Espiritualidade Católica

É necessário reconhecer o vício do orgulho para conquistar a humildade


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Se não tivéssemos os olhos vendados pelo orgulho, veríamos que todo homem é infinitamente miserável e pecador. Compreenderíamos, na prática, que toda criatura depende de Deus sob todos os pontos de vista, quanto à sua essência, existência, duração e todas as condições de seu desenvolvimento. Nos lembraríamos de nossos inúmeros pecados, duplicados pelas ingratidões atuais sempre renovadas.

Perceberíamos as nossas torpezas atuais: esses apegos, essas fraquezas, essa inconstância, esses perpétuos retornos a nós mesmos envolvidos na perturbação e na irritação. Óh, Jesus! Como somos tão corrompidos sem nem percebermos. Tende piedade de mim, bom Mestre, tenho medo do vício do orgulho.

O bom Jesus sabe muito bem de que barro somos formados e de que loucas pretensões é feita a nossa natureza. Ele se contenta e nos ama quando nos vê confundidos diante de nossa miséria, sempre confiantes na sua bondade e sempre resolvidos a reconquistar a humildade.

Mas, até conquistar a humildade, é preciso acreditar que se é orgulhoso, mesmo sem provas. E acreditar que o orgulho infestou as ideias, os desejos e os menores atos, criou raízes até nas menores fibras, nos hábitos mais remotos do ser humano. Quem achar que isso é exagerado não mais se corrigirá.

É preciso desaprovar constantemente, diante de Deus, as milhares de pretensões injustificadas que se elevam do íntimo do coração, pedir-lhe perdão por sermos tão sórdidos a seus olhos, agradecer-lhe por não nos ter abandonado no abismo do orgulho. É preciso sempre pedir luzes para nos reconhecer tal como somos, força para amar essa abjeção e a coragem de nos deixarmos tratar como merecemos.

Quanto mais a alma se conhece, tanto mais se despreza e se humilha; e quanto mais se humilha, mais Deus a eleva a si mesmo.

Por Joseph Schrivers.
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Espiritualidade CatólicaBy Danilo B. M.