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Estive observando o desenvolvimento da escrita nas minhas filhas. É muito interessante ver como isso acontece: cada uma se desenvolve do seu jeito. Sabemos que escrever à mão ativa várias áreas cerebrais (motoras, visuais e sensoriais) de forma integrada, o que fortalece conexões neurais e auxilia na memorização. Então a gente tenta sempre estimular elas a escrever o que estão pensando e até como estão se sentindo. Achamos muito importante estimular nelas a habilidade de expressar seus sentimentos.
Pedagotech depende da sua contribuição. Para apoiar o meu trabalho, considere uma assinatura paga.
Lendo sobre o assunto de caligrafia, me deparei com textos reclamando sobre o excesso de foco em trabalhos digitados e pesquisa na internet e falta de textos escritos à mão, e como a arte da caligrafia está se perdendo. Mas por que essa perda pode prejudicar nossos alunos? Estudos mostram que alunos que anotam à mão tendem a processar melhor o conteúdo: como é difícil transcrever tudo mecanicamente, eles passam a priorizar, organizar e relacionar as informações enquanto escrevem. Essa “experiência perceptivo-motora” de desenhar letras e palavras solidifica o aprendizado, criando representações mentais mais completas. Esses estudos também mostram que, ao escrever, o estudante reforça a imagem visual e o significado da palavra através do gesto, o que ajuda a fixá-la na memória de longo prazo.
* Coordenação sensório-motora: Escrever exige movimentos finos variados das mãos, ativando muito mais regiões cerebrais do que digitar.
* Profundidade cognitiva: A escrita manual obriga o aluno a filtrar e relacionar o que aprende em vez de copiar tudo, resultando em maior engajamento e assimilação.
* Reforço da memória: Quando desenhamos letras ou palavras, unimos percepção visual, som e movimento. Essa ação combinada fortalece a conexão entre a palavra e seu gesto de escrita, aumentando a retenção do vocabulário.
Escrita e aquisição de vocabulário no ensino do inglês
Puxando a brasa para minha sardinha, no aprendizado do inglês, a caligrafia também se destaca. Um estudo conduzido por Mangen e Velay (2010) indicou que alunos que escrevem à mão novas palavras em inglês tendem a lembrar melhor a grafia e o significado do que aqueles que apenas digitam ou copiam mecanicamente, pelos motivos descritos acima.
Outro exemplo prático vem de uma experiência minha de sala de aula: alunos que fazem exercícios de ditado e redação à mão em inglês demonstram maior precisão ortográfica e memorizam expressões com mais facilidade.
* Aprendizagem ativa: Escrever à mão novas palavras em inglês ajuda a reforçar a ortografia, a pronúncia e o significado de forma integrada.
* Retenção e transferência: Alunos que mantêm cadernos de vocabulário escrito à mão tendem a lembrar melhor os termos e usá-los com mais segurança em tarefas produtivas como fala e escrita.
* Feedback perceptivo: O ato de ver o próprio erro escrito à mão (num ditado, por exemplo) ajuda o aluno a perceber padrões de erro e corrigi-los mais conscientemente.
Digo por experiência própria que esses benefícios não são apenas teóricos — eles se refletem na prática da sala de aula. Ao incluir momentos dedicados à escrita manual, mesmo em contextos tecnologicamente avançados, conseguimos potencializar o aprendizado, favorecendo tanto a precisão quanto a fluência.
Implicações pedagógicas e práticas
Diante desses achados, acredito que educadores de todas matérias podem equilibrar tecnologia e escrita manual para enriquecer o ensino. Dicas práticas:
* Exercícios de caligrafia diária: Ao apresentar novo vocabulário ou alfabeto, peça aos alunos que copiem as palavras à mão – ditados e cópias auxiliam a fixar ortografia e significado.
* Anotações manuscritas: Incentive resumir ou anotar conceitos-chave em cadernos durante as aulas de inglês, além do uso de tablets e computadores.
* Uso de caneta digital: Se houver tablets disponíveis, usar um stylus ainda retém aspectos motores da escrita (embora os melhores resultados sejam com papel e caneta tradicional).
* Metodologia híbrida: Combine atividades digitais (jogos online, digitação) com momentos de escrita manual (exercícios de caligrafia, redações à mão) para aproveitar eficiência e memória.
Essas práticas simples podem tornar o aprendizado mais profundo e significativo. Em suma, ainda que a tecnologia otimize a produtividade, reservar tempo para a caligrafia em sala de aula ajuda os alunos a processarem ativamente a língua, melhorando a retenção de vocabulário e a compreensão geral.
By Marcelo HosannahEstive observando o desenvolvimento da escrita nas minhas filhas. É muito interessante ver como isso acontece: cada uma se desenvolve do seu jeito. Sabemos que escrever à mão ativa várias áreas cerebrais (motoras, visuais e sensoriais) de forma integrada, o que fortalece conexões neurais e auxilia na memorização. Então a gente tenta sempre estimular elas a escrever o que estão pensando e até como estão se sentindo. Achamos muito importante estimular nelas a habilidade de expressar seus sentimentos.
Pedagotech depende da sua contribuição. Para apoiar o meu trabalho, considere uma assinatura paga.
Lendo sobre o assunto de caligrafia, me deparei com textos reclamando sobre o excesso de foco em trabalhos digitados e pesquisa na internet e falta de textos escritos à mão, e como a arte da caligrafia está se perdendo. Mas por que essa perda pode prejudicar nossos alunos? Estudos mostram que alunos que anotam à mão tendem a processar melhor o conteúdo: como é difícil transcrever tudo mecanicamente, eles passam a priorizar, organizar e relacionar as informações enquanto escrevem. Essa “experiência perceptivo-motora” de desenhar letras e palavras solidifica o aprendizado, criando representações mentais mais completas. Esses estudos também mostram que, ao escrever, o estudante reforça a imagem visual e o significado da palavra através do gesto, o que ajuda a fixá-la na memória de longo prazo.
* Coordenação sensório-motora: Escrever exige movimentos finos variados das mãos, ativando muito mais regiões cerebrais do que digitar.
* Profundidade cognitiva: A escrita manual obriga o aluno a filtrar e relacionar o que aprende em vez de copiar tudo, resultando em maior engajamento e assimilação.
* Reforço da memória: Quando desenhamos letras ou palavras, unimos percepção visual, som e movimento. Essa ação combinada fortalece a conexão entre a palavra e seu gesto de escrita, aumentando a retenção do vocabulário.
Escrita e aquisição de vocabulário no ensino do inglês
Puxando a brasa para minha sardinha, no aprendizado do inglês, a caligrafia também se destaca. Um estudo conduzido por Mangen e Velay (2010) indicou que alunos que escrevem à mão novas palavras em inglês tendem a lembrar melhor a grafia e o significado do que aqueles que apenas digitam ou copiam mecanicamente, pelos motivos descritos acima.
Outro exemplo prático vem de uma experiência minha de sala de aula: alunos que fazem exercícios de ditado e redação à mão em inglês demonstram maior precisão ortográfica e memorizam expressões com mais facilidade.
* Aprendizagem ativa: Escrever à mão novas palavras em inglês ajuda a reforçar a ortografia, a pronúncia e o significado de forma integrada.
* Retenção e transferência: Alunos que mantêm cadernos de vocabulário escrito à mão tendem a lembrar melhor os termos e usá-los com mais segurança em tarefas produtivas como fala e escrita.
* Feedback perceptivo: O ato de ver o próprio erro escrito à mão (num ditado, por exemplo) ajuda o aluno a perceber padrões de erro e corrigi-los mais conscientemente.
Digo por experiência própria que esses benefícios não são apenas teóricos — eles se refletem na prática da sala de aula. Ao incluir momentos dedicados à escrita manual, mesmo em contextos tecnologicamente avançados, conseguimos potencializar o aprendizado, favorecendo tanto a precisão quanto a fluência.
Implicações pedagógicas e práticas
Diante desses achados, acredito que educadores de todas matérias podem equilibrar tecnologia e escrita manual para enriquecer o ensino. Dicas práticas:
* Exercícios de caligrafia diária: Ao apresentar novo vocabulário ou alfabeto, peça aos alunos que copiem as palavras à mão – ditados e cópias auxiliam a fixar ortografia e significado.
* Anotações manuscritas: Incentive resumir ou anotar conceitos-chave em cadernos durante as aulas de inglês, além do uso de tablets e computadores.
* Uso de caneta digital: Se houver tablets disponíveis, usar um stylus ainda retém aspectos motores da escrita (embora os melhores resultados sejam com papel e caneta tradicional).
* Metodologia híbrida: Combine atividades digitais (jogos online, digitação) com momentos de escrita manual (exercícios de caligrafia, redações à mão) para aproveitar eficiência e memória.
Essas práticas simples podem tornar o aprendizado mais profundo e significativo. Em suma, ainda que a tecnologia otimize a produtividade, reservar tempo para a caligrafia em sala de aula ajuda os alunos a processarem ativamente a língua, melhorando a retenção de vocabulário e a compreensão geral.