A história do ateísmo não é uma crônica linear de uma doutrina, mas sim a complexa e muitas vezes perigosa saga da dúvida humana. Como aponta o historiador Georges Minois, por milênios, o "ateu" foi menos uma identidade auto-proclamada e mais uma acusação mortal, um anátema lançado contra dissidentes, hereges ou inimigos políticos. Rastrear a história da descrença é, portanto, um exercício de arqueologia intelectual: escavar fragmentos de ceticismo em textos antigos, decifrar o silêncio imposto pela perseguição e compreender a lenta evolução de um pensamento que ousou questionar a base da realidade para a vasta maioria da humanidade.