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#19 Literatura de Cordel Brasileiro

05.21.2020 - By Alice FerreiraPlay

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Literatura de Cordel

Literatura de Cordel é uma literatura popular, feita com base na cultura popular, em relatos da tradição oral. Ilustradas com técnica de xilogravuras, as obras eram impressas em folhetins de produção barata, sendo destinadas ao grande público. Teve grande preponderância no nordeste brasileiro.

O nome literatura de cordel tem sua origem em Portugal, onde os livros eram vendidos pendurados em cordéis, ou seja, fios de barbante. As cantigas dos trovadores medievais, que transmitiam notícias através de versos, estão na base da literatura de cordel.

Características da literatura de cordel

Utilizavam uma linguagem informal, com rimas fáceis de cantar e decorar.

Relatavam temas cotidianos, históricos e religiosos, bem como lendas do folclore brasileiro.

Falavam sobre o relacionamento entre as pessoas, quer amoroso, quer social.

Faziam críticas sociais e políticas, recorrendo ao humor, sarcasmo e ironia.

Os autores exprimiam suas opiniões nas suas obras.

Autores de literatura de cordel

Leandro Gomes de Barros;

Francisco das Chagas Batista;

João Martins de Athayde;

Cuíca de Santo Amaro;

Apolônio Alves dos Santos;

Firmino Teixeira do Amaral;

João Ferreira de Lima.

Obras de literatura de cordel

A seca do Ceará, de Leandro Gomes de Barros;

O Justiceiro do Norte, de Rouxinol do Rinaré;

Epopeia do Boi Corisco, de José Vidal dos Santos;

O cachorro dos mortos, de Leandro Gomes de Barros;

História das Sete Cidades da Serra da Ibiapaba-Ce, de Apolônio Alves dos Santos;

Peleja de Pinto com Milanês, de Severino Milanês da Silva;

A história emocionante de Celeste e Bitião, de Gonçalo F. da Silva;

Antônio Silvino, o Rei dos Cangaceiros, de Leandro Gomes de Barros.

Poesia de cordel

E Tudo Vem a Ser Nada

Tanta riqueza inserida

Por tanta gente orgulhosa

Se julgando poderosa

No curto espaço da vida

Oh! que idéia perdida

Oh! que mente tão errada

Dessa gente que enlevada

Nessa fingida grandeza

Junta montões de riqueza

E tudo vem a ser nada

[...]

(Silvino Pirauá)

A Discussão do Carioca com o Pau-de-Arara

[...]

Certo dia feriado

sendo o primeiro do mês

fui tomar uma cerveja

no bar de um português

lá assisti uma cena

agora pego na pena

para contar pra vocês

Quando eu estava sentado

chegou nessa ocasião

um velho pernambucano

daqueles lá do sertão

com a maior ligeireza

foi se sentando na mesa

pediu uma refeição

O português logo trouxe

um prato grande sortido

o nortista vendo aquilo

ficou logo enfurecido

com um gesto carrancudo

começou mexendo tudo

depois falou constrangido

Patrício não me leve a mal

nem me queira achar ruim

toda espécie de comida

que você tem é assim?

desculpe minha expressão

mas a sua refeição

não vai servir para mim

[...]

(Apolônio Alves dos Santos)

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