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Taí um tema que me surpreendeu ao buscar as fontes para fazê-lo. Confesso que mais aprendi do que qualquer outra coisa.
Náuplios de Artêmia
Compra-se o produto “cistos de artêmia”, de preferência de marcas conhecidas, uma vez que elas já carregam consigo know-how e estatísticas, ou seja, os cistos industrializados bons têm uma taxa de eclosão acima de 80%…imagina você comprar um pote de cistos que por causa do acondicionamento ou do processo de preparo não eclode significativamente? Frustração desnecessária, que ninguém precisa passar por ela.
Pra eclodir e obter os desejados náuplios, você precisará de:
A eclosão é nítida. Em meio aos pontos acinzentados (cápsulas) haverá pontos vermelhos. Neste momento o aerador é desligado, esperando que os náuplios se dirijam ao fundo. As cascas flutuantes são retiradas e eliminadas. Devido ao fato que alimentaremos alevinos muito jovens e sensíveis, é impróprio jogar a água salgada da artêmia no aquário dos peixes, pois mudanças na água podem ocasionar mortalidade dos filhotes. Para tanto, com um sifão ou com dispositivo próprio já instalado no recipiente de eclosão, os náuplios são sugados e passados numa tela fina (peneira ou rede de malha ultrafina). Caso você tenha errado na mão e muitos náuplios tenham sobrado, pode congelar.
Microvermes (Panagrellus redivivus)
O jeito mais comum de se adquirir um start de cultura é com outro aquarista e, às vezes, em lojas especializadas. Use um pote pequeno e raso (potes plásticos, de isopor ou de vidro variados etc.) com tampa. Não é necessário substrato, mas tudo deve estar constantemente úmido, o que é conseguido com um simples borrifador de água. No pote é colocado farinha de aveia ou aveia em flocos, a qual também deve ser molhada ao ponto de ter aspecto de uma pasta e forrar todo fundo da cultura (uns 2cm de altura). Esta será a comida dos vermezinhos – alguns aquaristas utilizam polivitamínicos na pasta, para que os nematoides comam e, depois, transfiram aos peixes. O ideal é manter a cultura em local escuro, com temperatura entre 23° e 26° C e se tudo der certo, em 2 dias os vermes já estarão passeando, quando poderão ser retirados. Abra a tampa regularmente, para renovar o ar.
Para apanhá-los, usa-se alguma espátula ou pincel macio, que é passada onde está aglomerado (subindo as paredes do recipiente, na tampa, ou ainda devorando a aveia). A coleta é feita sobre uma porção deles, já que 1 indivíduo é bem difícil de se ver a olho nu. Para evitar jogar os resíduos da cultura no aquário, o mais recomendável é despejar o conteúdo da espátula ou pincel num copo com água e, depois colocar parte da água no aquário, reduzindo ou evitando a entrada da pasta de aveia no berçário. Reavivando a observação de outrora: como é usado para filhotes, e não adultos, lembre-se que eles são bem mais sensíveis às alterações da qualidade da água. Outra coisa, como eles caem no fundo, é melhor que tal aquário não contenha substrato, para facilitar a limpeza.
Dica: a cultura deve ser produtiva por umas duas semanas (o cheiro de fermentação denuncia o declínio), o que deve ser considerado. Pra evitar desabastecimento de comida para filhotes, inicie uma nova cultura a cada semana.
Larvas de Mosca da Banana (Drosophila)
Blood Worms, Tubifex e Dafnia (Cladóceros)
Bloodworm
Tubifex (Tubifex sp.)
Dafnias (Daphnia similis e Daphnia magna)
É muito comum a discussão aquarística que tange os riscos desse tipo de alimentação, especialmente no que concerne à contaminação. Nos casos da Hydrazoo, me foi dito que era difícil especificar a questão de patógenos que poderiam assolar, visto que varia muito com ambiente onde o organismo foi cultivado ou coletado – por isso enviavam periodicamente amostras dos produtos para laboratório de análises clínicas para checar e evitar qualquer problema. Ainda assim, os principais patógenos encontrados englobavam conhecidos parasitas de peixes, críticos nos sistemas de cultivos, como por exemplo, Myxobolus e bactérias dos tipos Pseudomonas Aeromonas, Flavobacterium Moraxella e Sphingomonas.
E se você se pergunta se é melhor substituir completamente ração industrial por alimento vivo, aquela empresa, assim como eu, recomendaria o seguinte: é recomendável sim, sem dúvida, porém, com certa parcimônia. Para se atingir o máximo crescimento do animal é importante balancear tal tipo de alimentação com uma boa ração industrial. Quanto a forma de administrar os alimentos, é recomendável fazer como se faz com as rações: fornecer pequenas quantidades ao longo do dia; até porque esses alimentos, se não forem consumidos rapidamente, podem deteriorar a água do aquário, causando prejuízos para o aquarista.
Em termos de alimento vivo, ele deve ser de tamanho compatível com a boca e fase de vida do animal. A título de curiosidade, existem vários trabalhos científicos que demonstram que durante a fase inicial de vida dos peixes não ocorre a produção de enzimas digestivas no trato digestório do peixe. Nesse caso, a única fonte de enzimas são as advindas do próprio alimento vivo, por isso é imprescindível, durante a fase larval, alimentos vivos para os peixinhos. Depois desse período inicial, os organismos vivos como alimento podem ser usados para: 1) o condicionamento alimentar, 2) ativar o comportamento de caça do animal e consequentemente realçar sua coloração, 3) servir como veículo de medicamento quando o peixe está doente, 4) ser fonte de pigmentos para melhorar a coloração, enfim os benefícios são muitos quando a alimentação é conduzida de forma adequada.
Este final de hoje é meio que só de agradecimentos…a você, claro, que me ouve e os maiores colaboradores: Rafael Viana, e os amigos Rafael Cervo, Marcos Okamoto e Miguel Leon que ajudaram a dar vida a esse conteúdo…a vida é feita de amigos e no aquarismo é um ótimo lugar para se encontrar alguns dos bons!
O post SarloCast #40 – Alimentos vivos apareceu primeiro em Grupo Sarlo.
Taí um tema que me surpreendeu ao buscar as fontes para fazê-lo. Confesso que mais aprendi do que qualquer outra coisa.
Náuplios de Artêmia
Compra-se o produto “cistos de artêmia”, de preferência de marcas conhecidas, uma vez que elas já carregam consigo know-how e estatísticas, ou seja, os cistos industrializados bons têm uma taxa de eclosão acima de 80%…imagina você comprar um pote de cistos que por causa do acondicionamento ou do processo de preparo não eclode significativamente? Frustração desnecessária, que ninguém precisa passar por ela.
Pra eclodir e obter os desejados náuplios, você precisará de:
A eclosão é nítida. Em meio aos pontos acinzentados (cápsulas) haverá pontos vermelhos. Neste momento o aerador é desligado, esperando que os náuplios se dirijam ao fundo. As cascas flutuantes são retiradas e eliminadas. Devido ao fato que alimentaremos alevinos muito jovens e sensíveis, é impróprio jogar a água salgada da artêmia no aquário dos peixes, pois mudanças na água podem ocasionar mortalidade dos filhotes. Para tanto, com um sifão ou com dispositivo próprio já instalado no recipiente de eclosão, os náuplios são sugados e passados numa tela fina (peneira ou rede de malha ultrafina). Caso você tenha errado na mão e muitos náuplios tenham sobrado, pode congelar.
Microvermes (Panagrellus redivivus)
O jeito mais comum de se adquirir um start de cultura é com outro aquarista e, às vezes, em lojas especializadas. Use um pote pequeno e raso (potes plásticos, de isopor ou de vidro variados etc.) com tampa. Não é necessário substrato, mas tudo deve estar constantemente úmido, o que é conseguido com um simples borrifador de água. No pote é colocado farinha de aveia ou aveia em flocos, a qual também deve ser molhada ao ponto de ter aspecto de uma pasta e forrar todo fundo da cultura (uns 2cm de altura). Esta será a comida dos vermezinhos – alguns aquaristas utilizam polivitamínicos na pasta, para que os nematoides comam e, depois, transfiram aos peixes. O ideal é manter a cultura em local escuro, com temperatura entre 23° e 26° C e se tudo der certo, em 2 dias os vermes já estarão passeando, quando poderão ser retirados. Abra a tampa regularmente, para renovar o ar.
Para apanhá-los, usa-se alguma espátula ou pincel macio, que é passada onde está aglomerado (subindo as paredes do recipiente, na tampa, ou ainda devorando a aveia). A coleta é feita sobre uma porção deles, já que 1 indivíduo é bem difícil de se ver a olho nu. Para evitar jogar os resíduos da cultura no aquário, o mais recomendável é despejar o conteúdo da espátula ou pincel num copo com água e, depois colocar parte da água no aquário, reduzindo ou evitando a entrada da pasta de aveia no berçário. Reavivando a observação de outrora: como é usado para filhotes, e não adultos, lembre-se que eles são bem mais sensíveis às alterações da qualidade da água. Outra coisa, como eles caem no fundo, é melhor que tal aquário não contenha substrato, para facilitar a limpeza.
Dica: a cultura deve ser produtiva por umas duas semanas (o cheiro de fermentação denuncia o declínio), o que deve ser considerado. Pra evitar desabastecimento de comida para filhotes, inicie uma nova cultura a cada semana.
Larvas de Mosca da Banana (Drosophila)
Blood Worms, Tubifex e Dafnia (Cladóceros)
Bloodworm
Tubifex (Tubifex sp.)
Dafnias (Daphnia similis e Daphnia magna)
É muito comum a discussão aquarística que tange os riscos desse tipo de alimentação, especialmente no que concerne à contaminação. Nos casos da Hydrazoo, me foi dito que era difícil especificar a questão de patógenos que poderiam assolar, visto que varia muito com ambiente onde o organismo foi cultivado ou coletado – por isso enviavam periodicamente amostras dos produtos para laboratório de análises clínicas para checar e evitar qualquer problema. Ainda assim, os principais patógenos encontrados englobavam conhecidos parasitas de peixes, críticos nos sistemas de cultivos, como por exemplo, Myxobolus e bactérias dos tipos Pseudomonas Aeromonas, Flavobacterium Moraxella e Sphingomonas.
E se você se pergunta se é melhor substituir completamente ração industrial por alimento vivo, aquela empresa, assim como eu, recomendaria o seguinte: é recomendável sim, sem dúvida, porém, com certa parcimônia. Para se atingir o máximo crescimento do animal é importante balancear tal tipo de alimentação com uma boa ração industrial. Quanto a forma de administrar os alimentos, é recomendável fazer como se faz com as rações: fornecer pequenas quantidades ao longo do dia; até porque esses alimentos, se não forem consumidos rapidamente, podem deteriorar a água do aquário, causando prejuízos para o aquarista.
Em termos de alimento vivo, ele deve ser de tamanho compatível com a boca e fase de vida do animal. A título de curiosidade, existem vários trabalhos científicos que demonstram que durante a fase inicial de vida dos peixes não ocorre a produção de enzimas digestivas no trato digestório do peixe. Nesse caso, a única fonte de enzimas são as advindas do próprio alimento vivo, por isso é imprescindível, durante a fase larval, alimentos vivos para os peixinhos. Depois desse período inicial, os organismos vivos como alimento podem ser usados para: 1) o condicionamento alimentar, 2) ativar o comportamento de caça do animal e consequentemente realçar sua coloração, 3) servir como veículo de medicamento quando o peixe está doente, 4) ser fonte de pigmentos para melhorar a coloração, enfim os benefícios são muitos quando a alimentação é conduzida de forma adequada.
Este final de hoje é meio que só de agradecimentos…a você, claro, que me ouve e os maiores colaboradores: Rafael Viana, e os amigos Rafael Cervo, Marcos Okamoto e Miguel Leon que ajudaram a dar vida a esse conteúdo…a vida é feita de amigos e no aquarismo é um ótimo lugar para se encontrar alguns dos bons!
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