Esse capítulo continua mostrando o
problema do “coração” de Israel: a sua teimosia e infidelidade.
Nos primeiros versículos, Moisés encoraja a Israel com a promessa que Deus lhe outorgou a vitória (v. 1-3).
— Escute, Israel! Hoje, vocês vão passar o Jordão para tomar posse de nações maiores e mais fortes do que vocês, cidades grandes e com muralhas que chegam até os céus, um povo grande e alto, filhos dos anaquins, que vocês conhecem e de quem já ouviram dizer: “Quem poderá resistir aos filhos de Anaque?” Saibam, pois, hoje, que o Senhor, seu Deus, é que vai adiante de vocês. Ele é fogo que consome; ele os destruirá e os subjugará diante de vocês. Assim, vocês os expulsarão e, depressa, os farão desaparecer, como o Senhor prometeu a vocês.“
Os versículos 4 e 5 afirmam a razão por que o Senhor lhes dará a vitória, e não foi por causa da bondade de Israel, mas foi inteiramente obra da graça de Deus. O triunfo não se devia ao seu poder (8.17), nem à sua justiça (v. 5). As razões desse triunfo foram a iniquidade dos cananeus (v. 5a), a promessa de Deus aos patriarcas (v. 5b), e a graça perdoadora que Deus usou para com Israel (v. 19,26; 10.10).
”— Quando, pois, o Senhor, seu Deus, tiver expulsado essas nações de diante de vocês, não fiquem pensando: “É por causa da nossa justiça que o Senhor nos trouxe a esta terra para tomarmos posse dela.” Pelo contrário, é por causa da maldade dessas nações que o Senhor irá expulsá-las de diante de vocês. Não é por causa da justiça de vocês, nem por causa da retidão do seu coração que vocês entrarão para possuir a terra dessas nações, mas o Senhor, o seu Deus, as expulsará de diante de vocês por causa da maldade delas e também para confirmar a palavra que o Senhor, o seu Deus, jurou aos seus pais, Abraão, Isaque e Jacó.“
Então, a partir do versículo 6, o povo é lembrado da sua própria inutilidade, de como provocaram a Deus, da sua desobediência, que se estendeu do tempo do êxodo do Egito durante quarenta anos até esse momento nas campinas de Moabe.
Uma maneira de evitar dizer coisas erradas no coração (cf. v. 4) é lembrar, por isso Moisés estava lembrando o povo, para eles não cometerem novamente esses pecados contra o Senhor.
O versículo 14 mostra que, se Deus tivesse destruído a Israel, ainda assim poderia cumprir Sua promessa aos patriarcas (v. 5), fazendo dos descendentes de Moisés uma nova nação com Ele compactuada (Ex 33.10). Moisés, porém, fielmente cumpriu seu ofício mediatório em favor de Israel. Moisés foi um grande intercessor do povo (v. 25-28).
Esse texto nos traz algumas reflexões, ao lembrar do pecado passado: o seu horror e as suas consequências, que provoca a ira de Deus e pode resultar em destruição. Isso deve levar ao arrependimento verdadeiro para não cometermos novamente os mesmos erros.
A segunda reflexão é sobre a importância da intercessão. Vemos a necessidade de intercessão (v. 13,14,20), sobre a intercessão provida (v. 25) no ministério medianeiro de Cristo, e nos resultados da intercessão (10.10; “o Senhor me ouviu ainda por esta vez…”). Por causa da intercessão de Moisés, não por causa da justiça do povo, os israelitas puderam acampar nas margens do rio Jordão, prontos para entrar na Terra Prometida.
Oremos para que, no meio do povo de Deus hoje, se levantem intercessores como Moisés, que, sentindo em seus corações o fervor do amor de Deus, clamem por misericórdia e graça da parte do nosso Salvador Jesus Cristo!
Pra. Nathalia Tonezer
IEQ Sede Hortolândia-SP