Cemitério dos Infinitos

Poesia 02 - Chuva


Listen Later

Chuva

Thiago Lucarini


Nuvens melancólicas

Por que sempre choram?

Estar no alto não lhes basta?

Eu sei! Meu coração uma vez também

Esteve no alto sob a luz do amor,

Mas de falsa precipitação escureceu.

Rapidamente vi o tempo fechar

O sol nublou-se. Formou-se tempestade.

E eu disse ao tempo natural das coisas:

Se chover, que seja chuva mansa,

pois tempestade por tempestade

trago uma dentro de mim.”

E ainda disse eu ao motivo de retenção

Das águas nos meus olhos-nuvens:

Se for, de verdade, me deixar

saía antes de a chuva cair

das nuvens e de mim.

Dê-me a decência de chover só.

Deixe-me ser o nada líquido que criou

Permita-me escorrer, fluir para os rios,

E no seio das águas ser oceano infinito.”

...more
View all episodesView all episodes
Download on the App Store

Cemitério dos InfinitosBy Cemitério dos Infinitos