Em entrevista a Matheus Aguiar, no Jornal da Rádio Cidade desta quarta-feira (8), o secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista, comenta sobre a situação de falta de leitos neonatais e pediátricos em Santa Catarina. Nesta quarta, o governador Carlos Moisés e o secretário se reuniram com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em Brasília, para tratar do assunto. Aldo conta que no encontro foi detalhado ao Ministério a estratégia do Estado para abrir 77 novos leitos de UTI e retaguarda deste tipo nos próximos três meses. De acordo com a pasta, pelo menos 20 deles devem ser abertos já nos próximos 10 dias. 

O secretário relata que também esteve em debate a permanência e a habilitação permanente de alguns destes leitos. “Após um período emergencial, vamos com a estratégia até dezembro deste ano, que será toda custeada pelo Governo do Estado, para que a gente possa ter, a partir do ano que vem, o máximo de leitos possíveis habilitados junto ao Ministério”,  aponta. Ele ainda diz que outras duas estratégias para os próximos 90 dias são ampliar a vacinação nos municípios a capacidade de atendimento na saúde básica.

Aldo ainda comenta que tem circulado muitas informações de que o estado sempre viveu essa situação nesta época do ano, mas ele aponta uma série de questões que influenciaram para que este cenário esteja pior neste ano. “Em especial neste inverno de 2022 temos acrescida dessa situação sazonal. É o primeiro semestre, após dois anos de pandemia, que as crianças tiveram o contato pleno de convívio social na escola, se expondo a todo tipo de virose que não tivemos nos últimos dois anos”, pontua.

O secretário também acredita que a cobertura vacinal tenha sido de grande influência no quadro atual. “Santa Catarina nunca vacinou tão pouco, nenhuma vacina passou de 30% a 40% de cobertura, estamos falando de sarampo e poliomielite, que estão há décadas no plano nacional. Essa questão tensionada pela dengue e pela Covid, gera essa situação que estamos enfrentando”, avalia. Aldo completa dizendo que este cenário pode ser considerado um reflexo secundário da negação da vacina do coronavírus. “Infelizmente expôs as crianças numa situação que estamos encontrando agora “, acrescenta.