(00:00:00) Introdução: A Armadilha da Autoexploração Voluntária e a Culpa por Parar
(00:00:23) O Dado da OMS: Burnout Afeta 30% – Não por Chefes, Mas por Nós Mesmos
(00:00:45) Vício em Trabalho: Por Que Ambição É uma Prisão Disfarçada?
(00:01:35) O Conceito Central: A Sociedade do Cansaço e o Filósofo Byung-Chul Han
(00:02:27) Esgotamento Moderno: Você Virou Seu Próprio Carrasco
(00:02:48) O Salto: Da Sociedade Disciplinar (Limite Externo) para a do Desempenho (Interno)
(00:03:14) A Reviravolta: A Frase "Você Consegue" é a Nova Forma de Opressão
(00:03:52) A Voz Interna: "Você Não Está Fazendo o Suficiente" (O Patrão Invisível)
(00:04:25) Chave: Cansaço Crônico Não é Preguiça, é Burnout de Quem Nunca Para
(00:04:46) As Correntes Invisíveis: Ser Simultaneamente Escravo e Senhor no Trabalho
(00:05:14) História Pessoal: A Dificuldade de Equilíbrio e a Cobrança Obsessiva
(00:06:45) O Complexo da Culpa: Descansar é um Sinal de Fracasso (Medo de Limites)
(00:07:59) A Diferença Crucial: Trabalhar por Necessidade vs. Autoexploração Voluntária
(00:08:19) Estudo de Stanford: Produtividade Cai Bruscamente após 50 Horas (Sendo Compulsivo)
(00:09:01) O Perigo da Positividade Tóxica: "Basta Querer" Te Convence que a Culpa é Sua
(00:09:36) Sinal 1: A Culpa por Descansar (Sentir-se Improdutivo ao Parar)
(00:09:46) Sinal 2: A Meta que Nunca Chega (Nunca é o Suficiente)
(00:09:55) Sinal 3: Identidade Igual a Trabalho (Quem Você É Fora do que Produz?)
(00:12:06) Estratégia 1: O Ritual do Basta – Estabeleça um Horário Fixo para Parar
(00:12:30) Estratégia 2: Crie uma Lista de Não-Produtividade Semanal (Aceite o Ócio)
Podcast de Psicologia, o seu refúgio semanal para desvendar os segredos da mente humana. Apresentado por Renan Daniel, estudante de Psicologia, este podcast é a sua caixa de ferramentas psicológicas para uma vida mais plena, consciente e com propósito. Aqui, a psicologia não é apenas teoria; é a base para estratégias acionáveis e cientificamente comprovadas que você pode aplicar no seu dia a dia. #PodcastdePsicologia #Psicologia #Autoconhecimento #SaudeMental #DesenvolvimentoPessoal #AutoAjuda
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Transcrição: Deixa eu te falar. Você já trabalhou até ficar doente e ainda assim se sentiu culpado por parar? Sabe aquela vozinha interna dizendo Você poderia ter feito mais? Mesmo quando você já deu tudo de si, sabe o que pode estar acontecendo? Você caiu na armadilha mais cruel da nossa sociedade moderna a auto exploração voluntária. E aqui está o dado que valida essa dor. A OMS. Em dois mil e vinte e dois, ela afirmou que o burnout afeta até trinta por cento dos trabalhadores globalmente. Mas não é porque chefes exploram. Mas sim porque nós mesmos nos exploramos voluntariamente, com um sorriso no rosto. Mas antes de começar, eu preciso te contar algo. Eu tenho uma tendência muito grande a ser viciada em trabalho. E de verdade, hoje eu percebi que isso não é motivo nenhum de orgulho. É uma prisão disfarçada de ambição. Sabe, eu normalmente me cobro muito e muitas vezes eu tenho que ficar ali, zelando ativamente pela minha saúde para que a produtividade não comece a interferir, né? Porque eu sinto que nunca é o suficiente e nos próximos sete minutos você vai descobrir o porque que eu descobri que isso não é força, mas sim um tipo de adoecimento sistemático. Mas vamos lá. Eu sou o Renan, estudante de psicologia e hoje eu vou te falar sobre um conceito brutal de um filósofo que o nome dele é. É muito difícil que oriental, mas eu vou tentar, tá? Chama Byung Chuan, mas o livro dele é um livro bem famoso que se chama Sociedade do Cansaço, onde a ideia é que o indivíduo ele se explora voluntariamente através do excesso de positividade e também da autoexigência. Então já salva esse episódio porque eu vou te revelar três sinais de que você está se auto explorando. É uma técnica para você quebrar esse ciclo e lá no final vou explorar o porquê você consegue, o porque. A frase você consegue. Virou a frase mais perigosa do século. Então fica comigo. Então vamos direto ao ponto, tá? O esgotamento moderno. Ele não vem da opressão externa. Ele vem de você se tornar o nosso próprio carrasco, né? Você se torna seu próprio carrasco. E esse filósofo sul coreano que que escreveu esse livro. Então ele publicou uma análise devastadora, porque ele fala que nós vivemos numa sociedade do desempenho onde não há mais limite externo. Então, a ideia é que hoje você não é mais explorado por um pacto, por um patrão. Você se auto explora acreditando que pode sempre mais. E aqui vem uma reviravolta que ninguém te conta. A ideia de sim, você consegue. Da cultura do empreendedorismo e autoajuda, né? É uma nova forma de opressão, né? E antes alguém naturalmente te obrigava a trabalhar. Agora você mesmo se obriga e acha que isso é, de alguma forma, um tipo de liberdade. Então o autor, ele explica para gente que nós passamos da sociedade disciplinar, onde o poder vinha de fora, para a sociedade do desempenho, onde o poder acaba vindo de dentro, né? Então você não tem mais um chefe gritando, mas você tem uma voz, na verdade. E essa voz, ela é interna, sussurrando assim você não está fazendo o suficiente. E o pior, você adoece achando que a culpa é sua. Então você começa Eu não me organizei bem, Eu não fui produtivo bastante. Muitas vezes eu falhei. Mas você não falhou, sabe? Foi o sistema que te convenceu a ser seu próprio explorador. Então aqui está a metade do tesouro que eu te prometi lá no início. Você não é preguiçoso quando está cansado. Você está esgotado de se explorar vinte e quatro por sete sem perceber. É cansaço crônico. Não é falta de disciplina, é burnout de quem nunca pára porque não é suficiente, sabe? Pensa assim, né? Na escravidão antiga, nós tínhamos correntes visíveis. A auto exploração moderna. Ela tem correntes que são, na verdade, invisíveis. Então você simultaneamente é o escravo e o senhor e não percebe porque te ensinam a chamar isso de ambição. Mas agora deixa eu te contar a minha história, né? Então, como eu falei para vocês, eu tenho muita dificuldade em encontrar esse equilíbrio com o trabalho. Eu demorei anos para admitir isso, sabe? Principalmente porque isso é socialmente aceito e muitas vezes até celebrado. Olha como é dedicada, olha como se esforça. Olha como é produtivo. Mas ninguém te fala Olha, ele está se destruindo, sabe? É o trabalho compulsivo, né? É quando eu não estou falando aqui, trabalhar somente fisicamente. Muitas vezes a gente sai do trabalho, mas a gente ainda tá trabalhando mentalmente, né? Pensando em projetos, resolvendo problemas, planejando próximas tarefas. E aí você vai se cobrando obsessivamente. Nunca é o suficiente. Putz, se eu fiz dez tarefas, eu deveria ter feito doze. Eu poderia ter trabalhado mais x horas. E essa voz interna que eu tenho? Ela muitas vezes não é motivadora, né? Ela é mais para tortura mesmo assim, sabe? E eu fui obedecendo ela por anos, achando que isso era ser forte. Isso era ser dedicado, ser profissional. Até o meu corpo começar a gritar, né? E principalmente através de duas formas Tem tanto gritar na saúde mental quanto gritar na saúde física mesmo, né? Então. Mas mesmo assim eu continuava ali. Só mais esse projeto, só mais essa semana, só mais sabe? Mais um negocinho? É o mais complexo disso que eu lembro assim, de me sentir culpado quando eu parava. Então, como se descansar fosse um sinal de fracasso, como ter limites fosse fraqueza. E é exatamente isso que o autor ele descreve, né? Ele fala que o indivíduo que se explora voluntariamente através do excesso de excesso e positividade. Essa ideia de você consegue, você é capaz, só depende de você. Cria se um ciclo de auto exigência infinita. E é curioso porque não tinha um chefe gritando comigo, falando faz isso, faz aquilo. Eu era essa figura do chefe, né? Isso é muito curioso, né? E talvez você vive isso agora. Sabe, às vezes você trabalha mesmo doente, não tira férias, responde mensagem às vinte e três horas, acorda já pensando em trabalho, se sente culpado por descansar e acha que isso é, de certa forma, um tipo de profissionalismo. E eu sei o que você pode estar pensando. Mas, Renan, eu preciso trabalhar muito, tenho muitas contas, eu tenho responsabilidades, não posso parar. E eu entendo perfeitamente, tá? Mas a principal diferença é trabalhar muito por necessidade. É uma coisa se auto explorar voluntariamente, porque nunca é o suficiente, é outra coisa completamente diferente. Eu aprendi isso na marra, tá? Um estudo de dois mil e vinte e um da Universidade de Stanford mostrou algo assim brutal. A produtividade cai drasticamente após cinquenta horas semanais. Então, trabalhar setenta horas não produz mais do que cinquenta horas. Só destrói mais a sua saúde, né? Então você não está sendo produtivo, você está sendo compulsivo. E o autor? Ele fala muito sobre isso. Nesse livro. Ele explica que o mecanismo psicológico. Então, na sociedade do desempenho, você internaliza o opressor. Então não precisa mais de um patrão externo, porque você se tornou o seu próprio patrão, e esse patrão que você cria para você não é nada bonzinho. Muitas vezes até muito cruel. É a positividade tóxica que a gente vê por aí. Não vários conteúdos. Ela alimenta isso. A ideia de você consegue, basta querer. Seja a melhor versão de si. Tenho certeza que você ouviu isso só umas dez vezes. Só hoje. Só no Instagram, né? Então tudo isso te convence. Se você falhar, a culpa é sua, nunca de um sistema que muitas vezes está insustentável, sabe? E voltando ao gancho inicial sobre os três sinais de que você está se auto explorando, aqui vão eles. A primeira a culpa por descansar. Então você não consegue parar de parar sem se sentir improdutivo, sabe? A segunda é aquela meta que nunca chega. Por mais que você faça, nunca é o suficiente. E a terceira é a identidade. Igual a trabalho, então você simplesmente não sabe mais quem você é fora do que você produz. Então, quando alguém te pergunta quem você é, você não sabe dizer sem falar sua profissão, por exemplo, né? Tipo, é engraçado, a gente começa a falar, por exemplo Ah, eu sou o Renan, sou publicitário. A gente já vai para esse lugar, né? Então, se você tem um desses três, você provavelmente tem que seguir um ligar, um sinal de alerta, né? É justamente dessa coisa da auto exploração voluntária. Então, faltam dois minutos agora para a técnica para quebrar esse ciclo. Então faz assim já salva esse episódio agora tá bom? Então. Recapitulando tá. O esgotamento moderno ele não vem da opressão externa, ele vem da auto exploração interna. A ideia de você consegue virou a frase mais cruel que a gente tem hoje. É cansaço crônico. Não é pregui