O percentual de domicílios com acesso à Internet no Brasil cresceu de 49,2%, em 2018, para 55,6%, em 2019, de acordo com o IBGE. Outro levantamento mostrou que a proporção de brasileiros com seguro de vida em 2019 era de 15%. Ou seja, o cenário é de oportunidades para o crescimento do mercado, mesmo com a pandemia, onde o setor vem se mostrando resiliente.

Duas grandes vantagens do investimento no e-commerce para as seguradoras são o desenvolvimento de produtos de alto valor percebido, o que pode ser um diferencial na concorrência, e uma fonte adicional de receita, já que o marketplace permite alcançar um maior número de pessoas e ampliar o leque de proteções ideais para os usuários que acessam uma plataforma.

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Chamamos de tecnologias disruptivas aquelas que rompem com algum padrão estabelecido em um setor. Embora causem mudanças efetivas, elas não exigem que a aplicação de insumos ou técnicas seja totalmente diferente. Um jeito novo de fazer a gestão de um consultório, ou de uma clínica médica, por exemplo, pode ser alcançado com o crescente desenvolvimento das chamadas Healtechs.

O próprio Ministério da Saúde vem chamando atenção para os casos de atenção primária. Prestada em unidades básicas de saúde, essa forma de intervenção precoce poderia resolver 85% das demandas dos pacientes, mas nem sempre conta com um centro de saúde perto da casa ou do trabalho da população. O envelhecimento da população brasileira também demanda uma atenção maior para o autocuidado. Como a tecnologia pode ajudar nisso?

Um dos destaques é a telemedicina, especialmente após a pandemia: centenas de milhares de atendimentos médicos foram feitos por videochamada em 2020. Uma das principais vantagens da telemedicina é a flexibilidade e a economia de tempo e de recursos, tanto para o paciente quanto para o médico. Ela possibilita a realização de consultas de rotina e o acompanhamento via aplicativo no celular ou software no computador e dispensa a necessidade de deslocamento para um consultório médico.

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Ao facilitar a realização de formações multi presença e deslocalizadas, a Realidade Virtual e a Realidade Aumentada são novas tecnologias que potencializam o mercado de seguros. Alertar os segurados de riscos e treiná-los para reduzir acidentes, inclusive no ambiente corporativo, e permitir a visita de um corretor a um imóvel sem ter que sair de casa são algumas das vantagens para o cliente.

Além disso, a redução de custos com deslocamentos e viagens, a aproximação com novos perfis de consumidor e a facilidade de implementação técnica fortalecem a atuação das seguradoras. Por exemplo, uma aplicação de Realidade Virtual pode ajudar na precificação do seguro de um automóvel. Por meio dos testes de condução simulada do veículo, o corretor avalia o segurado e decide com maior assertividade o tipo de seguro e coberturas necessárias.

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Não é por acaso que a inteligência artificial (IA) é o principal interesse de investimento das empresas de seguros em matéria de inovação, como mostrou um estudo de tendências recente. Essa tecnologia pode melhorar a qualidade da experiência dos clientes e reduzir os fatores que dificultam a interação das seguradoras com os segurados por meio da robotização. Além da automatização, a inteligência artificial tem sido usada para identificar novos padrões de riscos e para calcular prêmios mais ajustados a cada cliente individual.

A inteligência artificial nada mais é do que um conjunto de tecnologias em que máquinas realizam tarefas como aprender e raciocinar, assim como a mente humana. Redes neurais artificiais, algoritmos, sistemas de aprendizado, entre outras, são algumas dessas tecnologias. Um dos benefícios que um serviço com inteligência artificial oferece para o segurado é uma precificação personalizada segundo seus hábitos e rotina. Ou seja, trata-se de uma tendência com ganhos para todas as partes envolvidas.

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Para além de uma tecnologia promissora, o Blockchain hoje é estratégico para a inovação em qualquer organização. Uma pesquisa recente comprovou o crescimento da sua implementação nas empresas nos últimos dois anos. Desde 2008, o Blockchain tem contribuído com a descentralização do sistema financeiro e ampliado as possibilidades do universo digital. Como um banco de dados e de registro de transações imutável, essa tecnologia permitiu, por exemplo, a criação do Bitcoin.

Seus registros invioláveis, inalteráveis e descentralizados aceleram e protegem de fraudes os processos que costumavam ser lentos e arriscados, como transferir uma propriedade ou pegar um empréstimo. No mercado de seguros, o Blockchain beneficia tanto a seguradora quanto o segurado. A tecnologia permite, por exemplo, aprimorar as políticas de uso do bem a ser segurado, validar os pedidos e requisições, acompanhar o status das solicitações de forma detalhada e rápida. 

Um exemplo do uso vem da Holanda. As seguradoras contam com o Blockchain e os dispositivos de IoT (Internet das Coisas) para registrar hora, data e local em que os cadeados das bicicletas foram abertos e fechados. Assim, quando há furto ou roubo dos veículos, é mais fácil verificar se os procedimentos de segurança foram seguidos.

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Como ficam os seguros em um mundo de incertezas e imprevisibilidades? Segue o mesmo que sempre teve ou ganhou novas dimensões? Como lastrear aquilo que está em uma "nuvem" ou proteger bens intangíveis? Ou como prover solidez em tempos líquidos? Tudo isso pode parecer um contrassenso, mas é o desafio sutil e sofisticado que temos pela frente.

Não são tempos óbvios e os profissionais de Seguros precisam reinterpretar o mundo, o mercado e sua atuação. Afinal, vivemos em uma Era Trans: Relações transcontinentais, estímulos transmídia, grande transparência, transversalidades, transformações profundas e transições.

Ao longo dessa série de seis podcasts, inteiramente dedicada ao setor de seguros, discutiremos, sob a ótica de um desses “trans”, a transformação digital, temas como  Realidade Aumentada, Realidade Virtual, Inteligência Artificial e diversos outros fenômenos emergentes. 

Nesse primeiro encontro, traremos Marcio Coriolano, presidente da CNseg, para discutir inovação e legado do setor.

Dados sempre foram a matéria-prima dos seguros. Dados são o novo petróleo. Como conciliar inovação e o importante histórico acumulado, de forma que a indústria de seguros possa se adaptar ao universo mental e comportamental de um novo consumidor?

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