O contexto dessas palavras escritas por intermédio do apóstolo Paulo é de aflições, lutas, tribulações, e também de desafio a fé cristã. A igreja desde seus primórdios já enfrentava muitas batalhas, e o trabalho dos apóstolos de Jesus foi sempre de cuidar com muito zelo da vida espiritual dos filhos de Deus para permanecerem fiéis até o fim.
Em meio a perseguições e ameaças de morte, os discípulos de Jesus precisavam ter a certeza de que mesmo que o corpo terreno deles fosse destruído aqui na terra, eles teriam outro tipo de corpo e este eterno nos céus.
“Porque, enquanto estivermos residindo nesse tabernáculo, murmuramos e somos angustiados, pois não queremos ser despidos, mas sim revestidos da nossa casa celestial, para que aquilo que é mortal seja completamente absorvido pela vida”. (2 Coríntios 5.4)
Eu estava conversando com uma pessoa muito íntima essa semana e ela me disse que não queria morrer, e eu pergunto a você, quem entre nós deseja morrer? Por mais que reclamemos, murmuremos, vivamos angustiados, todos nós não desejamos morrer, pois, o que queremos de fato é viver, fomos criados para isso! O que o apóstolo está revelando pelo Espírito é que enquanto estivermos nesse corpo humano e terreno, vamos padecer diferentes tipos de aflições, mas que o desejo verdadeiro de todo cristão é de não morrer e sim ser revestido de imortalidade, tendo um corpo glorificado, onde nesse estado de glória a morte ou qualquer outro tipo de males não tenha mais poder sobre nós. Esse dia está chegando, cada vez mais próximo de se concretizar…
A garantia de que tudo isso é verdade e podemos confiar, está nas seguintes palavras: “Ora, foi Deus mesmo quem nos preparou para isso, e concedeu-nos o Espírito como plena garantia do que está por vir”. (2 Coríntios 5.5)
O Espírito Santo em nós é a esperança real que temos de viver essa glória!
Embora o Espírito Santo esteja conosco, existe ainda uma espécie de distância e anseio pela plenitude da presença do Senhor, como revelou o apóstolo: “Portanto, andamos sempre confiantes, cientes de que enquanto presentes nesse corpo, estamos distantes do Senhor". (2 Coríntios 5.6)
Nesse processo, a preferência do cristão deve ser, segundo Paulo, de estar completamente presente com o Senhor, mesmo que isso signifique a morte, pois ao morrer em Cristo um cristão chega a este alvo, foi por isso que Paulo em outra oportunidade, falando aos Filipenses, disse que o viver era Cristo e o morrer lucro (Fp 1.21). Pois quando um cristão morre não há perda ou fim, mas sim o início de uma coisa chamada eternidade.
“Sendo assim, caminhamos em confiança, e preferimos estar ausentes desse corpo para estarmos completamente presentes com o Senhor”. (2 Coríntios 5.8)
Como nos diz os Salmos: que um dia nessa presença vale mais do que mil dias em outros lugares…
Assim como a corça anseia por correntes de águas, um cristão genuíno anseia desejando profundamente pela plenitude da presença de Deus!
Hoje, com esse corpo, vivendo nessa terra, em meio ao sistema caído deste mundo, gememos porque sentimos as dores e desejamos muito o estado onde elas não terão mais poder. Nós cristãos temos a presença de Deus através do Espírito Santo habitando dentro de nós agora, isso é maravilhoso e super importante para podermos ser e fazer o que Jesus Cristo foi e fez, pois, ser um Cristão é ser um pequeno Cristo, este Espírito em nós é a garantia daquilo que está vindo e que nos foi prometido. Um corpo ressuscitado e glorificado feito por Deus, assim como também uma cidade celestial como nossa grande casa espiritual, chamada Nova Jerusalém, ambas construídas pela mão de Deus.
Sendo assim, eu e você somos chamados para neste tempo entender essas coisas espirituais, e absorvê-las em nossa vida diária, para que vivamos com convicção do nosso chamado e do nosso destino.