A quem interessa a legalização no Brasil dos jogos de azar? Hoje a Câmara vota o projeto, que está em regime de urgência e conta com o apoio ansioso do seu presidente. No “pacote da roleta” estão cassinos, bingos, jogo do bicho e outros, alguns deles já foram legais e o resultado não trouxe benefício nenhum para a sociedade. Ao contrário, criou uma legião de viciados e endividados, boa parte deles trabalhadores e aposentados da classe média (média mesmo!). A bancada evangélica até agora garante que é contra, mas tem uma parte que não é tão contra assim, ou seja, ainda pode ser devidamente convencida. Não perguntem como, por favor!

Os argumentos que oferecem para justificar este projeto desnecessário são aumento da arrecadação, geração de empregos e estímulo ao turismo. Conversa fiada e muito antiga, que nunca deu resultados. Aliás, só aproveitando a deixa, vários projetos aprovados na Câmara, que tiraram direitos dos trabalhadores, beneficiaram empresários e prometeram mais arrecadação resultaram em absolutamente nada! Somente ampliaram as benesses dos de sempre, a classe bem abastada.

Os contrários a legalização acrescentam que ela favorecerá a lavagem de dinheiro e fortalecimento financeiro do crime organizado. Por que não acreditar nestas possibilidades? Dia sim e outro também os jornais estampam notícias dando conta de incertas da em cassinos clandestinos e, por certo, ilegais. E o curioso é que dentre os detidos figuram alguns gringos, funcionários experientes em cassinos que devem ter sido contratados no exterior. O crime é, definitivamente, “muito organizado”.

Por certo estão parados na gaveta do presidente da Câmara outros projetos, seguramente mais relevantes para a sociedade. Em meio a uma pandemia, crise econômica, desemprego e miséria em alta os senhores do legislativo consideram crucial, dai a urgência, se imagina, votar a legalização dos jogos de azar. Gravem seus nomes e lembre-se deles na hora do voto, em outubro. Estas figuram não podem mais ter assentos no Congresso, em Brasília!