Marina Pires (Instagram: @marinapires_vet) , Médica Veterinária e Sócia da Clínica IMMP no Rio de Janeiro, fala sobre os cuidados que devemos ter com nossos animais idosos.
Veterinários especializados em geriatria canina falam sobre os cuidados com os velhos amigos de quatro patas
Quando o cão chega à terceira idade, merece cuidados especiais e até uma visita ao geriatra – isso mesmo, geriatra! Os avanços da medicina veterinária preventiva têm feito com que a expectativa de vida dos animais aumente. Há uma década, com 6 anos os cães eram considerados animais de idade avançada.
Hoje, graças a vacinas, tratamentos de última geração e alimentação de primeira, eles passaram a viver mais – e muito bem. Não é incomum se deparar por aí com bichos que já ultrapassaram uma década. E, para cuidar da maturidade deles, existe até veterinário especializado em geriatria canina. Saiba o que eles dizem sobre os cuidados com os cachorros velhinhos.
O que muda quando o cachorro fica mais velho?
“As visitas ao veterinário devem se tornar mais frequentes”, explica o veterinário Mário Marcondes, de São Paulo. Enquanto os cães mais jovens passam por avaliações anuais, os idosos precisam ter a saúde conferida a cada seis meses. Nessas consultas, exames de rotina para avaliar coração, rins, boca, olhos e conferir como andam os níveis de alguns hormônios são essenciais.
Quais são os problemas mais frequentes nessa faixa etária?
São quatro, e o melhor é que você pode prevenir a maioria deles ou, ao menos, evitar que avancem, diagnosticando cedo.
Alterações cardíacas: uma vida ativa e cheia de passeios faz muito bem à saúde cardíaca dos cachorros. Mesmo que seu animal tenha essa rotina saudável, com a idade não custa prestar atenção em sinais como tosse e respiração ofegante, que entregam doenças no peito.
Problemas ortopédicos: são mais diagnosticados em animais de grande porte, como labrador e rottweiler. Caso o quadro se agrave, com o tempo o bicho pode ter dificuldade para se levantar e se locomover.
Insuficiência renal: acomete com maior frequência raças de pequeno porte, como poodle e cocker spaniel. Com o envelhecimento, os rins deixam de funcionar como deveriam e acabam eliminando nutrientes essenciais. Se o animal perder o apetite, emagrecer rapidamente, passar a beber muita água e fizer xixi a todo momento, leve-o depressa ao veterinário.
Disfunção cognitiva: os cães com idade muito avançada às vezes sofrem de uma degeneração similar ao Alzheimer. Daí, se tornam lentos e distantes. O aprendizado e o treinamento que receberam ao longo da vida podem regredir consideravelmente.
Dá para passear numa boa com o cachorro idoso?
Claro! A recomendação é que ele seja levado para caminhar nos horários mais frescos do dia. E nada de forçá-lo a se exercitar além do seu limite.
Como deve ser a alimentação?
O conselho é dar preferência às chamadas rações seniores, adaptadas às necessidades nutricionais da maturidade. “Elas são ricas em ômega-3, zinco, proteínas, fibras e pobres em gordura”, afirma Cynthia Schoenardie, veterinária.
Quando os cães se tornam senhores
Aquela história de que 1 ano de idade do cachorro equivale a 7 de um ser humano não serve de parâmetro. O porte é o principal fator para estabelecer o início da terceira idade para os pets. “Cães pequenos, com até 10 quilos, só são considerados idosos aos 7 ou 8 anos. Já os maiores, que pesam entre 26 e 45 quilos, podem entrar na maturidade ao completar 5 anos”, ensina a professora Denise Schwartz, de São Paulo.