Cemitério dos Infinitos

Poesia 34: Homem ao mar & Olhos de facas


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HOMEM AO MAR

Thiago Lucarini


Como eu deveria saber nadar

Se eu nunca toquei as águas?

A total proibição era clara.

Agora sou jogado do barco

Sem bote salva-vidas

Sem o básico de estabilidade

Para manter-me sobre as ondas.

Pedir-me para não me afogar

É um crime muito maior

Do que me abandonar à deriva

Dos sonhos de uma naufragada utopia.


OLHOS DE FACAS

Thiago Lucarini


Eu não consigo dormir,

Pois os olhos da noite têm facas

Que me cortam na escuridão.

No silêncio de mim

As noites matam o meu sono.

Rolando entre lençóis

Eu sangro estrelas frias

Que se espalham pelo chão.

É um quarto iluminado,

É sinal de um crime,

De sonhos assassinados.

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