A cultura incel (abreviação de "involuntary celibates", ou celibatários involuntários) é um fenômeno social e online que surgiu inicialmente como uma comunidade de apoio para pessoas que se sentiam isoladas e incapazes de formar relacionamentos românticos ou sexuais. No entanto, ao longo do tempo, o termo foi apropriado por um grupo predominantemente masculino que adotou uma visão misógina, extremista e às vezes violenta.
Os incels acreditam que a sociedade está estruturada de forma a privilegiar homens considerados atraentes (chamados de "Chads") e mulheres que preferem esses homens (chamadas de "Stacys"). Eles frequentemente culpam as mulheres e a sociedade moderna por sua exclusão sexual e romântica, adotando uma visão niilista conhecida como "blackpill", que afirma que a atratividade física e o sucesso romântico são determinados geneticamente e, portanto, imutáveis. Essa ideologia é marcada por sentimentos de raiva, ressentimento e desesperança, e em alguns casos, pode levar à radicalização e à violência.
Quando ocorrem, trata-se de crimes de ódio.
O termo "incel" tornou-se perigoso devido à radicalização de parte dessa comunidade, que passou a adotar discursos de ódio misógino, homofóbico e, em alguns casos, racista. A identificação com o termo pode levar indivíduos a internalizar uma visão de mundo extremamente pessimista e distorcida, onde a violência é vista como uma forma de resistência ou vingança contra um sistema que eles acreditam que os oprime.