Cemitério dos Infinitos

Poesia 27 - Fim de tarde


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Fim de tarde

Thiago Lucarini


As construções da cidade

Bebem da tua silenciosa asfixia.

Nas cores evanescentes do crepúsculo

Tentam achar prometida calmaria,

Pois almejam dormir no embalo

Do calor das lâmpadas de mercúrio,

Recolher as falanges de concreto

Que tentam em vão arranhar o céu indiferente por ter verdadeiras estrelas.

O trânsito virulento cala-se aos poucos

As pessoas cansadas vão para suas casas.

A lua e as estrelas se levantam no eterno

E as construções da cidade no fim de tarde,

Assim como os peixes, embalam seus sonhos

De olhos arregalados, incapazes de dormir.

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