Sua mensagem dizia - Toca essa música pra mim? - a letra descrevia muito do que vivíamos. Um romance em segredo. Tão improvável, quanto impossível. Apenas uma vez, uma tarde, um único beijo de despedida. Foi quase adolescente. Um encontro marcado numa sorveteria, um beijo tímido. Sua beleza me intimidava a ponto de não saber agir. Tocar seus lábios era profanar o sagrado.

O amor aconteceu como sempre acontece, sem querer. Os diálogos diários, o interesse mútuo. Carinho em forma de atenção. A presença afetiva transcende a ausência física. Mensagens, chamadas de vídeo, ligações. Éramos presentes. Éramos necessários.

Não tínhamos a inocência de acreditar que ficaríamos juntos. Um relacionamento não era o fim. Amar, sim. Te amar era um exercício diário. Amei o que não pude tocar. Amei o que não pude gozar. Amei o intangível, imaterial - É isso que chamam de fé no amor?

"Talvez não seja nessa vida ainda, mas você ainda vai ser a minha vida..."

Paulo Curió