O anúncio de um conjunto de medidas com o objetivo de desenvolver áreas estratégicas da indústria nacional, com promessa de investimentos na casa de 300 bilhões de reais até 2026, pode representar um alento, mas estaria distante de verdadeira e necessária reindustrialização do País? Esta pergunta surgiu após o governo Lula lançar sua política industrial, a Nova Indústria Brasil, em um evento com a presença de lideranças políticas e representantes do setor produtivo.

A dobradinha do momento é a indicação do ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski para o ministério da Justiça e Segurança Pública no lugar de Flávio Dino, que, por sua vez, está de malas prontas para tomar posse de um dos assentos da Suprema Corte. A mudança no comando da pasta suscitou discussões sobre a divisão em dois ministérios, um da Justiça e outro exclusivo da Segurança Pública, e acerca do que fazer com os espaços ocupados pelo PSB, de Dino, agora cedidos às escolhas de Lewandowski.

A decisão do Tribunal Supremo da Venezuela de confirmar a inelegibilidade de María Corina Machado por 15 anos, o que a impede de ser a adversária do presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais previstas para o segundo semestre deste ano, reacendeu a sanha imperialista dos EUA de impor sanções à economia do país caribenho. Enquanto para a Suprema Corte, Corina fez parte de uma “trama de corrupção” ao lado de Juan Guaidó (até outros dias autoproclamado presidente da Venezuela), para os EUA o impedimento à candidatura da vencedora das primárias oposicionistas significa um rompimento aos acordos de consenso nacional firmados entre o governo e a oposição nos últimos anos.

A Petrobras iniciou 2024 com um ato concreto que vai além do mero discurso da reconstrução de seu papel no desenvolvimento do Brasil. Em um evento recheado de simbolismo, com o presidente Lula vestido com o macacão laranja dos petroleiros, a companhia retomou os investimentos na Refinaria Abreu e Lima – RNEST, localizada no estado de Pernambuco. A refinaria inaugurada em 2005 teve suas obras interrompidas em 2015 por causa da Operação Lava Jato e passou a estar na boca dos adeptos da turma de Curitiba como exemplo da malversação de recursos públicos à época.

O presidente Lula sancionou um projeto de lei que dobra a quantidade de estações de rádio e TV por emissora no Brasil, o que tende a aumentar a concentração de concessões nas mãos de poucos empresários e conglomerados de mídia. De autoria do deputado Marcos Pereira (REPUBLICANOS-SP), o PL 7/23, que agora deu lugar a Lei 14.812/24, não foi amplamente discutido no Congresso e passou despercebido pela opinião pública em 2023.

Se durante a campanha à Presidência da República, o presidente Lula e sua claque pedia pela revogação do Novo Ensino Médio, hoje, após consulta pública e suspensão do novo modelo por alguns meses, um projeto de lei no Congresso enviado pelo ministério da Educação está sendo discutido por ninguém menos que Mendonça Filho (deputado federal do UNIÃO BRASIL pelo estado de Pernambuco), chefe do MEC quando as alterações no ensino foram feitas e implementadas, ainda no (des)governo Temer.

Lula entra no segundo ano de seu 3° mandato na Presidência da República. Guilherme Boulos conduz articulações para vencer a disputa pela prefeitura de São Paulo em outubro. Ciro Gomes tenta recuperar espaço com seu projeto pessoal de comunicação e dando entrevistas. No geral, está na hora de a esquerda criticar o governo Lula ou se faz necessário dar mais tempo ao petista?

As relações externas do terceiro mandato de Lula são assunto para a conversa com o analista internacional Fabio Reis Vianna, no 4º episódio da série de entrevistas do #Perspectivas2024.

Sob críticas dos trabalhadores da EMBRAER, a empresa recebeu 6 bilhões de reais de um empréstimo ofertado pelo BNDES. Para o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região – SINDMETAL-SJC, o banco de fomento público não deveria autorizar linhas de financiamento enquanto a companhia resiste, há seis anos, em assinar a convenção coletiva que garante os direitos trabalhistas de seus trabalhadores. A entidade é a mesma que representa dos funcionários da AVIBRAS, principal indústria de artigos militares do País, em estado de recuperação judicial e devendo salários.

Para responder à pergunta se a gestão de Fernando Haddad no ministério da Fazenda do governo Lula está tirando a economia brasileira do buraco, o 3º episódio do #Perspectivas2024 conversa com o economista José Luís Oreiro.