Metamorfose

Há duas semanas o Metamorfose Ambulante chegou ao 10º episódio, que foi também o final da Primeira Temporada.

Para mim, foram 5 meses de muito aprendizado, não só das tecnicidades de um podcast como também de como colocar um conteúdo nesse outro formato que eu ainda não conhecia, o formato falado, que é muito diferente do formato escrito. Brincar com os pacotes de informação e entregá-los de várias formas diferentes é uma coisa que me interessa muito.

Para vocês eu espero que tenha sido também de vários aprendizados e, o que mais me interessa, de muitos insights, porque se tem uma coisa legal neste vida é poder ouvir alguém falando alguma coisa e conectar os pontos dentro da gente, dizendo “É mesmo! Isto diz alguma coisa para mim".

O Metamorfose volta para a Segunda Temporada no dia 03/09, às terças-feiras, a cada 15 dias.

Até lá!

Neste episódio estou falando sobre um assunto que eu gosto muito. Nestes tempos em que as vozes das minorias estão se fazendo ouvir, em que estamos em processo de aceitar e incluir os excluídos, em que existem grupos buscando representatividade para cada aspecto negligenciado em nossa sociedade, uma coisa é certa: estamos com as feridas abertas e à flor da pele.

É como se antes nossa sociedade fosse uma festa privada na qual muitos não podiam entrar. Agora, a festinha está mais bacana porque a cada momento mais um grupo é ouvido e incluído. Isso é lindo!

Mas é legal a gente se lembrar que, dentro da festinha, ainda não estamos nos divertindo. As feridas são profundas e as dores são reais. Anos e anos de negligência geram raiva e revolta, e agora, dentro dessa festinha, ainda estamos na fase de mostrar as nossas feridas, ainda não chegamos na fase das soluções.

É importante sabermos disso para não confundirmos nossas dores com os nossos desejos. Para que a gente possa ir para a próxima fase, aquela na qual cada grupo incluído na festinha começa a de fato se divertir dentro dela, temos que olhar para as nossas feridas pessoais, sabe?

Se eu me identifico com o movimento feminista mas não curo o meu feminino ferido, eu vou projetar minhas feridas no movimento e vou precisar que ele exista para sempre para que eu possa despejar ali as minhas frustrações. Mas em algum momento teremos que sair da fase das dores e entrar na fase da conciliação. E para que isso aconteça é legal que a nossa parte individual, a cura das nossas feridas pessoais, esteja bem organizadinha. Deu para entender?

O resto da história eu conto no áudio. ;)

Superpoder é uma expressão lúdica que eu uso para me referir ao que acontece quando nossa casa interna vai se organizando e deixando espaço para as habilidades fluirem com naturalidade dentro de nós.

Tem a ver com assumir que sou boa em tal coisa, e usar isso a meu favor. Ou assumir que meu jeito de funcionar é diferente de como me ensinaram, mas que está tudo bem ser assim. Essa configuração é tão personalizada, tão individualizada, que acaba sendo natural perceber que as minhas qualidades não são melhores nem piores que as de mais ninguém, são apenas diferentes.

Além disso, uma coisa muito bacana de funcionar o mais perto possível dos Superpoderes é a calma que surge desse alinhamento interno. Os desafios continuam acontecendo pela vida, claro, mas tem algo que flui melhor dentro da gente.

Desde o começo do ano eu estou fazendo um experimento para conhecer os meus Superpoderes e viver o maior tempo possível a partir deles. Parte desse experimento aconteceu há alguns meses, quando passei vários dias acumulando louça suja e anotando como eu me sentia com aquilo. (Cada um com as suas loucuras, como diz a minha avó!)

Neste episódio eu conto com mais detalhes sobre essa experiência, na qual decidi colocar à prova os meus Superpoderes para descobrir onde eles deixam de me ajudar e passam a me atrapalhar.

Além disso, te explico como você pode começar a descobrir os seus Superpoderes (e, se quiser, colocá-los à prova também). Aliás, se você ouvir o episódio, vem me contar: o que seria o equivalente à louça para você?

O resto da história eu conto no áudio. ;)

O uso que eu faço das redes sociais diz mais sobre mim do que sobre qualquer outra pessoa. Nestes tempos de notícias e denúncias quase diárias envolvendo figuras públicas (de políticos a celebridades), tendemos a repassar quase imediatamente as notícias, memes e fotos sobre os assuntos que estão mexendo com a gente.

Neste episódio estou fazendo um convite a usarmos o Caderno de Observação para percebermos de onde vem a motivação em compartilhar conteúdos nas redes. Estamos partindo de uma vontade de construir e agregar? Ou estamos querendo jogar pedra em alguém que anda por perto na Estrada?

Quando agimos de forma reativa, perdemos a autonomia de pensamento e corremos o risco de atuarmos quase como rebanhos, ecoando mensagens que talvez nem gostaríamos de estar reproduzindo.

Uma professora uma vez me disse “Não é tanto o que estamos dizendo, e sim de onde partimos, internamente, quando passamos a mensagem”. O episódio de hoje vai bem por aí!

O resto da história eu conto no áudio. ;)

A estrada é a trilha sobre a qual nós estamos andando caminhando, ou seja, é a herança concreta (tecnologia, infraestrutura etc) e abstrata (crenças, nível de consciência etc) deixada pelos seres humanos que vieram antes de nós.

Toda vez que eu me trabalho e me organizo, eu estou alimentando também a organização dessa estrada, do coletivo. Nós caminhamos pela estrada mas também somos responsáveis por pavimentá-la.

Quando eu entendi essa troca, do individual para o coletivo e de volta para o individual, percebi duas coisas: a responsabilidade que eu tenho em deixar os meus conteúdos bem organizados no pavimento da estrada e a possibilidade de fazermos transformações importantes começando do pequeno, dentro de cada um.

Este episódio vai se desenvolvendo a partir dessa ideia até chegar no que eu acredito ser um dos maiores legados que podemos deixar para as próximas gerações: a mudança do combate para a conciliação e a construção de novas formas de lidar com os conflitos.

O resto da história eu conto no áudio. ;)

Complementando o texto publicado no site no mês passado, chamado MARIE KONDO DA CASA INTERNA, neste episódio do Metamorfose eu falei um pouquinho mais sobre essa organização interna e tentei desconstruir, de um jeito bem sucinto, algumas ideias meio atrasadinhas que ainda temos a respeito do autoconhecimento (tipo “Não preciso de ajuda. Eu resolvo minhas questões sozinho”).

Este episódio saiu bem do jeito que eu mais gosto, motivador e informativo. Usando a alegoria da casa (que eu adoro!), fui explicando a satisfação e a libertação de fazermos reformas, quebrarmos paredes, esvaziarmos gavetas e faxinarmos os nossos cantinhos internos.

Pelo fato de ainda acharmos que a felicidade vai chegar junto com a casa no bairro X, o cargo com salário Y, as roupas de tal marca, o corpo com tal formato, a juventude eterna, talvez eu ainda sinta vontade de falar sobre isso muito mais vezes. Ou pelo menos até a nossa consciência coletiva entender que investir energia para explorar, organizar e resolver o nosso mundo interno é tão importante quanto investir energia em construir o que quer que seja no nosso mundo externo. Na verdade eu acho até mais importante. Mas vamos aos poucos, vai…

O resto da história eu conto no áudio. ;)

A paisagem é o fundo, o cenário da nossa estrada. É como se fosse a linha editorial da nossa vida. A gente tende a dar muito pouca atenção para esse cenário que está por trás das figuras, as coisas que estão no protagonismo das nossas vidas.

Mas eu gosto de fazer o seguinte exercício: coloca em uma outra paisagem esse mesmo problema com o qual você está se debatendo. Veja como ele fica diferente. Coloca esse seu posicionamento em outro fundo, veja como ele também pode mudar. Tenta se colocar em um outro lugar olhando para a mesma questão. Mude os fundos de vez em quando, mantendo igual a figura central, e veja como as suas formas de enxergar as coisas podem ficar mais amplas e frescas.

O resto da história eu conto no áudio. ;)

Estou dando uma pausa no Caderno de Viagens para trazer um episódio bem pessoal. O Metamorfose tem apenas 4 episódios mas muita coisa precisou acontecer dentro de mim para eu ter coragem de me jogar e soltar a minha voz neste projeto. Além disso, desde o seu lançamento, o Metamorfose vem me ensinando sobre meu censor interno, sobre os conhecimentos compartilhados por outras pessoas e sobre tolerância de ideias.

Este episódio é perfeito para quem está com vontade de se jogar e soltar a sua própria voz, assim como para qualquer pessoa que coloca ou já colocou criadores de conteúdo em um pedestal. Estamos todos na tentativa e erro, tentando desvendar como funciona este mundo incrível e bagunçado e falando sobre as nossas descobertas durante o caminho.

O resto da história eu conto no áudio. ;)

Vamos continuar montando o nosso Guia de Viagem? Agora que o Caderno de Observação está em mãos, falemos sobre os Outdoors que a gente encontra na estrada.

Aqui a gente vai falar sobre o desafio e a importância de filtrar as mensagens que a gente recebe passiva e ativamente pelos meios de comunicação. É muita gente nos dizendo o que deveríamos estar fazendo e isso sobrecarrega nossa pobre Mente, que adora uma neurose, convenhamos.

Se você está seguindo uma blogueira incrível que fala sobre alimentação natural mas isso em vez de te motivar está te causando angústia, vergonha, culpa, alguma coisa está errada, mesmo que a mensagem seja super bem intencionada.

Os Outdoors da estrada, ou seja, as mensagens que moldam o nosso comportamento coletivo, os anúncios que nos ensinam o que é bem visto ou mal visto, o que é valorizado ou não naquele momento naquela cultura, apelam para a nossa vontade natural de fazermos o melhor por nós, pela comunidade, pelo planeta somada ao desejo de fazermos parte de grupos ou caixinhas somados ao excesso de informação que a gente não dá mais conta de filtrar.

É como se cada crença, cada “deveria” internalizado fosse um documento que a gente assina meio sem ler e solta displicentemente em um canto da mesa. De tempos em tempos é legal dar uma olhada na pilha de papéis e verificar o que é que a gente está deixando entrar na nossa cabeça, quais são as verdades que nós estamos corroborando, assinando embaixo.

Na verdade eu adoraria que vocês ouvissem e me dissessem se isso faz sentido para vocês. O resto da história eu conto no áudio. ;)

Para acessar os links comentados neste episódio: verenakacinskis/podcast

Eu decidi fazer uma coisa que já está na minha cabeça há um tempão mas que, por algum motivo, eu nunca consegui colocar em nenhum dos posts do site (vai ver que é porque tinha que sair falado, e não escrito, né?): vamos preparar um Guia de Viagem com os principais equipamentos e habilidades que a gente precisa para viajar nessa estrada da nossa vida.

Uma parte da viagem é COMO a gente anda na estrada. Alguém escolhe andar de ré, outra pessoa vai bem devagarinho, outra vai correndo etc. Cada um tem o seu jeito porque cada um tem um tipo de personalidade, então essa é a parte INDIVIDUAL da viagem.

A outra parte é POR ONDE a gente anda. Todos estamos pisando no mesmo chão, na mesma estrada que nossos pais passaram, e os pais deles, e os pais deles, mesmo que a gente tenha mudado de faixa ao longo do caminho. Cada geração antes da gente melhorou o pavimento, a sinalização, as regras de boa convivência para ninguém atropelar ninguém, por exemplo. São as regras, os padrões, as normas. Essa é a parte COLETIVA, social.

Então neste episódio imagine que nós nos encontramos em algum lugar do caminho e eu te chamei para um cantinho, tipo “Ei, psiu, me encontra no acostamento do km 2019, perto da placa”. E a gente se encontrou lá. E eu te entreguei um Caderno de Observação e te falei sobre o luxo de não precisarmos nos preocupar com a construção do caminho. Falei sobre como isso nos deixa energia sobrando para começarmos a modificar algumas das regras deixadas pelos que construíram a estrada.

E enfim, o resto da história eu te conto no áudio. ;)