João dos Santos Filho
Os textos examinam criticamente a epistemologia do turismo, com foco especial na abordagem histórico-crítica como alternativa às perspectivas empiristas, funcionalistas e estruturalistas. Eles argumentam que essas últimas visões reduzem o turismo a um fenômeno estático ou meramente econômico, muitas vezes alinhado aos interesses do capital e do neoliberalismo, mascarando suas contradições sociais e históricas. Um dos artigos refuta a noção de "pós-turismo" de Sergio Molina, criticando sua base tecnológica e idealista por negligenciar a razão humana e a historicidade. O outro artigo ilustra como o regime militar brasileiro utilizou a fotografia turística para construir uma identidade nacional idealizada, ocultando a repressão e reforçando o mito da miscigenação pacífica e a ideia de "turismo apartheid". Ambos os textos defendem uma compreensão do turismo como um fenômeno enraizado na práxis humana e nas relações de produção, anterior ao capitalismo e moldado por ideologias que expressam formas de ver e estar no mundo.