Quando Adam Weishaupt fundou a Associação dos
Perfectibilistas em 1776, certamente não imaginou que estava alimentando a
imaginação febril de todos aqueles que, desesperadamente, buscavam uma
explicação para um mundo que acabava dando lugar a outro e só a encontravam no
antigo recurso do inimigo na sombra, da conspiração em suma.
Porque aquela organização, cujos membros
passaram a ser chamados de illuminati, aderiu a toda uma corrente
intelectual que incluía os iluminados, maçons, rosacruzes e outros, e não tardaria
a ser acusado junto com eles da queda do Antigo Regime.
Weishaupt era um jovem professor de Direito
Canônico na Universidade de Ingolstadt, Baviera; único leigo num claustro
controlado por ex-jesuítas (a empresa foi dissolvida em 1773), cujo assédio
contra tudo o que se suspeitava de heresia (leia-se protestantismo), acabou por
despertar, num homem esclarecido como ele, um sentimento anticlerical.