04.10.2024 - By Radio Exterior
A rede solidária universitária que se formou no Brasil em solidariedade ao povo palestino já reúne mais de 2 mil professoras e professores e vem trabalhando em diversas frentes de informação e conscientização. Quem explica é Everaldo de Oliveira Andrade, professor da Faculdade de História da Universidade de São Paulo e professor visitante da Universidade Complutense de Madri. "É uma situação que exige um posicionamento dos intelectuais, dos docentes, dos estudantes e dos funcionários das universidades em defesa dos valores humanitários que devem ser respeitados em todo o mundo", avalia Andrade. "Foi redigido um manifesto nacional, que caracteriza a situação como crítica. Do nosso ponto de vista, o Estado de Israel vem praticando um terror sistemático contra a população palestina", afirma. "Existe muita desinformação", analisa o professor, que defende, junto à rede solidária, a liberdade do pensamento crítico dentro das universidades. Durante entrevista à 'Emissão em Português', Everaldo Andrade também resgata a história da disputa pela Palestina. "Esse é um conflito muito mais profundo. Ele não começou em outubro do ano passado (...). "Em 1947, a ONU resolveu que aquela região teria um Estado de Israel sem consultar a população que vivia lá (...), com a ocupação de territórios onde já vivia um povo (...). Expulsaram mais de 800 mil palestinos daquela região e essas pessoas nunca mais puderam voltar. Se tornaram refugiados", explica. O professor da Universidade de São Paulo destaca o trabalho do historiador israelense Ilan Pappé, que documentou a política planejada por Israel para a "purificação étnica dessa região. Ou seja, as populações árabes foram sistematicamente expulsas para a constituição de um Estado por Israel, onde os palestinos não teriam lugar".