Malhete Podcast

A Construção do Templo Interior X Construção do Templo Material


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Havia uma Loja Maçônica Referencia regional, em uma das capitais do Sudeste, que estava passando por um imbróglio temporal, por estar ainda sem seu Templo Físico Construído, após um período de ter –se mudado do Templo Original, em que trabalhava, para outro em sistema de compartilhamento, que em essência, não diminuía a pujança de suas reuniões presenciais, mas faltava aquela Egrégora nostálgica de outrora, da sede própria.
Trabalho árduo e penoso a construção material do Templo Maçônico, pois há inúmeros paradigmas a serem superados, tanto no campo material, como espiritual e é mister, que todos os amados irmãos estejam imbuídos nesse processo de reconstrução do Templo da Loja e sabemos, o quão financeiramente, isso impactaria nas finanças de muitos irmãos.
O Landmark de número 9, com sua redação doutrinária nos determina que : “Os Maçons se ‘energizam’ em Lojas Simbólicas.” Logo, toda a Loja deve os Irmãos congregarem e esta congregação deve se dar por conta da argamassa composta pelos 3 (três) elementos, sendo eles: “Paz, Harmonia e Concórdia” que unidos e misturados torna-se a “tríplice argamassa” que une os nossos trabalhos, que une nossas energias, e que une os nossos conhecimentos tirando-nos das trevas” Não só das trevas físicas, da ignorância, mas também das trevas do comodismo, do não compromisso com o programa e projeto de reconstrução de seu templo .
Sabemos ser árdua esta construção, pois, tal como a pedra nos chega imperfeita para ser polida e para tanto, necessário faz extrair-lhe as lascas irregulares com trabalho árduo e preciso, na firmeza do direcionamento da ponta do cinzel e com a batida precisa do maço nivelando-a, até que chegamos ao ponto de termos de usar novas ferramentas para darmos seu acabamento certo e chegarmos a sua perfeição. Estas novas ferramentas nos obriga a buscar mais conhecimento para o seu uso e domínio e ai, podermos extrair destas as percepções necessárias para a modelagem de nosso eu interior, tal como queremos dar ao acabamento da pedra bruta que nos foi confiada e que será utilizada na construção a prumo do Templo da nossa Maçonaria. Ai entra o esquadro que nos dará a medida certa dos seus ângulos retos, tais como a medida correta que devem ter nossas atitudes; o compasso para sabermos a amplitude que devemos e podemos dar a nossa obra; a régua para configurar a retidão de nosso caráter e nossas atitudes para conosco, com a família, com a sociedade maçônica e profana; a alavanca para que possamos multiplicar nossas forças, pois a construção feita, mesmo com a pedra já polida uma a uma, o seu manuseio é penoso demais para o trabalho de um só homem por mais aplicado que seja. Assim é nossa construção pessoal, moral e espiritual, pois para lapidarmo-nos temos que, na literalidade, tirar de nós as lascas dos vícios e das paixões que somos expostos no mundo profano, pois muitas vezes as atitudes profanas que praticávamos não são aceitas dentro da Nobre Arte causando-nos conflitos internos e por esta razão sabemos que isto dói na mente.
Rizzardo Da Camino, nos remete a uma profunda reflexão ao parafrasear sobre o tema em Epígrafe, Essa expressão é usada de modo simbólico e diz respeito ao trajeto que o Aprendiz deve percorrer até conseguir colocar-se diante do Altar, para contemplar a Deus. É a construção interior do grande templo espiritual, individual e coletivo, ao mesmo Tempo. Diz-se, também, quando uma Loja resolve constituir seu templo material, onde, como oficina, desenvolverá seu trabalho. A construção do templo interior individual deve iniciar-se com a seleção das pedras de alicerces, ou seja, escolher as pedras brutas que se prestarem ao esquadrejamento, para depois desbastar-lhes as arestas. Ao construírem-se os alicerces, devem ser empregados os instrumentos próprios da construção, e isso com conhecimento. Se o maçom não souber usar o Nível e o Prumo, as paredes que pretende erigir cairão e o trabalho terá sido em vão. O templo interior coletivo será a soma dos Templos individuais, onde serão convidados os Irmãos para, em coro, primeiramente louvar ao Senhor, e depois cultivar o amor fraterno. Na Cadeia de União unem-se como elos os Templos individuais no interior. O trabalho na oficina maçônica será global e coletivo. A construção ou a reconstrução interior do ser humano é o ideal da Maçonaria .
Após esse preâmbulo, retornamos à construção de nosso templo físico, material. O templo Maçônico não é uma Igreja, não é apenas um local de reunião, não é propriedade privativa de qualquer indivíduo. Ele enseja toda uma filosofia, toda uma simbologia e possui ainda, depois de consagrado, todo um esoterismo próprio, advindos das energias do macrocosmo.
Nossa loja é nossa casa, nosso centro de convergência de ideias e ideais, também representa o ponto equinocial do cerne de nossa integração como irmãos em verdade e em espirito. A ideia essencial de templo é e sempre foi a de um local designado especialmente para um trabalho considerado sagrado; num sentido mais restrito, o templo é um edifício construído e dedicado exclusivamente para ritos e cerimônias sagradas. Todos os templos antigos, qualquer que fosse o uso ao qual estivessem destinados, apresentavam esta característica comum de orientação, muitas vezes com maravilhosa exatidão. primeira magnitude (como Sirius, Canopus, ou a Estrela Polar, em certos templos egípcios). Quanto às três dimensões do Templo, podemos considerá-las até certo ponto equivalentes; tanto o Norte e o Zênite, como o Oriente, indicam o Mundo Divino dos Princípios ou domínio do Transcendente; enquanto o Sul, o Nadir e o Ocidente representam, de diferentes modos, o mundo manifestado ou fenomênico. A diferença baseia-se principalmente em que a direção do Oriente ao Ocidente refere-se à Senda da vida ou Caminho do Progresso; a do Norte ao Sul, à Lei dos ciclos, que nos aproxima alternativamente do domínio das Causas e dos Efeitos; e a vertical, ao Pai e a Mãe, de quem somos igualmente filhos, ou seja, às duas gravitações, celestial e terrena, que respectivamente atraem nossa natureza espiritual e material.
Também podemos ver nestas três direções dimensionais uma alusão aos três movimentos da Terra: de rotação (Oriente-Ocidente), de revolução (Norte-Sul) e de precessão (Zenite-Nadir): ou seja, as três dimensões dinâmicas do mundo em que vivemos. Concluindo, após essa explanação que ensejamos acima, só nos resta a olhar para dentro de nosso templo interior e vermos o quando ele precisa ser lapidado a cada dia, pois somos seres em perpétua construção em busca da perfeição evolutiva, sem esquecermos também de incluir nessa autoanálise a pergunta: “o quanto serei responsável pela construção do templo erigido para minha amada oficina??” Como sempre digo: Respondei com franqueza, a sua resposta não nos ofenderá.
TFA
Dario Angelo Baggieri
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Malhete PodcastBy Luiz Sérgio F. Castro