Antes do artista, houve o aprendiz de uma velha. Nos becos de Londres, Austin Osman Spare encontrou Mrs. Patterson, uma mulher que o iniciou no invisível e lhe ensinou que o corpo é o altar, o desejo é o verbo e a arte é a forma mais antiga de feitiçaria.

Spare transformou carvão em canal, prazer em teologia e o próprio corpo em rito.

Desafiou Aleister Crowley, recusou ordens e escreveu *The Book of Pleasure* como quem lança um feitiço contra os dogmas.

Chamaram-no “irmão negro”, mas o que ele fez foi devolver à magia aquilo que ela tem de mais humano: o mistério que respira na carne.

Neste episódio do *Espelho de Circe*, revisitamos o bruxo que desenhou o invisível e a mulher esquecida que o iniciou: Mrs. Patterson, a velha que deu origem a uma das artes mágicas mais subversivas do século XX.

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