Ao priorizar a desmilitarização da política, o presidente Lula vai enfrentar um desafio histórico do Brasil. A participação militar nos espaços de poder que vem desde a Independência. No governo Bolsonaro, essa presença só aumentou. Militares têm a crença de que devem ser tutores do país, porque são melhores e mais preparados do que os civis. A despolitização das Forças Armadas é fundamental para que a instituição se submeta, como manda a constituição, ao comandante em chefe que é o presidente da república e atue exclusivamente na política de Defesa. O principal passo para mudar essa cultura dos quartéis é acabar com o fosso que as academias e a carreira criam entre militares e civis. A análise é da cientista política Ana Penido, pesquisadora do Instituto Tricontinental e professora da Unicamp em entrevista a Marco Antônio Soalheiro, no Mundo Político.