Muitas pessoas não vão se interessar por este livro porque não têm ideia do que significa Pachinko. E acho que isso tem muito a ver com a relação da capa e título, que simplesmente não conversam entre si. O que Pachinko tem a ver com essa capa? Absolutamente NADA!
Mas vamos para o mais importante:
Esta é uma saga familiar histórica ambientada na Coréia e no Japão ao longo do século 20. Segue quatro gerações de uma família coreana através da turbulência política da colonização japonesa, as dificuldades dos tempos de guerra, buscando uma vida nova e melhor no Japão e testemunhando o lar que deixaram ser dividido em dois países que dificilmente se reconhecem.
Como alguém que sabe muito pouco sobre a história coreana, este livro foi absolutamente fascinante. A caracterização rica e detalhada nos atrai para a vida dessas pessoas e, pelo menos para mim, nos ensina um capítulo da história moderna que talvez não tivéssemos conhecimento.
Muitos coreanos se viram forçados a se mudar para o Japão para encontrar empregos para suas famílias, mas enfrentaram discriminação e condições de vida nojentas quando chegaram.
Pachinko, logo descobrimos, é um tipo de jogo de arcade japonês, e trabalhar em um salão de Pachinko era considerado um trabalho típico para um coreano que procurava progredir.
Desde a resiliência de Sunja que uma vez tolamente acreditou no amor de um homem mais velho, até Noa que nunca se recuperará da desonra de sua linhagem, até Solomon que ainda está tentando escapar dos estereótipos negativos associados aos coreanos muitos anos depois que sua avó chegou ao Japão.
Arrisco dizer que por mais fantasiosa que seja, esta ainda é uma história verdadeira porque muito do que acontece neste livro foi a realidade para muitos coreanos. Editora: Intrínseca.