia e sabe que o prazer não se cala.
As águas caem. Rios descem do céu e a chuva abafa os gemidos.
Paulo Curió
By Paulo CurióDezembro estava mais chuvoso que o de costume. O calor e a umidade tornavam o tempo abafado. A sensação térmica nas alturas aquecia o corpo, fervilhava os hormônios.
Pouca roupa, pele exposta, desejos aflorados.
A cintura anunciada pela cropped, o contorno das coxas, a silhueta da bunda naquele short jeans, roubavam meu olhar por onde ela passava. Minha nuca arrepiava, meu coração disparava – quando o tesão toma conta, saciar-se milhões de vezes é o único intuito.
Olhou-me fixo, enquanto prendia elegantemente seus cabelos em um coque, apontou-me o indicador e disse – Vem – sua voz era firme, decidida. Gritava em sussurro. Era a ordem de uma predadora.
Mal passava das 15, um vento forte anunciava um temporal. Já havia um equilíbrio térmico entre o excessivo calor lá fora e os corpos febris aqui dentro.
Roupas não haviam mais ali.
Puxão no cabelo. Tapa na bunda. Coxas que prendem. Bocas que beijam, chupam, mordem. Gemer era inevitável. A cama batendo na parede, seus pés rangendo no chão – Como vou olhar na cara dos vizinhos – ela disse, mesmo sabendo que no fundo, eles estavam morrendo de inveja.
O temporal desaba. Os trovões roncam, estremecem os céus. O sexo, ligação sagrada entre os seres, recebia a benção divina do universo. A natureza é sabia e sabe que o prazer não se cala.
As águas caem. Rios descem do céu e a chuva abafa os gemidos.
Paulo Curió