Embora o senso comum considere a máquina como o avesso da liberdade, ela e sua estrutura de repetição podem ser campo fértil para a produção da diferença. No sexto episódio de Construção Musical da Liberdade, o professor Vladimir Safatle mostra que a experiência musical rompe a dicotomia entre máquina e liberdade, entre repetição e liberdade. Para ele, a repetição não é necessariamente o avesso da diferença, mas a condição para a sua produção e pode-se repetir não para reafirmar o repetido, mas para desconstituí-lo, para apagá-lo, para mudar suas pulsações e seus sentidos. Safatle exemplifica essas ideias apresentando músicas dos compositores Colon Nancarrow, Steve Reichl, John Adams, Pierre Henry, Pierre Schaeffer e Yannis Xenakis.

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