Face a Face - Mario Persona (mp3) http://files.3minutos.net/evangelho/Face-a-Face-MPersona.mp3 Youtube: https://youtu.be/ULszqCp4grk Face a faceMario Persona Eu quis que nós cantássemos este hino, “Face a face”, porque ele tem tudo a ver com o tema que trarei hoje. Iniciarei o assunto com um texto tirado de um livro escrito por um homem muito famoso e já falecido. Ele morreu aos 62 anos, de pneumonia, depois de três transplantes de medula que não foram bem sucedidos. Era um cientista famoso; seu nome era Carl Sagan. Foi um astrônomo de renome, autor de várias publicações e documentários sobre o universo. Ele era um homem cético – não se dizia ateu, mas não acreditava num Deus pessoal, e achava que não se podia provar, nem deixar de provar, a existência de Deus; se enquadrando, portanto, como um cético, ou seja, alguém que simplesmente não sabe e não se interessa muito em saber sobre Deus – todavia ele acreditava na ciência e nas descobertas. No livro “O mundo assombrado pelos demônios”, Carl Sagan escreveu o seguinte: “Os seres humanos, como outros primatas, são um bando gregário, ou seja, gostam de estar juntos. Gostamos da companhia uns dos outros. Somos mamíferos e o cuidado dos pais com os filhos é essencial para continuação das linhas hereditárias. Os pais sorriem para a criança e a criança retribui o sorriso, e com isso, se fortalece um laço. Assim que o bebê consegue enxergar, ele reconhece faces, e sabemos agora que essa habilidade está instalada permanentemente em nosso cérebro. Os bebês, que há um milhão de anos eram incapazes de reconhecer um rosto, retribuíam menos sorrisos e eram menos inclinados a conquistar o coração dos pais. Eles tinham menos chance de sobreviver. Nos dias de hoje quase todos os bebês identificam rapidamente uma face humana e respondem com um sorriso bobo, como um efeito colateral inadvertido. O mecanismo de reconhecimento de padrões de nosso cérebro é tão eficiente em descobrir uma face, em meio a muitos outros pormenores, que às vezes, vemos faces onde elas não existem. Reunimos pedaços desconectados de luz e sombra e, inconscientemente, tentamos ver uma face.” Na realidade, ele acreditava na evolução do homem e não na criação, tanto que ele escreve “um bebê de um milhão de anos atrás” não seria capaz de reconhecer faces, estando menos propenso a sobreviver. Isso inclusive, é um tiro no pé, por que, se ele estava menos habilitado a sobreviver, ele não teria sobrevivido. E se ele sobrevivesse, ele não precisaria do reconhecimento de faces, então ele não precisaria evoluir essa característica. De qualquer forma, nosso assunto aqui não é a falácia da evolução – porque o homem não tem um milhão de anos! – mas, o reconhecimento da face: essa capacidade inerente do ser humano de reconhecer rostos e figuras humanas. Lembro-me quando eu fazia projetos de arquitetura e desenhava uma perspectiva. A fim de se obter noção de tamanho e de escala, utiliza-se pessoas. Hoje tudo é feito no computador, mas, na minha época, era feito no lápis, no guache e na ecoline. Eu desenhava figuras humanas que consistiam simplesmente numa oval, duas perninhas, e uma bolinha em cima; na verdade, mais parecia uma mancha, ou uma ameba com uma bolinha em cima. Porém, qualquer um que olhasse para aquele projeto diria que aquilo era uma pessoa ao lado do prédio, porque a nossa visão identifica silhuetas humanas, mesmo aonde elas não existem, ainda que seja um rabisco, ou uma mancha. Essa qualidade de identificação chama-se pareidolia e a enciclopédia Wikipedia a define como, a capacidade do cérebro de reconhecer figuras humanas. Por isso que existem tantos lugares de peregrinação quando aparece uma mancha de bolor numa parede, e logo alguém diz: “é nossa senhora que apareceu aqui”. Então forma-se aquela fila, acendem-se velas, fazem-se oração, etc, mas aquilo é uma mancha de bolor! Nosso cérebro enxerga uma figura humana, ou o rosto de Cristo. É a mesma coisa que olhar para as nuvens e ver um homem com barba, por exemplo