O improviso português é algo positivo ou negativo? O que destaca de facto um bom profissional? 

Adelino Santos decidiu abraçar projetos fora de Portugal com todo o seu entusiasmo e sem pensar muito. O nosso convidado refere que é " uma pessoa de olhar para a frente e não para trás" e isso não o fez ponderar muito na hora de deixar as raízes.

Com toda a sua experiência profissional refere que o humor é algo fundamental. Adianta que “é preciso pessoas com auto- motivação e isso vem de dentro da pessoa e não de fora, como muita gente pensa. Caso contrário não vai trazer valor acrescentado, ou se trouxer será técnico apenas, mas mesmo assim não será a longo prazo”.  

Adelino defende ainda que na Alemanha há menos improviso do que em Portugal e que, no seu ponto de vista, “o improviso é sinal de falta de especialização”.  

Apesar de “Portugal ser onde a arte de viver está mais apurada do que a Alemanha” não está nos planos um dia regressar às suas raízes.   

Licenciado em Engenharia Informática na Universidade Nova de Lisboa, obteve doutoramento em Telecomunicações pela Universidade de Darmstadt (1994) e detém um Mestrado em Management no IESE (2003). Em Agosto de 2021 adquiriu um prestador de "Print Services e IT" em Mannheim, Alemanha. A EWS GmbH é uma empresa com 35 anos de história, 40 trabalhadores e perto de 1000 clientes na Alemanha. 

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Será Portugal um país assim tão diferente da Alemanha? O que nos pode ajudar a beneficiar ainda mais das oportunidades quando estamos fora do nosso país? 

Foi uma oportunidade de estágio que trouxe Vítor Vieira até à Alemanha e o fez ficar até hoje. 

O nosso convidado afirma que “dominar a língua do país para onde decidimos emigrar nos ajuda a desfrutar do lugar onde estamos e de todas as oportunidades que possam surgir”. 

Com um olhar entre Portugal e Alemanha, Vítor adianta ainda que há de facto, mais semelhanças do que diferenças. Refere ainda que quem fizer uma passagem pela Alemanha, só tem a ganhar. 

 Vitor Vieira estudou engenharia na Universidade do Porto e doutoramento na Universidade de Heidelberg. Em 2010 obteve o grau de Dr. Sc. hum, em robots médicos. Trabalhou 6 anos na indústria médica a desenvolver e liderar o desenvolvimento de software médico e em 2014 co-fundou a Inova DE já em parceria com a Inova+ em Portugal para explorar a capacidade de inovação e desenvolvimento da região onde se encontra. Conta também com a formação de mais uma empresa na Madeira, a Go Limpers Lda, para o desenvolvimento da tecnologia de aquacultura de lapas. 

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Aos olhos de um português, como é que é vista a ciência num país como a Alemanha?  Valerá a pena sair de Portugal? 

A nossa convidada, Ana Jorge, sempre teve vontade de sair de Portugal, viver e conhecer outras culturas, por isso, foi fácil a sua adaptação profissional na Alemanha. Ela adianta-nos ainda que quer “seja para viajar ou para experiências profissionais vale a pena sair de Portugal”. 

Por outro fala-nos como “temos muitas coisas aprender com os alemães” em termos laborais e como a eficiência deles marca pontos no mundo do trabalho em relação aos portugueses. Um dos aspectos que mais realçou em comparação com a realidade portuguesa é que de facto  “os alemães são muito focados no que fazem.” 

Biologia celular, aceitou a oportunidade de continuar a carreira de investigadora como Post-Doc e mais tarde Team Leader na Alemanha, na cidade universidade de Tübingen em 2013. Sempre teve vontade de sair de Portugal, viver e conhecer outras culturas, e por isso foi fácil a adaptação profissional na Alemanha. Em 2019 mudou-se para a empresa Paul-Hartmann como Translational Scientist Manager. Casada, com uma filha, não tem planos para regressar a Portugal.   

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Será que Portugal não é melhor no ramo da ciência por falta de verbas?  

Poderá essa escassez estar a comprometer o desenvolvimento da ciência em Portugal?  

Ao pisar solo alemão, Patrícia Silva, estranhou a liberdade que lhe deram, no ramo da investigação científica, para fazer sem ter que pedir permissão.  A nossa convidada admite que “a diferença da ciência em Portugal é a falta de dinheiro” e que isso lhe trás mais realização profissional. Explica ainda que “estes laboratórios têm muito mais dinheiro, e, portanto, eu tenho muito mais liberdade de fazer muito mais do que fazia em Portugal”.  

Dá como exemplo esclarecedor: “A primeira coisa que a minha Chefe me disse foi: eu vou-te arrancar esta ideia de que tens que pedir permissão para fazeres. Não precisas de perguntar isso. Vai e faz!”.  

Natural da Covilhã, casada e com uma filhota de 2 anos, a nossa convidada emigrou para Berlim, Alemanha para fazer um Doutoramento em Oncologia e vai começar um novo desafio profissional em Investigação sobre Leucemia – não se vê, por isso, voltar a Portugal tão proximamente.   

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Será que sair de Portugal significa esquecer as ligações ao nosso país? O que esperar quem decide trabalhar num meio multicultural? 

Sofia Figueiredo fala-nos da sua visão de trabalhar e conviver com pessoas de vários países e reforça que quando se emigra “somos parte integrante e todos podem contribuir com o que tem de melhor. Reforça que “é ao unir as nossas diferenças que podemos crescer como pessoas, grupo e enriquecer no sentido de expandir.” 

A nossa convidada por ter emigrado sente-se, por isso, “uma cidadã do mundo” onde cresce pessoal e profissionalmente não deixando de parte a sua ligação com Portugal. Ela tem três filhos e gosta de estar em conexão com a sua comunidade. 

Sofia Figueiredo vive na Alemanha há 15 anos e é licenciada em Engenharia de Sistemas e Computadores, mestre em Bioinformática e doutorada em Biofísica Teórica.  

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Como é que Portugal é visto pelos que que decidem trabalhar no estrangeiro? Será o nosso país apenas pequeno em tamanho? 

 Yara Reis está desde 2006 na Alemanha e faz um balanço muito positivo da sua experiência. Salienta que, de facto, é importante vivermos fora do nosso país ainda que seja por dois ou três anos e, reforça ainda, que “é importante ter uma mente aberta, conhecer novas pessoas e tentar fazer parte delas” e que foi, por isso, que aprendeu imenso. Para quem possa estar a pensar em emigrar aconselha que “ levem conta, por exemplo, “os apoios (financiamentos) que existem ao nível da União Europeia e que podem ajudar na hora de decidir.”

 Apesar da dimensão da Alemanha, a nossa convidada reconhece que se faz boa investigação em Portugal e começa, por isso, a ponderar um regresso a Portugal.  

Atualmente, vive em Berlim, em união de facto com um alemão e tem dois filhotes. É licenciada em Bioquimica e PhD em cancro da mama. Apaixonada pelo que faz, é Investigadora e Lab Operations Manager em microscopia e doenças infeciosas.  

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O que é que nos espera a partir do momento que atravessamos as fronteiras de Portugal para viver noutro país? Será um mar de rosas como muitos falam?   

Apaixonada por viajar, conhecer novos povos e culturas, a nossa convidada afirma que “o facto de as pessoas viverem noutro país, dá uma abertura de espírito incrível e que todas as pessoas têm capacidades que podem ser desenvolvidas”.  

Confessa-nos como o mote “tu podes, assim que tu queiras” regeu toda a sua vida e a fez destacar-se, sobretudo, em termos profissionais.  

Em 2017, Lurdes Reis deixou a sua marca como presidente da ASPPA e.V. e, neste momento, é co-organizadora dos "Encontros de Networking empresarial de Berlim".  

Vive em Portugal é casada e tem um filho. Formou-se em Ciências Farmacêuticas com Pós-Graduação em Farmacologia, licenciada em Gestão de Empresas e com mestrado em Marketing Internacional. Foi professora universitária durante vinte anos e, neste momento, trabalha em marketing farmacêutico. 

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Seremos, nós portugueses, um povo que de facto se destaca das outras culturas? 

O que poderá estar por detrás do nosso título de desenrascados? Qual o papel da comunidade portuguesa num processo de integração?  

Miguel Martins além de defender que “quanto mais diversificadas forem as nossas experiências, mais enriquecidos e preparados ficamos” apresenta ainda o seu ponto de vista por sermos um povo que se destaca pela sua grande capacidade de integração e desenrascanço. 

O nosso convidado é casado, pai de dois filhos e vive na Alemanha desde 2011. É engenheiro eletrotécnico e, atualmente, trabalha como diretor na área de automação de desenho eletrónico na Infineon Technologies em Munique.  

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 “Na Alemanha não há rodeios. São muito directos, sem papas na língua”.

Será Portugal um país assim tão diferente da Alemanha em termos laborais?

Afinal o que distingue os portugueses dos alemães? Quem é de facto o povo mais trabalhador? 

Estas e outras perguntas foram respondidas pela nossa convidada que deixou claro que “Um estrangeiro será sempre um estrangeiro, mas Alemanha é um país de oportunidades”. Contudo, o passo de sair de Portugal é “simplesmente uma decisão pessoal e vale a pena sair se, se souber o que se quer”. 

Maria João Barros Weiss é Vice-Presidente (VP) de Investigação em Ecossistemas Digitais na IONOS SE, licenciada em Engenharia e doutorada em Comunicações e Tecnologias da Linguagem e é a nossa convidada neste episódio. Conheça a história desta portuguesa que vive em Heidelberg com o marido e dois filhos Luso-Germânicos desde 2008 na Alemanha.  

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 " É importante que as pessoas não vivam abaixo do seu potencial”  

A instabilidade vivida em Portugal, no ano de 2012, foi a alavanca para se aventurar numa carreira no estrangeiro, mesmo com um filho pequeno de apenas dez meses. 

Com uma grande paixão por ajudar as pessoas a desenvolverem-se para se tornem mais conscientes dos seus talentos e para que “não vivam abaixo do seu potencial”, Viviana Silva tem deixado a sua marca por onde passa. Com uma carreira notável na área da Engenharia Química, neste momento é especialista em Sustentabilidade e tem dentro de si uma vontade constante de evoluir como pessoa e profissional. 

Viviana é também a presidente da ASPPA - Associação dos Pós-graduados Portugueses na Alemanha - onde trabalha com afinco para empoderar a comunidade portuguesa. Com toda a sua experiência, a nossa convidada fala-nos do seu percurso pessoal e profissional, conta-nos como foi o seu processo de emigração e reforça ainda a importância de trabalharmos naquilo que de facto somos bons.

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