A arte de comunicar através do sabor
Hoje falamos sobre doces — mas, no fundo, falamos sobre emoções.
Falamos sobre a memória dos sabores, o prazer e a culpa, a criatividade que nasce do açúcar e a forma como a comida se transforma numa linguagem afetiva.
Neste episódio do Pergunta Simples, Rita Nascimento, mais conhecida como La Dolce Rita, mostra que uma sobremesa pode conter tudo: química e poesia, rigor e generosidade, técnica e amor.
O que nos ensina a doçura sobre comunicação? Rita Nascimento
Entre bolos, pastéis e gelados, há sempre uma forma de expressão — e também uma forma de relação.
A pastelaria como linguagem
Formada em pastelaria, Rita trabalhou em cozinhas de vários países e, há anos, dedica-se a ensinar, filmar e partilhar o que sabe sobre o mundo das sobremesas.
O seu canal de YouTube e os seus livros conquistaram milhares de seguidores — não apenas porque as receitas funcionam, mas porque comunicam verdade.
Para Rita, a pastelaria tem o seu próprio vocabulário — “uma pitadinha”, “um punhadinho” — e exige tradução: cada gesto, cada mistura, cada textura carrega uma intenção e uma memória.
Como em qualquer língua, é preciso saber interpretar e transmitir.
O equilíbrio entre prazer e culpa
Num tempo em que o açúcar é frequentemente visto como um inimigo, Rita Nascimento propõe outra forma de olhar para o prazer.
Não é o doce que está em causa, mas o excesso.
O problema começa quando o que era exceção passa a rotina.
Nesta conversa, fala-se de equilíbrio, de consciência e de liberdade: a capacidade de saborear sem culpa, de encontrar o ponto certo entre o prazer e a moderação.
Afinal, um doce não serve apenas para alimentar o corpo — serve para alimentar a alma.
Confiança e autenticidade
Rita construiu uma comunidade de pessoas que confiam nas suas receitas e acreditam na sua palavra.
Ensinar pastelaria, explica, é também ensinar clareza, paciência e precisão.
A confiança nasce da consistência — de partilhar conteúdos honestos, de responder com atenção e de manter o toque humano no meio da velocidade digital.
No fundo, a forma como Rita comunica ensina tanto quanto os seus bolos: que o essencial está na verdade, não na aparência; no afeto, não na performance.
As memórias que ficam no sabor
A conversa leva-nos à infância: à cozinha da mãe, ao arroz-doce da avó, ao ritual de “rapar o tacho”.
Essas pequenas cenas guardam uma ternura universal — a ideia de que cozinhar é, antes de mais, um ato de amor.
Os sabores tornam-se histórias, e as histórias, quando contadas com autenticidade, tornam-se pontes entre pessoas.
E é por isso que Rita é mais do que uma doceira: é uma contadora de histórias com açúcar.
As suas receitas ensinam-nos que comunicar bem é ouvir, cuidar, ajustar o tom e o tempo — como quem mexe um creme, devagar, até encontrar a textura certa.
A doçura como forma de comunicação
Fazer doces é um ato de comunicação: requer precisão, paciência e empatia — os mesmos ingredientes que fazem uma boa conversa.
A pastelaria é, afinal, uma forma de dizer “gosto de ti”, de cuidar e de criar beleza.
Mesmo num tempo de pressa, dietas e distrações, Rita Nascimento lembra-nos que ainda há espaço para saborear devagar — para fazer da doçura uma forma de presença e da comunicação uma forma de afeto.
Porque comunicar bem, como cozinhar bem, é isto mesmo: encontrar o equilíbrio certo entre rigor e ternura.
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Esta transcrição foi gerada automaticamente. Por isso, ela pode não estar totalmente precisa.
0:12
Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação.
Hoje falamos sobre doces e, sobretudo, aquilo que eles representam.
Falamos sobre a memória dos sabores, sobre o prazer.
E sobre a culpa?
E sobre a criatividade que nasce do açúcar quando a comida se transforma numa linguagem afetiva?
0:32
A convidada deste episódio é a Rita nascimento, mais conhecida no mundo digital como ladol Serrita pasteleira, autora e comunicadora que construiu uma das comunidades mais queridas do país à volta das sobremesas.
Nesta conversa, mergulhamos no universo dos doces como forma de expressão e descobrimos que, por detrás de cada receita, há uma mistura de química, de poesia, de rigor e generosidade, de técnica e de amor.
1:07
A pastelaria é também uma linguagem, tem o seu vocabulário, uma pitadinha, um punhadinho e sem os seus códigos e as suas emoções.
E como em qualquer outra língua, é preciso saber traduzir, compreender o gesto, a mistura, o tempo, a memória que o sabor desperta.
1:24
Com o Rita nascimento, falamos do equilíbrio entre prazer e saúde, da forma como o açúcar se tornou um demónio moderno e da importância de saborear sem culpa.
Falamos de.
Confiança com desconhecidos de comunicação digital e da arte de manter o toque humano quando se tem milhares de pessoas do outro lado do ecrã, Rita ensina pastelaria, mas também ensina outra coisa.
1:46
Ensina como comunicar com clareza, com paciência e com precisão.
As suas receitas funcionam e é daí que vem a conferência do público.
O sucesso dos seus vídeos não depende da luz ou da edição, mas da honestidade do conteúdo na conversa.
Voltamos também à cozinha da infância.
2:03
Ao arroz doce da avó, ao leite, creme queimado na hora, não há outra maneira de fazer claro ao cheiro.
Do forno ao domingo.
São sabores que contam histórias, memórias que sobrevivem a cada colherada.
E há.
Perguntas que ficam no ar porque é que os doces são uma forma de amor?
2:20
Como é que se constrói essa memória que nos ocupa o espaço mental de todos nós?
E o que é que perdemos como sociedade quando transformamos o prazer em pecado?
Rita nascimento é doceira, comunicadora, criadora de conteúdos, mas acima de tudo, uma contadora de histórias com açúcar.
2:36
E é esta esta conversa, uma lição sobre autenticidade, emoção e precisão. 3 ingredientes que, afinal, servem tanto para uma sobremesa perfeita.
Como para uma boa relação humana?
Viva Rita nascimento.
2:52
Há cá ladolce Rita.
Sim.
Como é?
Como é que tu te como é que tu te apresentas?
Como é que tu gostas de ser apresentada?
Rita, sou Rita.
Mas depois tem lá isto ladolce Rita a doce, a doce Rita, que és uma celebridade da das redes digitais também.
3:09
Toda a gente te te conhece.
Eu eu pensei muito quando quando nós temos uma amiga em comum que que que sugeriu e disse, olha, tens que falar com a Rita, a Rita, a Rita dá uma dá uma grande convidada.
E eu pensei assim, ena, que bom.
Vamos falar de açúcar do mundo que está toda a gente a falar de emagrecer.
3:26
Vamos contra a corrente como?
É que é como é que como é que.
Como é que tu sentes quando, quando pões essa narrativa?
No fundo, que o doce é bom.
Claro que o doce é bom, mas por outro lado, nós sentimos essa.
Quase esse pecado, não é quer?
Dizer, mas é um bocado é um bocado bom, não é?
3:41
É?
Um bocado aceitável.
Eu acho que sim.
Eu aqui há uns.
Acho que foi quando lancei Oo meu primeiro livro.
Tive 11 episódio muito engraçado e isto foi há já, há 10 anos.
Portanto, agora as coisas ainda estão piores e eu estou a fazer aspas assim no ar.
3:58
Eu passei por uma montra de uma livraria e estava lá o meu livro.
No meio e ao lado e ao redor do meu livro estavam todos outros livros eram sobre dietas, o que?
Faz sentido, não é eu.
Pensei, olha, está aqui uma representação do que pronto da minha vida, que é as pessoas à minha volta a fazer dieta e eu aqui, toda contente, a comer um geladinho.
4:21
Olha, quando é que tu te descobres como como doceira?
Tu tu és, tu és o quê tu és?
Eu sou pasteleira pasteleira, sim, sim, que.
Que é que é maravilhoso?
Logo, não é quer?
Dizer sim quando eu digo que sou pasteleira EE se alguém não me conhece, eu acho.
4:37
Fico a pensar que eu, se calhar, estou ali numa pastelaria a fazer bolas de Berlim e em.
Paz na realidade.
Não é, mas eu não trabalho propriamente como pasteleira, ou seja, eu não faço bolos para vender.
Tu trabalhas comunicação à volta da do?
Exato, sim, sim.
4:53
Mas o meu curso é pastelaria, portanto, eu estudei pastelaria.
Eu trabalhei efetivamente como pasteleira como chefe de pastelaria em vários sítios EE aqui há uns anos é que deixei de trabalhar ativamente a produzir para outras pessoas.
Lerem?
E hoje dedico me a ensinar em vários contextos, quer seja no YouTube, quer seja através de livros ou cursos.
5:16
Mas quando alguém me pergunta a minha profissão, como é tão complicado meter tudo no mesmo saco?
Tu pimba pasteleira pronto.
O Mestre pasteleira está coisas.
A resolver e.
Mas tu ao fazeres, as coisas que tu fazes.
Quem já agora, quem não te segue no Instagram ou no YouTube, vale a pena.
5:33
Basta procurar Rita nascimento ao lado da olça.
Rita vai encontrar te rapidamente.
Tu, de qualquer maneira, produzes muitas sobremesas, sim, e comes tudo.
Tu e a tua família, como é que?
É provavelmente a pergunta que mais me fazem.
Eu como bastante eu.
5:50
Eu não sou aquelas pessoas que fazem este conteúdo.
E que quando a Câmara acaba de gravar, quase que cospem o que estão AAA comer ou nunca aparecem a comer e depois até as coisas têm um fim mesmo.
6:07
Menos digno na no eu sou mesmo uma gulosa assumida.
Eu, antes de ser pasteleira, sou gulosa e, portanto, não consigo resistir agora.
Também tenho muito interesse em continuar a passar pelas portas e em viver muitos anos e, portanto, tens um equilíbrio.
6:26
Tem que haver aqui um equilíbrio.
E o que acontece é que eu quando acabo de fazer o que estou a fazer, seja.
Por exemplo, testes ou 11 vídeo para o YouTube.
Eu distribuo o por quem está ali perto ou se eu sei que há alguém que gosta do que eu fiz especificamente, ligo essa pessoa, dou aos vizinhos, dou ali Na Na vizinhança, à minha mãe, pronto e vai se distribuindo.
6:51
Está a explicar, não é?
Está explicada a tua, a tua popularidade.
Olha que emoções é que se consegue traduzir através das receitas.
Olha, eu acho que EE falando sobretudo na parte da pastelaria, porque a comida no geral e de astronomia, eu acho que tem um peso grande, emotivo, porque está muito ligado AA memórias da nossa infância toda a gente tem alguma memória com com a comida.
7:21
O cheiros, no meu caso, o leite de creme lá está do alto Minho.
Que a minha mãe faz, que a minha cunhada aprendeu a fazer ainda melhor.
E é que depois tem essa questão que é, tem 1111, contexto familiar.
Há uma mãe, há uma tia, há uma avó ou até uma vizinha.
7:37
Há sempre alguém que a gente associa a um, a uma, a uma receita.
Mas eu acho que os doces ainda mais, ainda mais do que 11 receita um.
Cabrito é um bacalhau.
Sim, apesar de sim também trazerem memórias, mas os doces?
E, sobretudo, porque antes os doces eram muito mais restritivos a momentos especiais.
7:58
Eramos pobres, sim.
Agora estamos a viver a abundância e o exagero.
Antigamente, não.
Exatamente no dia de festa?
Exatamente.
E também por isso é que está a haver aí.
Agora, o açúcar é um demónio, porque quer se comer a doce a toda a hora.
Quando o doce é A Exceção, não deveria ser a regra.
8:16
E antes nós comíamos doces.
Era nas festas de anos.
No Natal, na Páscoa, ou eventualmente uma comemoração ou ou até pronto, aquele bolinho de fim de semana, eram coisas que estavam sempre associadas a um momento alegre.
8:33
Mas agora nós estamos em todo o lado, em qualquer pastelaria, em qualquer.
É a toda hora a.
Toda hora nos podemos comer.
Lembro me da da minha infância, de ter aquele ritual que era de rapar os tachos.
Dos bolos?
Sim, sim, com o dedo.
Sim, que era que lá está essa essa memória?
8:49
A pastelaria é uma linguagem universal.
Tu andaste por vários sítios do mundo, se estiveste nos Estados Unidos, se estiveste no Japão, se estiveste em Itália.
Foi só de férias, mas mas a viver e a trabalhar.
Estive em Espanha, em Itália, no Reino Unido, EE, nos Estados Unidos não, ainda não fazia pastelaria, mas mas vivi lá durante um ano.
9:10
E são todos gulosos, Os Americanos também.
Os Americanos são muito gulosos, é, eu acho que em todos os em todos os sítios que eu que eu passei.
Havia gente muito gulosa e uma pastelaria bastante presente.
Olha, e é uma linguagem universal, isto é, se eu pegar num pastel de nata e o levar aos Estados Unidos ou o levar ao Japão ou a Itália, se calhar é mais fácil.
9:30
É uma linguagem universal quando quando os de lá dão 11 trincadela na, na, neste, neste, pastel de nata, acham que aquilo é tão maravilhoso como nós achamos.
Ou.
O pastel de nata é bastante consensual, é universal.
Outras coisas já não, mas o pastel de nata, ainda na semana passada, um amigo meu, que é de que vive na Nova Zelândia, é natural de lá, mandou me uma fotografia de um supermercado com pastéis de nata.
9:57
Lá, portanto, o pastel de nata já está em todo o lado.
Se calhar há outras coisas mais o pastel de nata tem aquela coisa que é faz toda a gente lembrar qualquer coisa.
Tem a massa folhada que toda a gente conhece, aquele cremezinho aquilo.
Algumas pessoas faz lembrar o creme role, outras faz lembrar algum outro creme do seu país.
10:17
Há.
Textura também, não é?
Quando a gente mastiga, há um faz um barulhinho.
Faz um barulho e tem aquele contraste de texturas, mas não é um sabor.
Que que seja demasiado gritante, EE que perturbe alguém que não possa, que é bastante consensual, é bastante neutro.
10:34
Até.
Eu, por exemplo, 11 doce de ovos da aqueles ovinhos moles de Aveiro.
Aqueles, aqueles finzinhos também.
Pronto, isso já tem um sabor que eu acho que já é muito nosso.
Muito particular nosso.
10:51
É, é é sentido como Exagerado por parte por parte, que não tem o paladar.
Exatamente.
Nós.
Nós temos o paladar apurado para tudo o que seja doce de ovos.
Então, se calhar, um americano vê uma coisa doce de ovos e já já estranha.
Os asiáticos, então.
Mas.
11:06
Eu acho que é, é nós, já eu, desde que me lembro que como doce de ovos não é, há colheres se for preciso, não é?
E para outros países, isto é um bocadinho mais estranho agora.
Oo pastel de nata, eu acho que que conquistou o mundo hoje em dia encontras pastel de nata, à venda em todo o mundo mesmo.
11:24
Olha, e agora aquele teu ar de crítica gastronómica que eu sei que voltei meia pegas nas tuas tamanquinhas e vais para um supermercado ou para outro sítio qualquer e dizes eu agora vou comprar aqui um pastel de nata, outro bolo qualquer.
Vou experimentar, vou provar e vou dizer se é fresco, se não é fresco, se é bom, se não é bom.
11:41
Eu, eu, às vezes faço isso, até até porque as pessoas pedem, às vezes as pessoas pedem tanto.
Rita saiu isto no tal supermercado.
Gostava de saber a tua opinião?
Não sei, acho que talvez confiem no na minha opinião, porque fazem as minhas receitas e gostam, penso eu, que seja isso.
12:00
EEE, então.
Confiam no meu critério, acho eu, EEE.
Querem e querem que eu vá provar para saber se vale a pena.
Outras é porque gostaram muito, então querem também.
Querem ter um reforço, querem ter o teu, querem?
Validar aquilo?
12:16
Acho.
Acho que é.
Às vezes faço isso mais por por graça, porque as pessoas comentam alguma coisa e pedem, e outras vezes é mesmo por curiosidade minha.
E às vezes acho que é interessante partilhar, porque se for uma coisa mesmo boa, eu outro dia comprei umas bolachas.
12:32
Mas adorei.
Então, claro, partilhei, olha, isto é bué bom, não é?
Se não for muito bom, se não for bom, eu não não.
Também não vale a pena falar, até porque uma coisa é aquilo que é.
O cozinhar quase artesanal, que tenha incorporado um amor até pela comida, um amor pelos outros.
12:48
Outra coisa é cozinha industrial, que obviamente é mais massificada.
E para para garantir um custo mais baixo?
Claro, claro que a qualidade não pode ser.
A mesma, óbvio, óbvio, mas nós também podemos.
Pode ser também um ato de amor ir comprar uma coisa, não é?
Se não souberes fazer, não dás cabo da festa.
Eu adoro fazer e obviamente não é.
13:06
Quem?
Quem seria eu agora aqui a dizer o contrário?
Mas eu gosto realmente, genuinamente de fazer.
Gosto de fazer e oferecer.
Dá me gosto ver as pessoas comerem o que eu faço.
Mas também, de vez em quando, gosto de experimentar o que há já feito.
Independentemente se é numa pastelaria artesanal ou se é um pacote de bolachas do supermercado, também vejo valor nisso.
13:26
Agora, se calhar, o pacote de bolachas do supermercado, já como é mais esporadicamente.
Olha, Ah, tu agora estavas AA dar lhe esse exemplo de as pessoas pedem me para ir para ir a um supermercado ou para ir a um sítio qualquer experimentar um doce porque confiam em mim e isto para mim é uma Pedra de toque do teu trabalho que é.
13:44
EE que me interessa saber como é que se constroem confiança com desconhecidos, porque afinal aquelas pessoas que te veem, que te seguem 99%, não te conhecem, conhecem os teus amigos e os teus familiares, como é que se alimenta esta relação de confiança?
14:00
Não, não, não é uma coisa que eu tenha programado, mas simplesmente nem nunca me passou pela cabeça que isso não fosse acontecer, porque as receitas que eu partilho.
Eu sei que elas funcionam, são as receitas que eu faço, são receitas que eu testo.
14:18
Eu não faço nada por por fazer.
Eu não, não faço conteúdo.
Eu hoje em dia criou se esta ideia, este nome não é de criador de conteúdo, é um.
Influenciador.
Sim, pronto.
Eu acho que ainda há uma pequenina diferença, porque o influenciador não, às vezes não, não, não cria tanto conteúdo como um criador de conteúdo.
14:41
Cria, define uma.
Hoje, por exemplo, vou fazer uma receita.
Eu estou a criar aquele conteúdo da receita.
Não.
Simplesmente ligo a Câmara e dizem, AI, hoje acordei e sem.
Acordei com imenso apetite e a gala luz é perfeita.
O fundo é extraordinário, mas não se criou.
14:58
Sem suminho, portanto.
Tu passei no princípio de que o conteúdo tem que ser um conteúdo.
Com, com com valor e com validade.
Sim, sim, sim.
Claro que às vezes também ponho fotografias da minha cadela que não tem interesse nenhum.
E consegues muitos, muitos, muitos gostos.
Sim, as pessoas também gostam da minha cadela e, portanto, depois também.
15:15
Às vezes, se não põe, também há pessoas que dizem há muito tempo não vejo a Lola, portanto, também.
Obviamente que.
Há uma.
Há uma ligação humana na quer dizer, salvo seja, é um cão, mas há uma ligação entre entre pessoas.
Porque agora também não é.
Já as pessoas me seguem há algum tempo e depois já já se cria um bocadinho também.
15:30
Esta esta.
Esta quase esta.
Eu acho que esta curiosidade de espreitar também um bocadinho para outras partes.
E então, quando eu partilho uma receita, e voltando à pergunta que fizeste, para mim, nem sequer há a questão de AI pá, agora não tenho nada para fazer, vou, vou partilhar aqui.
15:49
Vou tirar uma receita de um sítio?
Não, as receitas que eu partilho eu sei que vão funcionar e, portanto, quando uma pessoa faz uma receita, corre bem.
Faz outra, corre bem, faz outra, corre bem.
Claro que a pessoa sabe, OK, que neste sítio é confiável.
16:05
E acho que é.
Que é que é isso?
Olha, então, e um nabo como eu, que nasceu para comer e para provar.
EE sei o que é bom, obviamente, mas.
Quando se toca a toca a fazer coisas, e agora, 30 g disto e 40 de quilo.
16:20
E agora eu já tenho dúvida.
Ou então um punhadinho.
Então aí é que eu fico completamente louco.
Um punhadinho ou uma colherzinha?
Uma.
Pitadinha.
Uma pitadinha é assim, uma pitadinha ou o quê?
É, é, é, é assim. 11 pitadinha de canela, é um bocadinho de canela nos dedos, é um sopro de canela.
É muito difícil às vezes fazer isto.
16:37
As pessoas que te que te seguem fazem te perguntas, confundem, confundem.
Quer dizer, nós somos ótimos no geral, eu acho que somos ótimos nos números ou não, se calhar não somos nada e portanto, temos dúvidas sobre estas coisas.
Como é que?
É, há muita gente que tem dúvidas, porque eu eu passo as receitas pronto, em gramas e tudo certinho assim, mas de vez em quando, claro que há uma pitadinha porque e isto é muito simples, é porque, por exemplo, quando vais?
17:04
Dar uma quantidade de sal ou de alguma coisa, como tu referiste a canela para aromatizar qualquer coisa, como as as nossas balanças não pesam.
Uma pitadinha, uma pitadinha, uma pitadinha é o quê?
É o que te cabe entre os dedos, entre o polegar e o indicador.
17:21
Pode ser um bom critério.
Olhe exatamente aquilo que cabe.
Essa aqui é uma pitadinha.
E se.
Tu pensares, em inglês.
E uma manadinha é o que cabe, é o que cabe na é o que cabe no teu punho.
Sim, uma pitada.
Se tu vem do de se tu pensares em inglês.
Pinch é um beliscão, portanto é um beliscão de sal.
17:37
Se pensares assim, é um beliscão de canela, isto é, quanto 0.1 g quando vais pesar?
Não, não dá, não dá, então pronto, dá certo.
Lá vai a pitadinha.
Lá vai a pitadinha.
Mas às vezes há pessoas que que isso lhes causa transtorno.
E eu acho que são pessoas que não não cresceram num ambiente onde se cozinhou, onde onde isso foi passado como uma coisa natural.
18:01
Eu nem nunca me lembro de algum dia.
Ter tido essa dúvida, não me lembro.
Uma pitadinha, uma pitadinha.
Eu devo ter crescido nalgum momento, essa informação foi me passada ou eu ouvi e assumi aquilo como outras coisas.
Mas quem começa do zero a cozinhar?
18:17
E há muitas pessoas que que que não entravam na cozinha em pequenos por contextos diferentes do do meu, por exemplo.
E então, imagina vão aos 20 anos, aos 25 ou aos 30 viver sozinhos?
EE deparam se com uma receita e às vezes têm mesmo dificuldade em interpretar, porque é como se estivessem uma linguagem de uma receita.
18:40
Se uma pessoa nunca fez, é como se estivesse a ler um idioma estrangeiro.
Portanto, há um código próprio das receitas.
SIM, 1 código.
Até porque depois não são só os ingredientes, mas é depois aquela coisa que é, o que é que o que é que se bate o.
Que é que se?
Que como é que quer dizer o que?
O que é que é uma raspa?
18:55
O que é?
Quer dizer, há.
Há um conjunto de implícitos.
É um idioma.
Se tu pensares nisso, é como se estivesses a falar outro idioma.
Olha, há uma coisa.
Que me que me fascina.
E eu volto à minha, volto à minha infância e à e à e à minha mãe, que é.
Há umas pessoas que têm uma capacidade de ir comer um prato qualquer num sítio qualquer, num restaurante, e têm a capacidade de voltar para casa e de pensar e de recriar isto, de fazer quase engenharia reversa, que é, sabem quais são os paladares?
19:19
Como é que se misturou?
Conseguem adivinhar intuir os passos em que aquilo é feito?
O que é que se faz primeiro, o que é que se faz depois?
Como é que se aprende esse talento?
Eu acho que é.
Primeiro, se calhar, um bocadinho de intuição EE própria já já nasceu contigo essa capacidade, portanto.
19:38
Não passa para as de mães, para filhos.
Acho que não.
E depois é treino.
É treino, porque à medida que tu vais treinando essa habilidade também vais percebendo, OK, este ingrediente funciona desta maneira, se eu juntar estes, tem esta reação e depois já mais ou menos vais te.
19:56
Pronto, é é um músculo também que vais treinando.
Há um sabor perfeito, tens, uma tens, uma sobremesa perfeita ou ou preferida?
Vai variando muito?
Eu, eu gosto muito.
Para mim, o que eu mais gosto numa sobremesa é coisas que tenham diferentes texturas.
20:13
Para mim, um se me deres 11 creme é bom, por exemplo, um leite de creme pronto, leite de creme também tem a casquinha crocante.
Queimada na hora, que é muito importante, com ovos da galinha lá do campo, quer dizer, não, lá está.
A exigência também pode ser alta.
Não se se deres só assim.
20:29
Um creme, sei lá, uma gelatina.
Eu acho triste, não é como.
Não enche a boca.
Mas acho te um bocado triste.
Agora, se tiver assim algumas coisinhas com texturas, é o que eu o que eu gosto.
E depois?
Vou variando muito agora, uma fase AI, gosto muito imenso, gosto muito disto.
20:45
EE como imenso e depois vir por outro lado, mas eu acho que pode podes ter sobremesas perfeitas assim no momento, mas não te poderia escolher uma.
E, portanto, podemos escolher várias.
Olha, estamos numa altura de clara saturação digital e tu querias muitos.
21:04
Lá está muitos conteúdos, muitos filmes bem bem filmados.
Tu consegues avaliar como é que os como é que os públicos consomem esses conteúdos?
Isto não não te leva muito tempo depois a ter que responder exatamente que alguém que tem centenas de dezenas de milhares de seguidores a responder às pessoas todas, ainda por cima, numa coisa que é de paixão, tu, tu não podes desligá las não podes deixar de responder, não é?
21:28
É, é um é assim, 11 questão que eu tenho que é.
E toda a gente com muita pressa.
Sempre, sempre com pressa.
Agora é que eu quero fazer este.
Vi agora este bolo às 3, quero fazer aqui para o jantar.
Exato.
E ela não me responde.
Às vezes há pessoas que que me dizem, Ah, tenho o bolo no forno e gostava agora que me explicasse isso assim e eu resolvi isso de uma maneira muito fácil, que foi desativei todas as notificações, todas, todas.
21:54
Eu não tenho notificações de, portanto, as pessoas coitadas podem me mandar muitas mensagens.
Eu não vou receber.
Eu só.
Eu vejo as mensagens 2 vezes por semana.
No geral, às vezes pronto.
Lá tenho um bocadinho de tempo livre, estou à espera numa num consultório e ligas.
22:10
EEE ligo.
Mas no geral eu vou ver as mensagens 2 vezes por semana.
O meu objetivo é nunca deixar ninguém sem resposta.
Não pode é ser no momento.
Portanto, eu a pessoa, se tem um bolo no forno, vai ser pouco provável que eu consiga responder atempadamente, mas eu tento responder a toda a gente mesmo agora.
22:32
Isso de facto retira me muito tempo e estava me a retirar imenso tempo, porque eu tinha essa vontade de fazer isso diariamente.
Tive que tive que tomar essa decisão porque AA é ou era.
Eu respondia às pessoas ou fazia coisas, nem fazia conteúdo.
22:49
Então, e mesmo assim, eu poderia até fazer mais conteúdo se não tivesse este compromisso de responder.
Se eu não tivesse este compromisso de responder, eu ganhava 5 horas por semana nessas 5 horas.
A responder às pessoas.
Provavelmente porque.
É que as pessoas te perguntam.
23:04
Tudo, tudo, tudo, tudo.
Perguntam me.
Tu não votas das coisas que fizeram não?
Olha como é que é gostas desta minha receita?
Sim, sim, sim, mas isso eu gosto, isso eu acho ótimo.
E quando te perguntam coisas pertinentes, também acho.
Que o hall tenha saído assim, meio torto, e que.
Mas não faz mal, às vezes há.
23:20
Ali, um amor e carinho, o.
Que interessa é o sabor.
Olha como é que tu lidas com com o erro, com a desgraça, com com.
Com o pudim que foi por ali abaixo com o.
Lido bem porque faz parte, não é só só lidaria mal EE aí às vezes.
23:37
Quando eu trabalhava a fazer, eu digo muitas vezes, quando eu trabalhava, às vezes parece um trabalho quando.
Eu tinha um emprego, agora sim, tu tens um emprego.
De quando eu trabalhava em restaurantes, se havia um erro e o cliente, por algum motivo, ficava prejudicado ou eu tinha que resolver uma coisa.
23:53
Em segundos, aí não, não, não lhe dava bem, não é porque aquilo era uma coisa.
Há uma pressão?
Claro, muito grande.
Agora, quando eu estou na minha casa tranquilamente a fazer 11 teste, a fazer testes de coisas e não corre bem a mim, só me chateia.
24:09
É o gasto dos ingredientes, porque não estão nada baratos.
Ainda por cima e.
Depois podes pedir, bom, mas tu inventaste.
Julgo que é o título de um livro.
Pelo menos vi um vídeo sobre isso, que era 5 ingredientes, 5 EUR 55 minutos.
Bom, imagino que os 5 EUR agora, agora, só para aí 15, não é?
24:26
Porque o supermercado já foi.
Conta se o livro tem 8 anos, portanto, 9 anos, 9 anos. 9 anos.
Portanto, lá está a inflação.
Fez o seu trabalho.
Portanto, podemos dizer que são agora 10 ingredientes. 10.
Euros.
E o livro chama se 555, então agora seria 5 10.
24:43
Aliás, eu fiz essa piada o ano passado.
No dia das mentiras, eu disse que íamos atualizar o livro para o 5 10 5.
Porque as coisas estavam mais caras e lá.
Está isso, é a comunicação também, que é tu teres transformado uma coisa que é numa manimónica que é muito fácil de fixar e que que me faz a mim pensar assim, bom, se isto é 5 minutos, 5 ingredientes, é barato, até eu consigo.
25:06
E consegues.
E, bom, isso é um ato de fé.
Não sei se é vale acreditar em se eu posso acreditar em ti.
Qual é o teu processo de criatividade?
De onde é que te vêm as ideias?
Olha, nem sei de.
Onde é que?
Não sei de onde é que elas me vêm.
Sei que elas não param, que eu tenho mesmo, sempre estou, sempre AA imaginar.
25:28
Estou a tomar banho, venho de carro, estou sempre a pensar em em receitas novas.
Tenho, tenho, tenho um Bloco de Notas físico e tenho o telefone.
Quando às vezes me lembro.
E tens que apontar?
Logo aponto, logo se não esqueço, me, se não também já com todos nós, não é sim, sim, sim, esqueço me EE, às vezes, até, até já me aconteceu várias vezes que é, tive uma ideia, apontei, pronto, aquilo ficou para lá, está lá de vez em quando, quando às vezes há há semanas em que eu fico assim um bocado.
25:59
O que é que vou fazer esta semana?
Tenho assim, um bocado de dificuldade em em escolher.
Lá vou eu ler a minha lista e às vezes noto que tem a mesma coisa 3 ou 4 vezes.
Ou seja, eu tive aquela ideia 3 ou 4 vezes, mas esqueci me.
E ela vai e?
Volta, vai e volta pronto.
Quando já repita, OK.
26:15
Então se calhar é melhor fazer esta já olha.
Eu estava te a perguntar isto porque uma das coisas que eu que eu ouço mais como como queixa e não tem a ver com os doces, mas tem a ver com as as refeições em casa e a pandemia e agora o teletrabalho e afins, que é aquela coisa de almoço, jantar, almoço.
Jantar, almoço, jantar.
Já não sei o que é que hei de fazer para o almoço e para o jantar, não é?
26:32
Quer dizer, é uma queixa muito comum das mulheres, principalmente, que têm que têm mais essa preocupação e têm mais essa essa carga.
Tem mais essa?
Carga mental também, como é que a gente ajuda as pessoas?
Realmente eu eu venho aqui no num, num papel de pasteleira, que é um bocadinho mais fácil.
26:49
Se bem que eu tenho muitas pessoas que me perguntam também que é AI eu vou ter uma festa, que bolo é que eu faço?
Mas lá está isso.
É uma coisa esporádica.
Agora realmente a carga do fazer.
Dia a dia, almoço e jantar, eu eu faço comida normalmente só para mim e eu oriento me.
27:08
Por exemplo, à noite faço sempre só sopa e qualquer coisa é mais fácil.
Mas quem tem filhos?
Exato.
Eu, como não tenho filhos, não tenho crianças em casa, não tenho que alimentar outras bocas, eu estou realmente numa numa, numa posição muito confortável e, portanto.
Realmente para quem consegue fazer aquele que é aquelas preparações de de comida, agora se calhar se se as pessoas também não porem tanta tanta pressão, tanta carga é uma, é uma.
27:35
Levamos, levamos demasiado a Sério esta coisa é a tua.
Comida eSIM, e temos que levar.
Não é porque estamos a levar, estamos a meter coisas dentro do nosso corpo.
Eu acho que temos que levar sim.
Mas, mas nós estávamos no almoço a discutir o jantar.
Sim, mas tem de haver também um pouco uma flexibilidade.
Às vezes EE tem de haver ali 11 equilíbrio entre o que tu podes fazer em casa e que te vai dar mais qualidade, que pode até eventualmente ser mais económico, que vai produzir, ser melhor para ti e ter um melhor sabor e outras coisas que, se calhar podes terceirizar e que complementar e não ter tanto trabalho.
28:10
Vais ali ao takeaway, vais ali ao restaurante.
Hoje é dia de frango assado, amanhã pode ser uma coisa mais.
Elaborada.
Quem puder fazer isso, não é?
Eu gosto frango assado também.
Eu adoro o meu tatinha frito.
É ótimo ali.
Estar ali, estar a estar a ver ali, OA pessoa na grelha e depois quer com molho de limão ou com picante?
Eu sim é que eu sou.
28:26
Sou gulosa de tudo.
Não é só de doces, dessas coisas também.
Olha qual é o sabor que te leva à infância?
Arroz doce?
Arroz doce Hum do branco do amarelo com uma pitadinha de canela, lá está.
Com canela, com os desenhos.
O quadriculado e feito com laranja.
28:43
Com laranja, o que é que dá?
O que é que dá laranja?
Ao ao ao ao arroz doce?
Dá lhe assim, 11 toquezinho de.
Laranja Lima.
Sim, é muito bom.
A minha avó fazia muito poucos doces, EEO, arroz doce era o que ela fazia mais.
E então ficou AA receita de família.
29:01
Vá, digamos assim.
Portanto, uma imagem de de marca da da da família.
Há receitas que tu te recusas a mudar?
Estou a pensar aqui no contexto com com a modernidade que é.
Por um lado temos a tradição, por outro lado, da nostalgia, mas por outro lado, as as coisas evoluem, os sabores evoluem.
Eu acho que há espaço para brincarmos com as receitas.
29:19
Incluindo com o arroz doce da tua avó.
Incluindo com o arroz doce da minha avó, acho que há espaço para brincarmos, nunca desmerecendo a receita original.
Receita original está lá no seu pódio?
Lá em.
Cima.
Agora, de vez em quando podemos brincar.
Eu com a receita da minha avó, por exemplo.
29:35
Eu já transformei o arroz doce da minha avó num gelado de arroz doce que ficou maravilhoso.
Agora, ultimamente fiz a receita da minha avó, mas com um crambol de canela, por exemplo.
Então?
Há esta, temos ali aquela base, podemos podemos brincar também até com o pastel de nata.
29:55
Também se pode brincar com o pastel de nata.
Pode brincar com o pastel de nata agora?
Às vezes essas brincadeiras não são é nunca chegam a ser tão boas como o original.
Então acho que às vezes pronto, se calhar, voltamos a olha o.
Que é que tu aprendeste com com a tua avó, com a tua mãe?
30:12
Estou sempre a falar das mulheres.
Quer dizer, se calhar até há um mestre pasteleiro na tua família.
Um.
Homem, mas infelizmente se calhar pronto, no sentido que elas tinham mais essa carga, elas as mulheres, mas mas é uma realidade e, portanto, também não a podemos negar.
Sim, o que é que elas te ensinaram?
30:29
Era mesmo a comida como algo de carinho.
AAA comida EE, sobretudo os doces.
É um ato de amor?
É um ato de amor.
Não é só para nutrir.
Sobretudo os doces não é para nutrir.
É para mimar?
É para mimar.
30:44
É aquela coisa de AI, agora, a minha avó, por exemplo, AI agora vem cá os os meus netos ou os meus filhos.
Então vou fazer arroz doce ou vou fazer um bolinho.
É Oo extra, é o que tu não precisas do do doce para para sobreviver nem para te para nutrição, não é se calhar.
31:01
Precisas para a alma.
Sim, mas.
Biologicamente, mas sem dúvida, sem dúvida, que aborrecimento uma vida sem sem um docinho?
Conheces pessoas que não gostem de doces de.
Todo eu conheço pessoas que dizem que não gosto, mas eu duvido sempre.
31:17
Sempre a tentar subvertê las a dizer não, não.
Gostas, não, não, eu não, não, não, não, não sou essa pessoa de estar AA impingir doces.
Quando alguém me diz Ah, eu não gosto, eu digo sempre, ótimo, mais para mim, não, não faço essa questão.
E se souberem os os cheiros, porque não é só o sabor?
31:33
Porque quando entramos na cozinha, lá está nos natais na Páscoa, se calhar agora, muitas vezes é.
É exatamente.
Cheira me, cheira me a qualquer.
Coisa, o que está no forno?
Assim, essas coisas aí a gente relaciona imenso esses cheiros, da da comida a qualquer coisa.
31:50
Há um conforto, há uma festa aos natais da infância.
É engraçado.
E isso isso é sempre obviamente curioso nos últimos anos.
Estavas a falar das mulheres, as mulheres muito como as donas da cozinha uhum, sai daqui, tu não sabes fazer, tu vais.
32:07
Isso também é culpa da das mulheres, muitas vezes até os próprios filhos, não é os rapazes.
Estás a atrapalhar.
Saio daqui e.
E podia, se podia, se podem se ter perdido brilhantes cozinheiros com esta.
Porque não houve espaço, houve só espaço para a prova, não houve espaço.
32:23
Mas também é compreensível, porque a carga que muitas delas deviam ter não é só queriam era despachar aquilo e depois ter ali uma crianceira mais. 11 empecilho?
Portanto, temos que ver isso também dessa perspetiva.
Há alguma diferença entre os homens e as mulheres no gosto, nas, nos tipos de sobremesa, do do teu público, das pessoas que te aparecem a comentar?
32:41
Olha, é capaz de haver, mas, sinceramente, ainda não consegui.
Os homens que cozinham e que fazem doces.
Estou a generalizar, a generalizar, mas normalmente são mais.
32:57
Certinhos e assertivos a fazer as as receitas.
Que é para sobreviver?
Porque se calhar não tiveram aquele treino que muitas mulheres têm, que é aquele jogo de cintura de AI, agora vou.
Eu vou salvar isto de qualquer maneira.
Fazer aqui, vou modificar acolá e às vezes depois não corre bem na pastelaria e os homens lá está generalizando?
33:18
Muitas vezes seguem as receitas mais à risca.
É preciso um rigor para fazer bem.
Pastelaria é.
É preciso, é preciso seguires.
As quantidades é, é, é.
Química não é uma ciência.
Portanto, é preciso seguires as quantidades e os métodos.
Isso não quer dizer que tu a fazer doces, não precises de estar ali encaixado numa caixinha e amordoaçado quase também podes ter muita Liberdade.
33:44
Agora, o que é a ciência e a química?
Não podes fugir, não é?
É o que é tu deixa me provocar, te o fazer doce é um ato de amor ou é um ato de vaidade?
Para ti também?
AI, para mim é vaidade, porque eu adoro de amor, sim, mas também de vaidade, porque eu adoro os meus doces e adoro que as pessoas gostem deles.
34:01
Portanto, eu fico vaidosa.
E há um prazer em dar prazer aos outros.
Muito.
Eu fico muito vaidosa quando alguém fico mesmo orgulhosa de mim e da outra pessoa, alguém que me diz assim, eu nunca tinha feito esta receita.
E fizes e correu me bem e ganhei o dia.
34:18
Por exemplo, eu tenho que ficar vaidosa?
É impossível não ficar, não é?
Olha, e como é que lidas com a diabolização do açúcar que estamos a viver hoje em dia?
Ah, eu gozo, acho, porque porque eu acho que é um também.
Às vezes há aqui um bocadinho de falta, de de, de de conhecimento e que é propositado.
34:37
É passado, não é?
Também há.
Há.
Há outras coisas que é, é.
Há muitos, muitos produtos que se podem vender aproveitando se dessa de de transformar o açúcar num num demónio, como tudo o que é saudável.
34:53
Tudo o que é light, tudo o que é sem açúcar, mas depois tem outros, tem outros.
Tipos de açúcar lá?
Exato.
E depois é também nós.
Não faz me confusão que as pessoas não percebam que o açúcar é os doces são.
Para serem consumidos ocasionalmente, nós não temos que democratizar o doce para comer ao pequeno almoço, ao almoço e ao jantar todos os dias.
35:16
Portanto, não existe nenhum motivo para haverem doces saudáveis.
Para mim, não é?
Não existe.
Faz parte da lista dos pecados que podemos fazer.
Sim, de vez em quando.
Agora, quando a gente está a transformar em doces sobremesas saudáveis, para quê?
Se a sobremesa vais comer uma na semana, come a sobremesa com açúcar.
35:33
Sossegado.
Não como, mas é 10 sobremesas, imagina?
Imagina pronto?
Eu?
Eu penso assim.
Eu sei que é um bocado ir contra a corrente e provavelmente polémico para para muita gente que vai dizer Ah, não, eu levas te.
Levas com pessoas que te odeiam por isso ou que?
Acho que não, não acho que.
Não há aqueles comentários agrestes.
35:49
Eu fico.
Sempre quando olho para as redes sociais, há sempre uma polarização tremenda.
Sobre tudo é sobre, quer dizer, sobre os doces, é tudo.
No geral, leva sempre a uma imensa pantufada e alguém falar de uma coisa que nem sequer está a dizer ou comentar apenas um trechozinho do do vídeo.
36:05
E não se deu ao trabalho sequer de de ver tudo.
E o contexto e do que é que estamos a falar?
E depois é já é grande confusão.
No meu caso, eu não dou o tipo de conteúdo que eu faço.
Não dá assim tanto azo AA haver esse esse tipo de de feedback, esse tipo de comentários, mas sim, de vez em quando há.
36:24
Há alguém que diz assim, Ah, muito açúcar.
A pessoa não provou, a pessoa não fez a receita.
Há muito açúcares.
Se der uma receita com 100 g de açúcar e outra com 1 kg de açúcar, a que tem 100 g de açúcar pode ter demasiado açúcar em proporção, e a que tem 1 kg de açúcar pode ter muito pouco açúcar em proporção.
36:40
Depende de todo o resto, depende de de todas as outras quantidades, não é?
Portanto, a pessoa se calhar viu uma receita 300 g de açúcar, AI imenso açúcar, mas quer dizer, não provou, não fez.
E então também não tem.
Não tem lugar de fala naquilo.
36:55
Então não ligo não, não.
Olha, as pessoas adoram histórias, obviamente.
Como é que se conta uma boa história recorrendo aos doces, porque é isso que no fundo que tu fazes, não é?
Quer dizer, tu estás a já agora, tecnicamente, como é que tu filmas aquilo?
Tens, tens uma Câmara em cima enquanto estás?
Como é que é isso?
Conta me lá um bocadinho da.
Técnica tenho.
Quando gravo os vídeos para o YouTube, tenho 11 tripé daqueles que grava.
37:15
Tipo candeeiro por cima para baixo.
Sim, sim, Na Na vertical, vista aérea.
Não é que eu acho que é como se chama?
E aí depois gravo a parte da receita onde?
Aparece as tuas mãos, vai mexer os ingredientes.
As mãozinhas, porque assim acho que fica dá a sensação que é a pessoa que está em casa que está a fazer, não é?
37:33
Porque é o nosso, é o nosso plano, não é de cima para baixo na junto da banca da cozinha.
Exatamente.
E depois?
Então.
Depois, quando já tenho a receita pronta, então é que gravo a parte da introdução do vídeo.
E a parte do final, que é onde eu apareço sempre AA comer.
Portanto, tu fazes ao contrário, primeiro gravas a parte da das das porcas e dos parafusos em que tu estás AA manipular os ingredientes e a fazer o que há para fazer.
37:56
E só no fim é que depois vais gravar a introdução e a e a saída.
Sim, normalmente gravo, de seguida a introdução e a saída, já tendo a receita feita.
Quanto tempo é que tu demoras a gravar cada um destes?
Conteúdos depende imenso do tipo de receitas.
O que eu tento fazer é sempre gravar 2 ou 3 receitas juntas para perder o menos tempo possível.
38:17
Por exemplo, se eu gravar um bolo e o bolo estiver no forno, 50 minutos.
Se eu não gravar outra receita, são 50 minutos que eu.
Tem que estar ali, ficas à espera, fico à espera.
Então, enquanto um bolo está no forno, eu vou gravar outra coisa qualquer, por exemplo, tento sempre quando vou gravar e vou, vou.
38:36
Eu normalmente programo as receitas de mês a mês.
Então imagina 4 receitas programo de maneira a que elas sejam variadas.
Não vou fazer num mês 4 bolos ou num mês 4 receitas de chocolate, tento fazer ali um e também aproveito a sazonalidade, obviamente para.
38:52
Aproveitar os ingredientes que estão disponíveis.
Claro.
E então depois organizo me consoante.
Eu vejo como é que vão, como é que são as receitas para gravar ou gravo 2 a 2 ou ou.
Há dias que a receita é realmente demorada, então só gravo uma.
Mas pronto, vou me orientando e.
39:07
Depois, OA resposta das pessoas que estão a ver o feedback, o que é que é que as pessoas reparam mais?
O que é que o que é que o que é que estão a ver?
Vão querem saber da técnica, querem saber do sabor, querem saber.
Que ser fácil fazer ou não é?
Eu acho que é mesmo.
Querem saber?
39:23
É se eu podia ir lá a casa fazer isso é que é.
Tu, tu vais tem, tem tens essa, tens essas missões.
Não, não por acaso.
Isso é uma boa ideia?
É uma grande ideia de negócio.
Podes?
Começar.
Todos.
Mas mas é muito isso, não é?
Mas era muito.
É muito intensivo, não é?
Quer dizer, não, não dava.
Seria uma coisa tremenda.
Sim, era impossível.
39:38
Venha cá a casa e cozinho, pronto.
Extraordinário, mas, mas normalmente eu acho que as pessoas babam só porque claro que quem vê os vídeos?
Todos?
Não, não.
Às vezes há pessoas que fazem todas as receitas, não é?
Às vezes há.
Há assim há.
Normalmente.
39:54
Escolhemos uma.
Não é que fazem todas as receitas, mas normalmente as pessoas veem, mas gostam de acompanhar como se fosse uma novela, quase uma série.
Uma série da Netflix é um capítulo por semana.
São os fascículos, é e as pessoas vão vendo e até para se inspirarem vão guardando lá na sua pastazinha mental.
40:10
Olha, um dia hei de fazer esta receita ou assim, e então acho que fazem mesmo.
Sabendo, ou seja, veem sabendo que se calhar não vão fazer no imediato, mas é para babarem um bocadinho que às vezes também me dizem isto que é AI eu nem como doces ou eu nem posso comer, mas vejo só para babar, só para ficar ali.
40:28
Hum, isto deve ser bom.
A mim diverte me, apesar de tu não ires à casa das pessoas, cozinhar para elas e fazer bolos para elas.
Apesar de tudo, tu tens uns cursos que fazes com com pessoas.
Como é que funcionam estes estes cursos?
É.
As pessoas inscrevem se EE tu vais cozinhar com elas ou?
40:43
São são em escolas de, de, de, de onde onde fazem já outro tipo de cursos de culinária para.
Profissionais ou para?
Não, não para a.
Prova de pessoas.
Toda a gente são, são cozinhas Montadas para para cursos.
E as pessoas vão EEA ideia é, são cursos normalmente temáticos.
40:59
Imagina um curso de tartes ou um curso de gelados ou esse tipo de coisas e depois estamos lá uma manhã ou um dia inteiro a explicar, imagina tartes?
Pronto, vamos falar sobre diferentes tipos de massas de tartes, diferentes tipos de recheio, ensina.
Se como é que se moda e eu tento sempre que os meus cursos que eu dou presenciais, também dou online, mas os sobretudo os presenciais, que sejam muito práticos, ou seja, que a.
41:24
A pessoa possa às vezes é, é evitável, há coisas que são só demonstrativas.
Mas tens que levar para efeito algumas coisas.
Ou não, não.
Normalmente leva.
É tudo já pesado e tal, e depois vamos fazendo ali em conjunto.
Algumas coisas faço eu, EE demonstro e outras coisas fazem as pessoas e depois, no fim, levam para.
41:42
Casa e dá para fazer online também.
Eu tenho um curso online, que é um curso de gelados e que só abre no verão, que é acompanhado.
Mas a minha ideia é também acrescentar mais cursos online para.
41:58
Batom vivo, cabo os lados, só só dá para comer No No.
Não, não no verão não dá só para eu.
Eu consumo os lados todo o ano.
Mas.
Dos lados a isso.
Mas eu acho que tem mais, as pessoas procuram mais no verão e como é um curso que é acompanhado durante um mês, eu estou ali diariamente com aquelas pessoas.
42:19
Não me compensa ter esse curso noutras alturas do ano, porque teria de certeza, muito menos alunos.
Durante um mês SIM. 1 mês a fazer gelados, sim.
Há tanta variedade de coisas para para ensinar e para aprender.
Sim, sim, então sim.
Porque a pessoa vai fazendo ao ritmo dela, não estamos ali um mês, durante aquele mês eu disponibilizo o meu tempo, OK, eu estou aqui para este curso, é a minha prioridade.
42:43
Então durante aquele mês as pessoas vão estudando o que eu partilho e vão fazendo experiências, e parte do curso é as pessoas em casa delas a fazerem experiências, a narrarem me o que aconteceu que correu mal, correu bem, ajustar mos.
E temos.
42:59
E tenho esse esse trabalho com o grupo, mas depois também um a um com com com cada aluno.
E, portanto, só faz sentido fazer isso quando há mesmo procura.
Não é para para ter ali uma turma jeitosa, porque senão fica.
43:14
Não, não compensa, não é?
Fica vazio.
Fala me do melhor gelado do mundo.
Existe?
Existe isso.
Tu estiveste em Itália.
Portanto, em Itália é um sítio onde os lados são.
Os são maravilhosos e são o gelado, é.
Talvez AA minha, o meu tipo de sobremesa preferido, mas eu gosto muito.
43:33
Como dizia, há pouco coisas de gelados com texturas para mim.
Eu gosto de estar sempre a inventar gelados.
O que é que?
Se põe lá, papita de chocolate, baunilha.
Imensas coisas, pedacinhos de bolacha crocantes.
Eu gosto de de recriar sobremesas em formato de gelado, por exemplo, é uma das coisas que eu mais gosto de fazer.
43:52
Consegui fazer do arroz doce um gelado, por exemplo, também já, já.
Falamos se quiseres, por exemplo, AI uma boa floresta negra.
Transformar num gelado tudo o que tu pensares é para mim é sempre um desafio transformar num gelado.
O que é que é um grande gelado?
Porque nós quando vamos AA sítios onde nós vamos comprar gelados artesanais e quando pomos aquela boca de facto, quer dizer, em em 3 milissegundos a gente.
44:16
Diz, é bom, este é bom.
Tem a ver com só 2 coisas, que é a textura e o sabor.
Agora, como é que vais chegas lá como?
É que chega lá, não é?
Chega lá porque é que ele não tem gelo depois na boca, aquele.
É técnica, ingredientes bons, sobretudo, não é, mas sobretudo ter, ter esta, esta, esta consciência.
44:38
O gelado, se for industrializado, por exemplo, tem que ser muito mais rentável, então tem muito mais ar, porque o ar ainda é grátis até ver.
Mas pesa na mesma, não é?
O ar não pesa, mas tem volume, dá volume, não é?
Então tu vês um gelado muito volumoso, mas tu provas aquilo e a textura aquilo para já dissipa se na boca.
45:01
E o facto de ter tanto ar também, o sabor é sempre mais apagado.
Quando, e daí?
Menos intensidade?
Sim, quando vamos a Itália, comemos um gelato, um bom gelado italiano, não precisas de ir a Itália hoje em dia já, já há cá, já há cá tu comes e aquilo tem uma densidade que é cremoso, mas tu pões na boca e sentes a cremosidade e sentes a intensidade do sabor.
45:25
E enche te a boca no fundo e tens essa distribuição.
E quando quando Oo engoles não é quando comes o sabor ainda fica ali presente.
E isso consegues mesmo com o equilíbrio da receita, não é os e bons ingredientes?
Bem, se tu vais usar.
Queres fazer um gelado de pistacho?
Se fores usar uma pasta de pistacho que tem 3% de pistacho.
45:44
Se fores usar uma pasta de pistacho que tem 100% de pistacho, obviamente vais ter uma diferença.
E, claro, e depois?
Lá está o custo dos ingredientes também.
Quando olhamos para uma sobreza, prometemos ter a ideia do porquinho glutão que come aquilo quase servendo.
Ou então vamos saborear um doce.
46:02
Ajuda me lá na técnica de saborear um bondoso, para nós aprendermos tudo sobre a textura e o sabor e fazemos jus ao mestre ou à mestra pasteleira que acabou de produzir uma coisa maravilhosa para nós e que nós temos que degustar.
Não é comer como se fossemos uns alarves.
46:19
E se calhar, a sugestão que eu dava era comer sozinho, para não estar com a pressão de dividir aquilo com alguém e que alguém vai comer mais que tu.
E uma colher para cada um.
Já viste a pressão que é?
46:35
Tu tens numa sobremesa à tua frente e tens outra pessoa?
Aquilo é uma Batalha, não é?
Mas, mas dividir uma sobremesa é uma coisa boa, não é?
AI eu acho triste.
Depende da pessoa, não é?
Não, eu acho triste.
Então mandamos vir. 2 claro, fazemos um pijaminha pijaminha de sobremesas.
Pode ser.
Pode ser um pijaminha?
46:51
Não acho.
É simpático.
Depende do contexto, não é?
Mas uma pessoa para.
Para eu não, não sou muito de cá.
Eu gosto de cá, de ter a minha sobremesa, eu gosto de estar a garantir o que é meu, eu gosto de garantir o que é meu, porque senão depois a pessoa está ali, nervosa, será que vai tirar mais, que não há uma ansiedade, vai comer, por exemplo, um bolo, um bolo, tem muitas partes, tens a parte da frente, que é mais fininha, normalmente mais húmida, tens a parte de trás, que é mais seca.
47:14
E é que vai ficar com o melhor.
Pedaço, não é?
Depois tu estás ali.
Imagina como é que parte um assim, uma imagina que alguém vai e parte uma fatia de bolo, em vez de ser igualmente parte assim ao meio.
E uma pessoa fica só com a parte da frente da outra pessoa.
Eu já fico enervada com isso.
Isso pode dar cara de uma?
Amizade, com certeza.
Olha o que é que te falta fazer da, da, da, do, do teu universo dos doces, qual é a tua sobremesa perfeita que nos vai encantar?
47:36
Com o qual tu podes candidatar te ao Nobel, AI.
Não tenho, não tenho aspirações, não.
Não tenho aspirações nem de prémios nem de Nobel, nada.
EE sinto que na verdade, não, não, não procuro nada que me faça falta fazer.
47:51
Eu acho que eu estou satisfeita com o que eu faço e simplesmente, se eu conseguir continuar a fazer isto, claro, é bom sempre ir chegando a mais pessoas.
Mas não tenho ambições megalómanas.
Eu acho que já está tão bom, não é?
48:06
Dá te.
Felicidade.
Muita, sim, sim.
E já é bom, já está bom.
Às vezes a gente peca um bocado.
É por não é, é mais e mais, mas para quê já está tão bom?
Para que é que a gente precisa de mais, não é?
Fazer doces é um ato de comunicação, requer precisão, paciência e empatia.
48:24
Os mesmos ingredientes que fazem uma boa conversa.
Neste episódio, percebemos que a pastelaria é muito mais do que medir gramas ou bater claras.
É uma forma de dizer gosto de ti, de cuidar, de criar beleza.
Rita nascimento lembra nos que os doces não são para nutrir o corpo, mas nutrir a alma.
48:42
E que mesmo num tempo de dietas e pressas, há espaço para saborear devagar.
Porque comunicar bem como cozinhar bem é isso mesmo, encontrar o equilíbrio certo entre rigor e doçura, até para a semana.