Conta a lenda que existia na Floresta Amazônica uma aldeia indígena muito numerosa que atravessava um período de escassez alimentar. Por isso, o cacique Itaki tomou a decisão de sacrificar todas as crianças recém-nascidas, a fim de controlar o aumento populacional. Um dia, a filha do cacique, Iaçá, deu à luz uma menina que precisou ser sacrificada para atender às ordens do avô. Iaçá, desesperada, chorava todas as noites de saudades da criança. Foi quando pediu à divindade Tupã que indicasse ao cacique uma outra forma de ajudar seu povo. Delirante, Iaçá ouviu o choro de sua filha, ao pé de uma grande palmeira. Mas ao tentar abraçar a criança, se deu conta de que não havia ninguém ali. Iaçá morreu de tanto chorar. Seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira, que carregava vários frutinhos escuros. Itaki mandou que colhessem os frutos para alimentar as pessoas na aldeia e assim poder suspender a ordem de sacrifício. Em homenagem a Iaçá, o fruto recebeu o nome de açaí, seu nome de trás para frente.
Já a etimologia diz que açaí vem do tupi iwasa’i, que significa fruto que chora, que expele água. Fruto da palmeira conhecida como açaizeiro, cujo nome científico é Euterpe oleracea, o açaí é uma espécie nativa da região amazônica, sendo encontrada no Brasil, mas também em países como Venezuela, Colômbia e Equador. Pequena e arredondada, de cor que varia entre o roxo e o preto, o açaí é um alimento muito importante na dieta dos habitantes da Amazônia e seu consumo remonta aos tempos pré-colombianos.
Mais tradicionalmente, o açaí é tomado gelado com farinha de mandioca ou de tapioca, mas as receitas com açaí levam até mesmo peixe assado e camarão. Fora da Amazônia, constantemente o açaí congelado recebe incrementos como frutas e cereais. Suas sementes limpas são bastante utilizadas em artesanatos.