A passagem de Mateus 27:24-25 é carregada de drama e tensão. Pilatos, o governador romano, parece estar num beco sem saída. Atormentado entre o que é certo e a fúria descontrolada da multidão, ele faz um gesto simbólico que nos arrepia até a alma: lava as mãos na frente de todos. "Não tenho parte nisso! A culpa será de vocês." O povo, num clamor assombroso, responde: "Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos!". Poucos poderiam imaginar que essa escolha, feita num impulso de raiva e desprezo, recairia sobre eles com tanta dureza. Quase 40 anos depois, Jerusalém é destruída, o Templo arrasado, e o sofrimento se abate sobre gerações futuras, que carregariam as consequências dessa terrível e equivocada decisão.
Esse evento nos confronta com a dureza do coração humano, morto em delitos e pecados, que frequentemente escolhe o caminho da rejeição a Deus,
trazendo sobre si justo sofrimento, mesmo quando a verdade está diante dos seus olhos. Mas é aqui que o cenário muda de forma surpreendente. O pedido
pelo derramamento do sangue de Jesus torna-se fonte de bênção e salvação.
Jesus, mesmo sendo rejeitado, humilhado e condenado, estava cumprindo um propósito divino de amor incompreensível. É como se Deus dissesse: "Vocês
podem se voltar contra mim, seus corações podem ser duros como pedras, mas minha graça é mais forte, mais profunda e mais redentora do que qualquer coração morto e escravizado pelo pecado".
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