O fim do sigilo dos 27 depoimentos colhidos no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, na análise de Alexandre Agabiti: os resultados apontam o ex-presidente Jair Bolsonaro como responsável pela trama. Já o Exército teve uma atitude bastante contraditória no episódio: seu então comandante, general Marco Antonio Freire Gomes, não aderiu ao plano de golpe, mas tampouco impediu os acampamentos em frente aos quartéis, que, segundo seu depoimento, não foram retirados por ordem direta de Bolsonaro. Agora, a Polícia Federal se debruça justamente sobre a relação entre esses acampamentos e o ex-presidente. Além das investigações sobre a trama golpista no Brasil, Alexandre Agabiti também atualiza a situação do Haiti: após a renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry, o país continua sofrendo com a violência e a falta de recursos, enquanto aguarda um conselho de transição política.

Emissão em Português - Fim de sigilo reforça tese sobre ações de Bolsonaro para 8/1 - 19/03/24

A Emissão em Português trata de assuntos de interesse tanto para a Espanha como para Portugal, Brasil e os demais países lusófonos.

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Após longas negociações, o Conselho de Transição tomou posse no Haiti. Com a renúncia de Ariel Henry, o país tem um novo primeiro-ministro interino. Michel Patrick Boisvert assume o cargo em um contexto de fome e violência perpretada por gangues armadas, analisa nosso correspondente em São Paulo, Alexandre Agabiti. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 5 milhões de pessoas sofrem de fome aguda no país, que, ao mesmo tempo, enfrenta uma situação assustadora de insegurança pública, nas palavras do próprio premiê Boisvert. A ONU, inclusive, planeja uma missão de apoio ao Haiti para o combate ao crime organizado. Além de analisar os desafios de Boisvert no Haiti, Alexandre Agabiti também comenta a instabilidade na segurança pública do Chile, agravada por um atentado a policiais no sul do país que provocou comoção nacional. O presidente Grabiel Boric ainda não anunciou medidas para conter o aumento dos homicídios, enquanto cresce o populismo penal na América Latina, levado a cabo, por exemplo, por Nayib Bukele, em El Salvador.

Emissão em Português - Boisvert toma posse no Haiti, em crise de segurança e fome - 30/04/2024

Neste Dia Internacional da Dança, conversamos com o Grupo de Capoeira Angola 'Liberdade de Vadiar' (Gcalv) de Madri sobre a presença na Espanha dessa disciplina que mistura a dança com outras linguagens, como a música, a luta e o teatro. Durante o encontro celebrado em comemoração aos 20 anos de trajetória do grupo, conversamos com seu fundador, Mestre Dirceu, sobre os fundamentos da Capoeira Angola. Ele refletiu sobre a importância dessa disciplina para a convivência e para movimentos de resistência na atualidade. Já Marirosa Terone, coordenadora do grupo de Madri, compartilhou sua experiência com o Gcalv na capital espanhola e comentou a parceria com o Centro Cultural Seco, que acolhe o projeto há 8 anos. Além deles, Nadia Almeida, Soraya Laktali e Adriano Gratti contam suas aprendizagens como capoeristas e participantes do encontro celebrado neste mês de abril. O Grupo de Capoeira Angola 'Liberdade de Vadiar' está presente em várias partes do mundo, como França, Itália, Noruega e Chile. O próximo encontro será nos dias 12 e 13 de julho em Bilbao.

Emissão em português - Capoeira Angola (Gcalv): 20 anos de resistência em Madri - 29/04/24

"Nunca tinha sonhado na minha vida participar da elaboração de uma Constituição ao lado de pessoas com tanta experiência", relata Carmelinda Pereira à Emissão em Português. Ela era professora e estudante de Psicologia em Lisboa quando saiu às ruas na Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974. Carmelinda se opunha à ditadura de Antonio Salazar, sobretudo pelas guerras coloniais: "Já tinha perdido dois amigos. Os jovens eram obrigados a ir à guerra". Em 1975 – um ano depois do levante dos militares contra a ditadura salazarista – ela foi deputada na Assembleia Constituinte portuguesa pelo Partido Socialista e eleita para a primeira legislatura da Assembleia da República. Na Constituinte, "havia juristas, professores e também havia operários e camponeses (...). Eram pessoas muito ligadas à vida prática e à luta trabalhadora", destaca.

Emissão em português - Carmelinda Pereira: deputada na Constituinte portuguesa - 26/04/24

Em 25 de abril de 1974, o regime autoritário de Antonio Salazar em Portugal foi derrubado pelo levante pacífico do exército português, que se opunha às guerras imperialistas nas colônias de Angola e Moçambique. As baixas patentes das Forças Armadas portuguesas tomaram uma emissora de rádio e colocaram em prática a revolução pela liberdade na noite de 24 de abril, como relata o ex-militar português Vasco Lourenço, um dos idealizadores do Abril de 1974. Um pouco antes da meia-noite, os soldados emitiram 'E depois do Adeus', de Paulo de Carvalho. Era o primeiro sinal ou senha para o exército começar o Golpe de Estado que tiraria o ditador Salazar do poder, explica Lourenço, que hoje preside a 'Associação 25 de Abril'. Já na madrugada do dia 25, com os soldados nas ruas, 'Grândola, Vila Morena', do cantor José Afonso, começou a soar. Era um aviso de que os militares seguiam com o plano e, portanto, o anúncio do começo da liberdade, emitido para todo o país. Este é um programa especial sobre esse momento histórico para as democracias europeias conhecido como a Revolução dos Cravos, que recebeu este nome graças a que Celeste Caeiro entregasse cravos, despretensiosamente, aos soldados revolucionários. Conversamos com a escritora Teresa Moure, autora de 'A Balada do Desterro'. Ilustrado por Maria João Worm, o livro retrata vida e obra, luzes e sombras, de José Afonso – um dos artistas mais relevantes de Portugal durante a época salazarista. "O povo é quem mais ordena", cantava Zeca Afonso, que se tornou um símbolo da revolução e da própria democracia, tanto em Portugal quanto na Galícia.

Emissão em Português - Vasco, Celeste e Zeca Afonso: vozes da Revolução dos Cravos - 25/04/24

Nesta semana, Portugal comemora o cinquentenário da Revolução dos Cravos, com uma vasta programação cultural presente também na Espanha. No dia 25 de abril de 1974, a Ditadura de Antonio Salazar foi derrubada por um movimento que uniu militares e população civil. Uma canção, até então proibida, 'Grândola, Vila Morena', de José Afonso, foi transmitida pelo rádio para avisar à cidadania que começava a liberdade, após 48 anos de regime fascista em Portugal e várias guerras em suas colônias. Além da democracia portuguesa, a Revolução dos Cravos também impulsionou o processo de independência das últimas colônias de Portugal: Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Timor-Leste. As atividades realizadas em Portugal e Espanha evidenciam a importância desse marco histórico para as democracias europeias e a cultura, como contam nossos entrevistados. Célia Mendes detalha a programação e o significado da semana cultural desenvolvida no Camões - Centro Cultural Português de Vigo, Daniel Ferreira, professor e colaborador do CCP Vigo, oferece uma amostra de sua aula aberta 'O 25 de abril na literatura portuguesa', marcada para sexta-feira (26), e o músico Manuel de Oliveira fala sobre a criação do concerto 'Lá no Xepangara', dirigido por ele para homenagear o cantor José Afonso e as influências africanas em sua vida e música. O show será em Madri, neste dia 25, quinta-feira.

Emissão em Português - Fim de sigilo reforça tese sobre ações de Bolsonaro para 8/1 - 19/03/24

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