07.23.2019 - By pedro
ONG voltará a resgatar migrantes no mar Meditarrâneo
ONG voltará a resgatar migrantes no mar Mediterrâneo
do Interior e das Relações Exteriores de 15 países europeus em Paris para discutir como receber migrantes.
A ONG SOS Mediterranée, em colaboração com Médicos Sem Fronteiras (MSF), retornou ao mar sete meses após a imobilização de seu navio Aquarius para socorrer os migrantes no Mediterrâneo, apesar da recusa dos portos europeus de aceitar navios humanitários.
O navio Ocean Viking, com bandeira norueguesa, dirige-se desde 18 de julho "para o Mediterrâneo para liderar uma nova campanha de salvamento no Mediterrâneo central" - a rota marítima migratória mais mortífera -, anunciou a ONG em um comunicado.
"O navio vai patrulhar o Mediterrâneo central, de onde vem o maior número de pedidos de ajuda, mas sem nunca entrar nas águas territoriais líbias", informou Frédéric Penard, diretor de operações da SOS Mediterranée.
"Nossa presença no mar é para salvar vidas. Esperamos que os Estados nos entendam e se juntem a nós, porque não há outra solução", afirmou.
Para ele, dizer que são as embarcações de salvamento que incitam as travessias é falso. "Mesmo sem os navios, as saídas continuam."
Pelo menos 426 pessoas morreram tentando atravessar o Mar Mediterrâneo desde o início do ano, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O último naufrágio ao largo da costa da Tunísia causou 60 mortes.
Depois de quase três anos no mar, o Aquarius, que resgatou 30 mil migrantes, teve que cessar suas atividades em dezembro de 2018, depois de ter sido privado de sua bandeira de Gibraltar e depois do Panamá.
O Ocean Viking, de 69 metros de comprimento, foi construído em 1986 para a assistência a plataformas de petróleo. Mais de trinta pessoas estão a bordo. A capacidade de recepção não foi especificada.
Cada dia no mar custa 14 mil euros, segundo a ONG, que pede doações.
A nova campanha começará quase um mês após a detenção do Sea Watch 3, barco fretado pela ONG alemã Sea Watch, e de sua capitã Carola Rackete na Sicília, um aviso das autoridades italianas às embarcações humanitárias.
A Itália denuncia que não há "partilha dos encargos" na União Europeia (UE), que a deixa sozinha na linha de frente da recepção dos migrantes.
"Chega das decisões tomadas apenas em Paris e Berlim. A Itália não está mais disposta a aceitar todos os migrantes que chegam à Europa", declarou neste domingo (21) o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini.
A Europa parece incapaz de chegar a um acordo. Uma nova reunião de ministros do Interior e das Relações Exteriores de 15 países europeus está programada para segunda-feira (22) em Paris.
Source: G1
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