"Virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus" (Lc 13.29).
O Natal nos lembra que Deus está cumprindo sua promessa de reunir um povo de todas as tribos e nações para o Reino de Deus. O Evangelho nos revela que, ao nascer Jesus, alguns magos vieram do Oriente para adorar o Grande Rei e Salvador (Mt 2.1). Guiados por uma estrela, esses sábios viajaram longas distâncias para reconhecer o Rei que nasceu. Sua visita simboliza o cumprimento das promessas feitas desde os tempos de Abraão, de que todas as nações da terra seriam abençoadas em sua descendência, isto é, em Cristo (Gn 12.3; Gl 3.16). Abraão foi chamado a ser pai de uma descendência não gerada pela carne, mas pela fé – tão numerosa quanto as estrelas do céu (Gn 15.5).
A presença dos magos vindos do Oriente aponta para o alcance universal da salvação em Jesus. Eles representam os muitos que virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, para se sentarem à mesa no Reino de Deus, como anunciado por Jesus (Lc 13.29). Não eram judeus, mas gentios que reconheceram em Jesus o Salvador, respondendo à promessa de que “nações que não te conhecem te chamarão, e povos que nunca souberam de ti virão correndo por causa do Senhor, teu Deus” (Is 55.5).
Por meio de Cristo, Deus derrubou a parede de separação que dividia judeus e gentios, formando um só povo: "Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e derrubou a parede de separação que estava no meio" (Ef 2.14). Jesus é o Príncipe da Paz (Is 9.6), que veio reconciliar os povos com Deus e uns com os outros. Nele, haverá um só rebanho e um só Pastor (Jo 10.16), e todos os que confiam nele serão reunidos sob o domínio do Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16).
O salmista declarou: "Que Deus seja conhecido em toda a Terra; que todas as nações venham adorá-lo" (Sl 75.2). Tudo isso aponta para um Deus que não faz acepção de pessoas, mas que deseja que todos os povos sejam reconciliados com Ele.
O Natal é um convite para celebrarmos a misericórdia e a graça de Deus. Paulo nos lembra que "a graça se manifestou salvadora a todos os homens" (Tt 2.11) e que Deus nos "libertou do domínio das trevas e nos transportou para o reino do seu Filho amado" (Cl 1.13). Por isso, podemos nos alegrar com os magos que, ao encontrarem o menino Jesus, se prostraram em adoração e ofereceram seus presentes – ouro, incenso e mirra (Mt 2.11). Eles nos ensinam que a verdadeira adoração envolve tanto a oferta de nossos tesouros quanto a entrega total de nossas vidas ao Rei.
Assim como Abraão viu pela fé o cumprimento das promessas de Deus e se alegrou (Jo 8.56), somos chamados a viver com gratidão e expectativa, sabendo que Deus continua reunindo seu povo de todas as nações. Desde os patriarcas, Deus não quis limitar sua bênção a uma única nação, mas abrir seu Reino a todas as famílias da terra.
Que neste Natal possamos refletir sobre o privilégio de sermos convidados à mesa do Reino e também sobre nossa responsabilidade de proclamar essa mensagem. Que outros, assim como os magos, sejam atraídos pela luz de Cristo, o Salvador do mundo.
Senhor, obrigado por seres o Deus que cumpre promessas e chama pessoas de todas as nações para o teu Reino. Assim como os magos do Oriente, queremos oferecer a Ti o que temos de melhor, reconhecendo que és digno de toda adoração. Dá-nos um coração grato e um espírito missionário para que possamos compartilhar o convite do Reino com aqueles que ainda não te conhecem. Que o Natal nos renove na alegria da salvação e no compromisso com a tua missão. Amém.