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Sob o slogan “um povo heroico”, a Secretaria Especial da Cultura do governo brasileiro lançou no início de setembro um vídeo para celebrar os 198 anos da independência do Brasil. O mote central é o heroísmo e a história do povo brasileiro, valorizando o sacrifício pessoal em nome de uma causa maior. As duas figuras destacadas eram os Imperadores D. Pedro I e II, os quais os bustos aparecem no filme político, sob o mote da data do 7 de setembro. No entanto, o vídeo apresenta uma visão ultrapassada e sem crítica da história brasileira, valorizando os grandes nomes e enaltecendo marcos temporais arbitrários. Trata-se do mesmo governo que exalta como herói a figura de um torturador condenado e que tem como presidente da Fundação Cultural Palmares um indivíduo que busca negar a trajetória de Zumbi dos Palmares e apagar a importância o dia da consciência negra. Esse revisionismo serve aos objetivos do presente: um projeto político conservador, ligado ao capital financeiro internacional, ao desmonte do Estado, mas que se apresenta como patriota, se veste de verde e amarelo e seleciona heróis brasileiros específicos para justificar e apresentar seus atos. Tem razão Bertold Bretch ao afirmar que “infeliz é a nação que precisa de heróis”? Para quem serve a escolha desses heróis? Quem escolhe estes heróis? Quem são historicamente estes personagens selecionados como representantes da nossa história? Herói é coisa do passado?
O convidado desse episódio foi o professor Adriano Comissoli da Universidade Federal de Santa Maria.
Sob o slogan “um povo heroico”, a Secretaria Especial da Cultura do governo brasileiro lançou no início de setembro um vídeo para celebrar os 198 anos da independência do Brasil. O mote central é o heroísmo e a história do povo brasileiro, valorizando o sacrifício pessoal em nome de uma causa maior. As duas figuras destacadas eram os Imperadores D. Pedro I e II, os quais os bustos aparecem no filme político, sob o mote da data do 7 de setembro. No entanto, o vídeo apresenta uma visão ultrapassada e sem crítica da história brasileira, valorizando os grandes nomes e enaltecendo marcos temporais arbitrários. Trata-se do mesmo governo que exalta como herói a figura de um torturador condenado e que tem como presidente da Fundação Cultural Palmares um indivíduo que busca negar a trajetória de Zumbi dos Palmares e apagar a importância o dia da consciência negra. Esse revisionismo serve aos objetivos do presente: um projeto político conservador, ligado ao capital financeiro internacional, ao desmonte do Estado, mas que se apresenta como patriota, se veste de verde e amarelo e seleciona heróis brasileiros específicos para justificar e apresentar seus atos. Tem razão Bertold Bretch ao afirmar que “infeliz é a nação que precisa de heróis”? Para quem serve a escolha desses heróis? Quem escolhe estes heróis? Quem são historicamente estes personagens selecionados como representantes da nossa história? Herói é coisa do passado?
O convidado desse episódio foi o professor Adriano Comissoli da Universidade Federal de Santa Maria.